Rolha ou rosca: A diferença entre os tipos de fechamento do vinho

Não, o vinho que você costuma comprar no supermercado não precisa de uma rolha de cortiça



Quando o assunto é vinho, muitos mitos rondam as opiniões dos brasileiros. Um dos mais comuns é achar que um vinho fechado com screwcap (ou tampa de rosca) não tem tanta qualidade do que o vinho com rolha de cortiça.

Na verdade, segundo a sommelière da Evino, Natália Cacioli, a tampa de rosca e a rolha não interferem em nada no sabor, textura ou aroma de um vinho de consumo imediato, ou seja, aquele que já sai da vinícola pronto para ser consumido, com cerca de 5 anos de safra. "No dia a dia, tanto a rolha quanto a rosca protegem o vinho."

A rolha de cortiça, extraída da árvore sobreiro, surgiu em meados do século 14, quando o vinho passou a ser armazenado em garrafas de vidro. Ela é primordial em vinhos de guarda, que custam mais de R$ 150. "A rolha permite a micro-oxigenação do vinho. Esse pequeno contato com oxigênio favorece o amadurecimento e envelhecimento saudável do vinho, e assim ele evolui", explica Cacioli. "Mas estes vinhos são caros e são feitos para ficarem armazenados por, ao menos, 15 anos."

A screwcap foi criada nos anos 1960 e nada mais é que uma cápsula de metal com ranhuras que tornam possível abrir e fechar garrafas. Por ser mais acessível e prática, ela se tornou tendência em todo o mundo e é principalmente utilizada em vinho branco e rosé, que são mais jovens e frescos. Mas hoje são também utilizadas em garrafas de vinho tinto.

Portanto, para o vinho que você pretende tomar em um jantar ou com amigos, não precisa se preocupar com o fechamento da bebida. Por que, então, ainda associamos má qualidade ao uso da rosca?

De acordo com Cacioli, ainda existe muito preconceito com a screwcap no Brasil. "Muitos fabricantes utilizam a rolha de cortiça para não perder consumidor. Isso acaba encarecendo o produto, já que a rolha é mais cara que a tampa de rosca", explica. Ela acrescenta que a rosca é usada amplamente em países como Austrália, Nova Zelândia, Alemanha e África do Sul.

A sommelière lembra que a escolha entre os 2 tipos de fechamento não deve ser sobre qualidade, mas sim sobre a proposta do vinho; se é um vinho de consumo imediato ou uma bebida de guarda. "Um vinho de 30 a 40 reais não precisa de todo esse preparo. Economize e seja feliz", finaliza.

Fonte: https://www.huffpostbrasil.com/2018/11/02/rolha-ou-rosca-a-diferenca-entre-os-tipos-de-fechamento-do-vinho_a_23578092/