Junho é mês de festa junina, de tirar o vestido de chita e a camisa xadrez do guarda-roupa e se vestir de simplicidade.
Mandar correio elegante, dançar quadrilha e dividir maçã do amor.
É mês de Santo Antônio, São Pedro e São João.
Pra quem é casado e tem filhos é mês de assistir a quadrilha ensaiada pelos filhos ao som das músicas típicas e voltar a ser criança.
É curtir a grande roda e lembrar-se da época em que era o personagem principal da dança, do avancê, tour...
- Olha a cobra!
- É mentira!
- Olha a chuva!
- Já passou!
Difícil quem não goste da parte gastronômica dessa festa. É quentão, arroz doce, vinho quente, cuscuz, cachorro quente, pé-de-moleque, bolo de fubá, canjica, tanta coisa gostosa que mal sabemos o que escolher. Um pouquinho de tudo parece o melhor dos mundos!
Meus filhos e a filha da Fernanda, minha parceira no blog estudam numa escola que segue as ideias da Pedagogia Freinet. Cada pedacinho da festa é preparado por eles.
Logo do portão já começamos a entrar no clima da festa. Um painel enorme cheio de bandeirinhas dá um colorido especial. São bonecos gigantes, enfeites diversos e em cada sala de aula brincadeiras preparadas pelas turmas dos períodos da manhã e da tarde.
As crianças tem que cuidar de suas brincadeiras, intercalando os alunos, de forma que todos trabalhem efetivamente na preparação, produção, na atividade em si e no pós para desmontar as brincadeiras e fazer a sala de aula voltar ao normal.
As danças das turmas do infantil ao quinto ano são ensaiadas pelos professores, mas a partir do sexto a coreografia é de responsabilidade dos nonos anos. É tocante ver o envolvimento e dedicação desses adolescentes!
Não há quase semelhança com o que me lembro das minhas quadrilhas, sempre tão parecidas e repetitivas. Alguns passos clássicos são feitos, mas a grande maioria é desenvolvida a partir de um misto de culturas das danças brasileiras.
Porém uma tradição é mantida e é o momento mais esperado pelas crianças, e por muitos pais também: O passeio da lanterna!
Com uma lata de leite em pó, argila, uma vela e muita criatividade envolvida, as crianças do infantil ao quinto ano preparam suas lanternas, cada uma delas com o design do artista que a segura.
Às dezoito horas, quase em ponto, as crianças se reúnem com seus professores na quadra, acendem suas lanternas enquanto as luzes da escola se apagam e iniciam uma caminhada suave e tranquila ao som da música que eu há tempos já sei de cór:
“Eu vou com minha lanterna, e ela comigo vai. No céu brilham estrelas, na terra brilhamos nós. A luz se apagou, pra casa eu vou, com a minha lanterna na mão. A luz se apagou pra casa eu vou, com a minha lanterna na mão”.
Depois de algumas voltas, tanto o passeio como a música vão se acalmando, o som vai ficando baixinho, as crianças sentam-se e ouvem a voz da diretora. É um momento de bastante silêncio onde ela pede para que façam um pedido, em seguida todos apagam suas velas, deixando tudo escuro por alguns segundos. Num repente nossos olhos e ouvidos são surpreendidos pelos fogos que riscam o céu, deixando nossos corações saltitantes de emoção.
Percebi que minha filha estava chorosa e corri para saber o que era. Com lágrimas nos olhos, disse estar triste por ser aquele seu último passeio da lanterna. Acolhi Gabriela em meus braços e a apertei contra meu peito.
São momentos simples como esse que aquecem nossos corações, dão mais brilho e vida para nossos caminhos, momentos especiais que jamais esqueceremos…
Andréa Figueira
Andrea Figueira
Economista de formação, pós graduada em Marketing, atualmente Blogueira. Casada, 2 filhos e sincera além da conta. Gosto de ver, de ouvir e adoro falar. Sou colecionadora de amigos, meus grandes tesouros. Também sou psicóloga de meia pataca, amigos me procuram pra contar segredos e pedir conselhos. Blog: http://ordensedesordensnocasamento.blogspot.com.br/