Semana de 4 dias: o Brasil está preparado para esta nova onda?

O tema tem ganhado destaque no Brasil, com empresas interessadas em participar de um período de teste

Em 1930, o renomado economista britânico John Maynard Keynes argumentou em seu livro “Economic Possibilities for our Grandchildren”, que o progresso tecnológico e o aumento da produtividade levariam as pessoas a trabalharem apenas 15 horas por semana no futuro. Recentemente, essa discussão voltou com a evolução tecnológica, as promessas de alta produtividade e seus possíveis benefícios na qualidade de vida.

A possibilidade vem sendo experimentada em alguns países pelo mundo, como um caminho para integrar o trabalho a uma rotina mais saudável. No início do mês, Portugal passou a testar o modelo, com 39 empresas e 1.000 colaboradores. O experimento também já viajou aos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, entre outros países. No Brasil, os estudos para o experimento já começaram este mês e vão até dezembro.

Para Leila Santos, coach de líderes e empresas, o desafio da redução de jornada está muito mais relacionado ao modelo operacional da empresa do que com o país onde ela está inserida. “ A legislação brasileira não impede a empresa de reduzir a carga horária, desde que o salário não seja alterado, então qualquer empresa, em teoria, poderia adotar esse modelo. No entanto, existem outros fatores que precisam ser levados em conta na hora  dessa implementação, como: horário de atendimento ao público, escala de funcionários, manutenção do serviço ao consumidor, dentre outros”, destaca.

Trabalhar menos, mais tempo livre: para muitos empregados, a jornada semanal de quatro dias é um sonho, porém nem todos estão preparados para se organizar neste novo modelo proposto, nem as empresas e nem os colaboradores “ Acredito que a maioria não está apta e pronta para este novo modelo, porque ainda possuem processos ineficientes que geram um volume alto de retrabalho. Para acomodar essa ineficiência, ainda precisam de uma carga horária maior, incluindo horas extras. Tanto é verdade, que uma das principais causas do esgotamento profissional, que gera muito afastamento nas empresas, reside na sobrecarga de trabalho”. 

Para Leila, outros modelos de negócio tendem a se adaptar melhor com a nova proposta. “ As startups são mais propensas a adotar esse modelo porque ainda tem flexibilidade e abertura para testar novos modelos de gestão e de operação. Empresas maiores, que possuem estruturas mais engessadas ou modelos de negócio mais conservadores, terão mais dificuldades na implementação. Nesses ambientes, é mais provável que se façam pilotos em áreas isoladas, com algumas equipes em condições mais controladas antes de expandirem para toda a empresa”. 

 

Trabalho X Qualidade de vida 

Os projetos-pilotos realizados até agora têm mostrado efeitos positivos quando assunto é qualidade de vida. Um estudo britânico divulgado em 2023, os funcionários se mostraram menos estressados e apresentavam risco menor de afecções psíquicas como o burnout (esgotamento profissional). O cenário é positivo, mas Leila faz um alerta. “Existe uma relação entre bem-estar e produtividade já demonstrada através de pesquisas nas áreas da psicologia positiva e da neurociência, assim como existem evidências de que o estresse compromete a nossa capacidade cognitiva. Se levarmos apenas isso em consideração, podemos esperar que aumentar o tempo de descanso na jornada de trabalho pode elevar a qualidade de vida e, possivelmente, a nossa capacidade criativa para solucionar problemas e inovar. Porém, para que a redução da jornada aumente a produtividade, é necessário que processos e rotina de trabalho sejam revistos dentro da nova carga horária. Se isso não for feito, é provável que ter menos tempo para realizar as tarefas eleve o estresse e reduza a produtividade ", reforça.

 

Questões Ambientais 

Além dos pontos positivos para a qualidade de vida, os inúmeros testes e pesquisas vem gerando uma discussão sobre as vantagens para o clima. Um artigo analisou os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entre 1970-2007 e concluiu que uma redução de 10% nas horas de trabalho poderia reduzir a pegada de carbono em 14,6%. Para a coach de comportamento, essa afirmação pode não ser concreta em relação a outros fatores. “Espera-se que a redução da pegada de carbono venha da redução dos deslocamentos dos trabalhadores que usariam menos transportes pessoais ou públicos. No entanto, as pesquisas realizadas não são conclusivas a respeito, pois essa redução tem uma dependência direta do hábito adotado pelo trabalhador durante sua folga, o que não é uma variável controlável”, explica.

Muito ainda será discutido sobre o tema, muitos testes e muito alinhamento entre colaboradores e empregadores, mas as dúvidas sobre a efetividade só veremos na prática.  “Em um cenário onde ainda se discute a efetividade do modelo de trabalho híbrido ou remoto, creio que ainda estamos longe de encarar uma jornada de 4 dias como algo viável no curto prazo. Se considerarmos apenas o universo das startups, que são mais flexíveis e já adotam modelos de gestão ágil,vejo que adotar a semana de 4 dias é um passo mais provável e até essencial, uma vez que precisam atrair e reter profissionais altamente capacitados e que buscam cada vez mais qualidade de vida e flexibilidade”, finaliza Leila.

 

Sobre Leila Santos

Coach de líderes e empresas há mais de 20 anos, atende clientes com renome no mercado como Grupo WLM, L’Occitane, Grupo Boticário, Sephora, Itaú, Biolab, Pfizer, Roche, Astellas, Ache, AstraZeneca, Farmoquímica, Fitec, Pierre Fabre, Uni2, Gencos, dentre outras. Atua com foco no cliente corporativo, sempre valorizando e investindo em profissionais e empresas que já estão preparados para essa mudança de cultura e mindset. 


Inteligência artificial e o futuro do trabalho

Não tema a máquina inteligente, trabalhe com ela.

Por Leila Santos

Já passamos por muitas revoluções ao longo dos séculos que mudaram completamente a nossa forma de viver, interagir e trabalhar. Em cada um desses momentos, algumas funções ficaram obsoletas e outras floresceram frente às novas demandas.

No centro da discussão, sempre esteve a relação homem versus máquina e a pergunta que não quer calar: o ser humano será substituído pela máquina?

Para que a humanidade pudesse usufruir dos benefícios trazidos pelo avanço tecnológico, alguns pereceram pelo caminho devido à obsolescência das suas funções, substituídas pelos processos automatizados. Esse é um fato inegável que suscita o medo que cerca momentos de revolução tecnológica, como esse que vivemos agora.

Dizem que temos memória curta e, por isso, quero convidar você para uma pequena viagem no tempo. Vamos lá?

A primeira revolução industrial, que aconteceu entre 1760 e 1840, trouxe para as nossas vidas a máquina a vapor e as ferrovias, impulsionando os meios de transporte e o alcance geográfico do comércio e dos negócios. Regiões antes isoladas pela distância, passaram a ser incluídas no mapa de distribuição e geração de receita.

No final do século XIX, a segunda revolução foi movida pelo advento da eletricidade e da linha de montagem, alavancando os setores de manufatura e a produção de bens de consumo e industriais em larga escala.

A revolução digital e computacional, a partir da década de 60, caracteriza a terceira revolução e de certa forma, coloca o poder da tecnologia nas mãos de cada indivíduo como nunca visto antes.

Do computador de grande porte, antes restrito ao meio empresarial, ao computador pessoal, mais conhecido como PC, o ser humano passou a ter em suas mãos um poder de processamento e de realizar tarefas em menos tempo e com mais precisão.

Ainda dentro desse período, surgiram os primeiros celulares móveis que revolucionaram a nossa forma de interagir. Na década de 90, a grande web (world wide web) nos conectou a todos e a tudo de forma global preparando o terreno para os nossos queridinhos e indispensáveis smartphones.

Isso significa que a maioria de nós, passou a ter nas mãos, mais capacidade de processamento do que os primeiros computadores. Dá para imaginar fazer o que você faz hoje sem contar com tudo isso?

De acordo com alguns autores, na virada do século XX, entramos na quarta revolução industrial que traz a inteligência artificial, a robótica, carros autônomos, internet das coisas e nanotecnologia como destaques tecnológicos com o potencial de impactar nossas vidas de uma forma ainda mais intensa do que em todas as outras revoluções.

Se você não é um nativo digital, deve lembrar bem do seu processo de adaptação ao longo da década de 90. Olhando para trás não parece que foi uma transição tão dramática como a sensação que temos agora diante da inteligência artificial, certo?

Aqui está a diferença entre a quarta revolução e as outras: a velocidade, a amplitude e a profundidade. E o que isso quer dizer? 

Que os impactos das novas tecnologias serão percebidos mais rapidamente, que elas terão abrangência em diferentes setores da economia e da sociedade, e estarão inseridas nas mínimas coisas da nossa rotina.

Os números deixam claro que estamos diante de um momento disruptivo. A internet levou sete anos para atingir 50 milhões de usuários no mundo e o chatGPT atingiu 100 milhões em apenas dois meses. Isso é considerado, nesse momento, como a maior adoção em massa da humanidade.

O alvoroço em torno do chatGPT, um aplicativo de inteligência artificial (IA), que interage em linguagem natural, tem chamado atenção nos últimos meses e provocou uma verdadeira corrida das grandes empresas de tecnologia para lançar novos produtos que utilizem IA.

Prepare-se porque as suas pesquisas, elaboração de textos, processamento de informações, nunca mais serão as mesmas.

Estamos em contato com IA há pelo menos 10 anos sem nos dar conta disso. Existem muitos exemplos de uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina no nosso dia a dia, alguns mais evidentes e outros mais sutis. Veja alguns exemplos:

 

·       Aplicativos de rotas: Uber, Waze, Google Maps

·       Assistentes virtuais: Siri, Alexa, Cortana

·       Recomendação de conteúdo: Netflix, Youtube, Spotify, Amazon

 

Há muitos outros casos em áreas como saúde, educação, segurança e entretenimento. A tendência é que essas tecnologias se tornem cada vez mais presentes e poderosas na nossa sociedade.

Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial 2023,

“espera-se que a inteligência artificial, seja adotada por quase 75% das empresas pesquisadas e que leve a uma alta rotatividade, sendo que 50% das organizações esperam que ela gere crescimento de empregos e 25% esperam que ela gere perda de empregos”.

O relatório destaca ainda que:

“a automação de funções não necessariamente significa que profissões inteiras serão extintas, mas sim que algumas tarefas específicas podem ser automatizadas, liberando tempo e recursos para que os profissionais possam se concentrar em tarefas mais complexas e de maior valor agregado”.

 O que muda agora é que ao invés de sermos apenas impactados pelas empresas que usam IA, nós podemos usar a IA para realizar o nosso trabalho.

A tecnologia chega às nossas mãos, nos mostrando que tarefas simples, repetitivas e com baixo grau de complexidade podem ser executadas por um software inteligente com capacidade de processamento e aprendizado superior ao nosso.

Então, a pergunta surge novamente: o ser humano será substituído pela máquina?

Em alguns contextos de trabalho o risco é real, mas em outros, o ser humano será substituído por outro ser humano que saiba usar a máquina inteligente.

O relatório do Fórum Econômico Mundial 2023 cita também que:

“6 em cada 10 trabalhadores precisarão de treinamento antes de 2027, mas apenas metade dos trabalhadores tem acesso a oportunidades de treinamento adequadas hoje.”

 Diante desse cenário qual deve ser a nossa postura? Existem dois extremos que devem ser evitados:

A postura de negação:

“Isso é uma moda e vai passar”

A postura de desespero:

“Estamos à beira do caos e todo mundo vai ser demitido!”

O fato que não podemos ignorar: não é uma moda que vai passar. Mas também é um fato que teremos demanda por novas habilidades e competências. Por isso, a postura ideal é a curiosidade e a busca pela capacitação.

Se você é um profissional que deseja assumir a postura de curiosidade e se preparar para esse novo momento, essas são as perguntas que devem guiar a sua reflexão:

O que é inteligência artificial e quais são as principais aplicações vigentes no Brasil e no mundo?

Quais são as aplicações específicas para a minha área de atuação e quem já está usando?

O que eu preciso aprender para me capacitar e manter a minha empregabilidade?

Veja que atitude e interesse proativo vai fazer a diferença para que você identifique oportunidades no seu trabalho e seja notado pela sua empresa e pelo mercado.

Então será tudo sobre tecnologia? E se eu não for da área de tecnologia?

É certo que a maior demanda por profissionais especializados será nas áreas de tecnologia, mas a busca por eficiência e eficácia pessoal e profissional será uma demanda generalizada em todos os setores da economia.

 Para responder a esse cenário, o Fórum Econômico Mundial destaca as TOP 10 habilidades em 2023:

1.       Pensamento analítico

2.       Pensamento criativo

3.       Resiliência, flexibilidade e agilidade

4.       Motivação e autoconsciência

5.       Curiosidade e aprendizado contínuo

6.       Letramento tecnológico

7.       Confiabilidade e atenção aos detalhes

8.       Empatia e escuta ativa

9.       Liderança e influência social

10.   Controle de qualidade

Dá para notar que capacidades cognitivas e comportamentais estão no topo da lista e são fundamentais para garantir a preparação e adaptação aos novos contextos de trabalho.

Já parou para pensar qual é o pequeno passo que você pode dar hoje em direção a esse futuro? Use essa lista para fazer uma pequena autoavaliação e se preparar.

Afinal, as máquinas precisarão de seres humanos cada vez mais capacitados, curiosos e inteligentes.

Seja um deles!

Sobre Leila Santos

Coach de líderes e empresas há mais de 20 anos, atende clientes com renome no mercado como Grupo WLM, L'Occitane, Grupo Boticário, Sephora, Itaú, Biolab, Pfizer, Roche, Astellas, Ache, AstraZeneca, Farmoquímica, Fitec, Pierre Fabre, Uni2, Gencos, dentre outras. Atua com foco no cliente corporativo, sempre valorizando e investindo em profissionais e empresas que já estão preparados para essa mudança de cultura e mindset. 

https://leilasantos.com.br/

Exposição na National Portrait Gallery, sobre o trabalho da Cindy Sherman - Coluna Arte/Fotografia e Design por Mônica Fraga

Cindy Sherman

 

Tive o privilégio de ver uma exposição na National Portrait Gallery, em Londres, sobre o trabalho da Cindy Sherman, uma das fotógrafas mais respeitadas do final do século XX. Ela se auto fotografa para questionar uma variedade de questões. Através da fotografia, Sherman levantou questões desafiadoras e importantes sobre o papel e a representação das mulheres na sociedade, a mídia e a natureza da criação da arte.

Cindy Sherman estabeleceu sua reputação e uma marca inédita de auto-retrato com seu "Untitled Film Stills" (1977-80), uma série de 69 fotografias da artista encenando clichês femininos da cultura pop do século XX.

Para que uma fotografia seja considerada retrato, o artista deve ter a intenção de retratar uma pessoa específica e real. Sherman comunica cuidadosamente ao espectador que essas obras não devem representá-la como a pessoa. Ao intitular cada uma das fotografias "Sem título" e numerá-las, ela despersonaliza as imagens.

Confesso que até aquele momento não curtia o trabalho dela porque pensava somente no “belo”, e a beleza das fotos dela está no propósito, na mensagem através de cada imagem, ao provocar questionamentos...

Nos faz pensar no quanto o sentido da visão pode ser manipulado, o quanto vivemos na era da imagem e na influência que tudo isso tem sobre nós! Basta pensarmos na vida perfeita, até mesmo “fake” que vemos nas mídias sociais, e no uso abusivo dos filtros e do photoshop.

Como é difícil saber exatamente a veracidade das informações que circulam, não sei de quem é a frase, mas acredito muito nisso:

“Não nascemos para sermos perfeitos, mas para sermos reais!”

 

Fontes:

http://cindysherman.com/

https://www.artsy.net/

Mônica Fraga

Arte, Fotografia & Design

Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com

 

Como contratar nos dias de hoje - Coluna empreendedorismo por Tatiana Garcia

A contratação sempre foi um problema para os empresários. Muitas vezes contratam até agências para ajudar. São vários currículos até selecionar alguns candidatos. Por mais especialista que você seja, ainda não saberá se aquelas informações são mesmo verdadeiras. E na entrevista? Muito menos. Você realmente acredita que eles serão eles mesmos? Seja pelo nervosismo ou medo de não ser contratado, eles estarão de alguma forma encenando. Pois precisam muito da vaga. Seus defeitos jamais serão evidenciados. Se pelo currículo fica difícil, pessoalmente piora. Parece até um jogo de esconde-esconde, onde ambos pretendem ser legais. Até quando iremos insistir nesse modelo de contratação?

Aí corremos para as mídias sociais. O primeiro é o Linkedin, que nada mais é do que um currículo melhorado. Aí vem o facebook ou instagram. Para os candidatos mais inocentes, seus últimos posts logo revelam suas franquezas emocionais e são rapidamente eliminados. Já para os mais espertinhos, o facebook e o instagram é mais uma plataforma de encenação da vida. Ou seja, uma materialização do que o candidato será na sua frente durante a entrevista. Resumindo, não existe nenhuma forma muito segura e confiável de selecionar candidatos hoje em dia. Nem perca tempo com agências, que ainda por cima te cobraram por isso. Por anos selecionamos e entrevistamos pessoas que não encaixam em nossas vagas. Os três meses de experiência não nos ajuda muito. Só entardece o tempo do funcionário começar a ser quem realmente é. E para o empresário, marca o limite de quando ele começa a arcar com os custos trabalhistas. A lei nunca favoreceu mesmo a classe empreendedora.

A única “arma” que realmente temos durante uma entrevista é a empatia, essa sim sempre estará a nosso favor. Por mais que o candidato finja, a empatia não se esconde nem disfarça. Toda a parte técnica, como títulos e nomes que o candidato possui, não pesa tanto quanto uma empatia. Além disso, sabemos que a questão técnica é sempre treinável. Se o candidato tiver empatia com a equipe que vai trabalhar e interesse pelo o trabalho, você já está com meio caminho andado. O restante ele irá adquirir com o tempo. Mas mesmo assim, ainda escutamos coisas do tipo: “Eu o contratei porque ele é muito bom no que faz, mesmo sem eu ir muito com a cara dele...” Como podemos de fato saber se alguém é bom no que faz somente com um bate papo ou um currículo?

Acontece que os candidatos normalmente são avaliados somente pelo gestor da área e seus supervisores. Quem de fato irá trabalhar com eles o dia todo, muitas vezes acaba nem os conhecendo. Por isso, ao contratar, procure deixar o entrevistado o mais a vontade possível, sem grandes formalidades. Opte por um café, almoço ou algo diferente do tradicional. Fale mais sobre experiências do que o trabalho em si. E, principalmente, promova um momento onde ele possa conhecer a sua equipe de alguma forma. Deixem eles juntos por algumas horas. E depois veja o que a equipe achou dele. Te garanto que será mais construtivo do que o modelo convencional. E não saia por aí desesperado entrevistando vários candidatos. Se gostou do primeiro, confie e contrate-o. Afinal, não é volume que você precisa, e sim qualidade. Anuncie suas vagas direto pelo facebook ou instagram, já para passar pelo seu primeiro “filtro”. E lembre-se: o primeiro que aparecer, provavelmente é o mais interessado no trabalho. Faça do mesmo jeito quando encontramos um namorado (a), quando dá certo de primeira, não saímos por aí procurando mais candidatos. O risco sempre vai existir em qualquer tipo de relacionamento, seja ele pessoal ou profissional.

Tatiana Garcia

Coluna Empreendedorismo

Formada em Administração de Empresas com Ênfase em Marketing (ESAMC), MBA Executivo em Gerenciamento de Projetos (FGV), MBA Internacional em Gestão Negócios (OHIO), Apoiadora do Curso de Liderança e Comunicação de Alta Performance Master Mind; ela hoje tem uma experiência em 10 anos em Finanças no Brasil e na Austrália, onde ocupou uma vaga em Gerente de Projetos no State Street of Boston. Especialista em Franchising, ela abriu sua própria empresa que promove um novo conceito para ajudar os empresários brasileiros a melhorarem seus resultados, ter uma equipe mais engajada e a inovar.Email: franquias.mb@gmail.com

Omelete - Coluna "sua Carreira" por Marcelo Veras

 

Não se faz omelete sem quebrar ovos

 Alguns dias atrás eu estava dando uma entrevista que tinha como tema um dos assuntos do momento: Mudança de emprego e carreiras em tempos de crise. Lá pelas tantas, a conversa abordou a palavra “risco”, uma das mais emblemáticas para os dias atuais. Nesse momento, eu dizia que o risco é um dos ingredientes da mudança, e que não adianta querer mudar isso. O que dá para fazer é tentar minimizá-lo, se informando bem sobre o novo emprego, a nova empresa ou o novo setor. Mas, até o melhor planejamento não consegue eliminar o risco de não dar certo. E a razão disso é que nunca conseguimos prever o que pode acontecer com as variáveis que não controlamos.

Essa reflexão vem em um momento duplamente interessante. Primeiro porque estamos no meio de uma crise econômica e ninguém, absolutamente ninguém, pode garantir quando ela acabará e como será o ano de 2016. Segundo porque fim de ano é sempre fim de ano. As emoções se afloram, os balanços começam a ser feitos e o ano que vem começa a ocupar um espaço na nossa cabeça, principalmente no que se refere aos nossos desejos e objetivos pessoais, financeiros e profissionais. Já começo a ouvir pessoas dizendo que a cabeça já está em 2016.

Nessa mesma entrevista, discutia com a Hebe Rios, jornalista da EPTV (Globo Campinas), sobre algumas pessoas que até querem mudar, reconhecem que não estão felizes onde estão, mas que na hora “H” preferem não arriscar. Algumas manifestam claramente o desejo de mudança, mas só se for com garantias plenas de que vai dar certo. Quando vejo esse tipo de postura, costumo dizer: “Você está querendo fazer um omelete sem quebrar os ovos!”. Não dá. Não dá mesmo. Poderia citar aqui inúmeros ditados populares que falam sobre escolhas, renúncias e implicações. No fundo, a vida é uma grande sequência de encruzilhadas, onde, a todo momento, temos que fazer escolhas, renúncias e correr riscos.

Mas sigo batendo na tecla de que não existe melhor momento para se tomar decisões. Não é porque estamos vivendo um momento difícil que temos que nos paralisar. Aliás, como já disse inúmeras vezes, nas crises há muitas oportunidades de mudança para melhor. Porém, somente aqueles que ousam não se acomodar, que mantém um olhar para fora da sua rotina e do seu meio , que nutrem a sua rede de relacionamentos, conseguem enxergar e aproveitar as melhores oportunidades.

As decisões implicam em escolhas e, por sua vez, em renúncias. Muitas vezes no nosso trabalho vivemos o dilema de uma escolha e a sua respectiva renúncia. Ao promover um profissional de uma equipe, tomamos a decisão de não promover seus pares. Ao alocar recursos para um projeto, abrimos mão de outro. Ao abortar um projeto, abrimos mão de ver o seu resultado. Enfim e mais uma vez, “a cada escolha, uma renúncia”. O certo? Ah, isso só o tempo responde. Ele, no final das contas, é o melhor juiz e que vai fazer o balanço das nossas decisões.

O que não podemos, nunca, é cometer dois erros. Primeiro, o de não decidir. A indecisão também é uma decisão, e a pior de todas. O segundo erro é querer se esquivar das renúncias. Querer agradar a todos, não correr riscos, não abrir mão de uma coisa para ter outra e por aí vai. Se tivermos essa consciência, não nos acomodarmos em nenhum momento, muito menos em momentos difíceis, e tivermos objetivos claros e continuamente ratificados, seguimos em frente.

Já que o fim do ano está chegando, aproveite para pensar um pouco nas suas atitudes em relação ao seu processo de tomada de decisões. Quantas decisões você deixou de tomar? Por quê? Quais riscos você realmente deixou de correr? Como acha que teria sido melhor se tivesse levado adiante alguma decisão? Será que você não tem perdido oportunidades porque está sempre querendo fazer um omelete sem quebrar alguns ovos?

Essas são boas questões para discutir com pessoas da sua confiança nessa época do ano, ainda mais se em cima da mesa tiver uma boa garrafa de vinho ou da sua bebida preferida. Até o próximo!

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.

 marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo 

LinkedIn: Marcelo Veras - Skype: verasmarcelo - Tel: (19) 99610-3105 (19) 99482-3333

 

João Marcelo Furlan - Colunista Liderança deu entrevista na TV Futura sobre "trabalho e estudo", confiram!

48% dos jovens no Brasil pagam seu próprio estudo em nível superior.

Pessoal, neste programa da TV Futura da Fund. Roberto Marinho, pude contribuir um pouco falando sobre o perfil atual dos estudantes e como desenvolver as habilidades comportamentais (soft skills) tão importantes para o sucesso no trabalho.

Um forte abraço a todos, 

João Marcelo Furlan

 

Enora Leaders, empresa de consultoria em desenvolvimento organizacional, Vice- Presidente de Desenvolvimento e Expansão Regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos para o estado de São Paulo (ABRH-SP) e criador do blog “Liderama”. Linkedin: br.linkedin.com/in/joaofurlan. site: www.enora.com.br Fone: 19 3365-0080