Nossa primeira Maratona de Revezamento - Coluna Blogs que indico por Fernanda Terribile (Blog Somos Especiais)



O Projeto Correndo com amor, da Drica Siqueira ( e meu tbem ) fez uma parceria com a Associação Paralimpica de Campinas para montarmos uma equipe e correr a Primeira Maratona de Campinas. Momento histórico para nós! 

Juntamos 3 pessoas com deficiência: o Danilo Terribile, o Fabio Ribeiro e o Alexsander Amaral, que foi conduzido por seu pai. Os outros 3 eram amigos. Destaque para o Marcelo, da Associação Paralimpica  e que acabou sendo o técnico da turma.

Tivemos o apoio da Prefeitura, através da Secretaria de Esportes , que garantiu a  inscrição. Pessoas com deficiência foram isentas da taxa. Bela iniciativa! 

Para completar os 42 km cada um dos atletas fez 7 km, no mesmo percurso.
Eu Danilo e Drica iniciamos a prova. Largamos 5 minutos antes da multidao. A Katia Malaquias, que corre muuuito, fez companhia prá nós.

Largamos da Avenida Norte Sul, fizemos o retorno na curva conhecida como " ferradura ", continuamos pela Norte Sul, retiramos após a subidinha do Hotel Vitoria e reta final rumo ao último km. Dan estava especialmente calmo , de olhos abertos e atento.

Esporte prova que a deficiência não nos limita de sentir e ver a vida, com cadeira de rodas podemos fazer varias coisas.

Adaptamos um triciclo específico para corridas. NA Maratona estreiamos o que apelidamos de " Ferrari do Dan".

Na chegada encontrei com meu treinador, João Fortes, da Fortes Training e me desabei em lágrimas. Emoção que não se segura! Chegar até aqui não foi fácil!

O Adalberto e o Alex nos esperavam. Iam correr sozinhos. Foi então que pedimos para a Katia fazer companhia. Ela, que gentilmente fez os 7km conosco completou mais 7!
São os anjos que aparecem no percurso. Sem eles não finalizaríamos!

Os 3 fizeram o percurso tranquilamente . Adalberto e Alex , uma dupla que começou a correr com a gente é muito nos alegra. Alex tem 4 anos, é nosso mascote!

O Fábio Ribeiro esperava o trio. Deficiente visual e que corre sem guias, o Fábio é um show à parte. Enquanto nós fizemos tempo de 45 minutos o Fábio fez em 28. 

Pergunto me: a deficiência limita em que? Quem quer faz! Orgulho enorme de correr na sua equipe, Fábio!

O Luiz Marcelo foi o próximo. Ex técnico da Associação Paralimpica e atual gerente administrativo da Instituição, ele foi o cabeça .
Organizou, acompanhou, preocupou se com todos os detalhes. Tivemos uma tenda para descansar e nos preparar. Teve até colinho gostoso! Descanso!

Marcelo, sua experiência e sabedoria ajudaram nossa equipe! 

Por fim o Rodriguinho Prado e sua namorada Fabiana Riglione fecharam  a Maratona.
Lindamente!

Esperamos a Fabi chegar e fomos juntos para a linha de chegada! 

De mãos dadas pela inclusão!

Fernanda Terribele Tezin Ferreira

 

Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mãe da Isadora e do Danilo, q tem paralisia cerebral severa. Criou o blog www.somosespeciais.com.br para dividir sua história com outras famílias e incentivar a pratica do esporte, principalmente a corrida. Participa de corridas de rua com o filho cadeirante .


Você pode colorir a vida mesmo com adversidades por Andrea Figueira (Blog Ordens e Desordens) - Coluna Blogs que indico

Para quem não me conhece bem, sou casada há 15 anos com o Bruno e tenho dois filhos: Gabriela de 10 e Gustavo de 7 anos.

O Guga nasceu com uma deficiência imunológica rara chamada Doença Granulomatosa Crônica (DGC). Explicando rapidamente, meu filho não tinha defesas para bactérias e fungos que para a maioria das pessoas seriam inofensivos.

Aos 38 dias de vida, o Gustavo foi internado com temperatura de 40ºC e com uma saliência no pescoço que lembrava caxumba. Permaneceu 30 dias na UTI até a descoberta da doença e enfim, a alta.

Saímos do hospital fragilizados, com medo do desconhecido e passamos a viver mais isolados das pessoas, imersos num mundo de álcool 70%, esterilizações constantes e menos contato com amigos e família.

Fizemos uma consulta com o médico que diagnosticou o Guga e saímos de lá num misto de tensão e hipnose.

Nosso filho tinha basicamente duas opções:

  1. Tomar antibiótico de 12x12 horas e mais um tipo de vacina caríssima 3x por semana. Evitar chuva, pisar na grama, areia, contato com pessoas doentes, etc. E, como disse o médico, ter uma vida relativamente normal

 

  1. Fazer um Transplante de medula óssea (TMO), que também teria duas chances: curá-lo ou matá-lo.

Nesse instante, eu e o Bruno nos olhamos e falamos quase simultaneamente que faríamos o transplante.

O pensamento foi: se há uma chance do nosso filho ter uma vida normal, é dessa chance que iremos atrás.

Ainda não tínhamos ideia do caminho que iríamos percorrer, nem das dificuldades que viriam, mas levantamos a cabeça e procuramos colocar um sorriso no rosto. Pedimos orações, rezas, energias positivas, imposições de mãos e tudo o que nossos familiares e amigos de todas as religiões poderiam fazer por nós.

Quando nos encontramos numa situação como essa não podemos negar qualquer ajuda. Precisamos ser humildes o suficiente para saber que não daremos conta do recado sozinhos. Com isso não estou dizendo para se vitimizar e achar que não dará conta de nada, muito pelo contrário, só estou dizendo que toda a ajuda é bem vinda.

A arrogância deve estar fora do seu dicionário, a paciência e a fé devem ser fortalecidas diariamente.

Outro ponto de extrema importância é que o casal deve se ajudar, amparar um ao outro. Há momentos que a balança pende para um lado e quem está mais forte deve amparar quem está em baixa.

Conheci muitos casais que se separam por conta dessas dificuldades. Não é fácil. A rotina muda, a vida fica mais complicada mas o amor deve prevalecer e ser cultivado ainda que os espinhos estejam por perto.

Voltando ao Guga, passamos a procurar um doador compatível e para a nossa sorte, a irmã dele, Gabriela, era 100% compatível.

Com 10 meses de vida o Gustavo foi submetido ao TMO. Dez dias de quimioterapia para “matar” a medula doente e preparar o corpo para a medula saudável.

Dia 23/01/2009 foi o dia “D”. Gabriela doou a medula ao irmão e eu passei a noite andando de um lado para o outro. Meus filhos estavam internados em extremos opostos do corredor daquele andar do hospital. O Bruno dormiu com o Guga e eu com a Gabi.

Minha filha morou 7 meses na casa da minha cunhada em Campinas enquanto eu, Bruno e Guga moramos boa parte do tempo em um hospital e outra num quitinete em São Paulo. Via minha filha poucas horas nos finais de semana.

Foram muitas idas e vindas de São Paulo para Campinas, algumas altas que duraram menos que dois dias até que as coisas foram voltando, vagarosamente, ao normal.

Hoje o acompanhamento é anual. O Guga foi o primeiro caso de cura dessa doença no Brasil, mas não é mais o único.

Tivemos a nosso favor: família unida e maravilhosa, doador compatível, médicos e enfermeiros presentes e muito otimismo para lidar com as adversidades.

Em meio a essa situação também lidávamos com a internação da avó do Bruno, a descoberta de um câncer de estômago no meu pai, uma hemorragia severa em uma tia-mãe que quase foi a óbito.

Não foi fácil. A vida é complicada, mas precisamos de um olhar mais simples para as coisas, devemos valorizar menos os bens materiais e mais a nossa saúde, as brincadeiras com as crianças, o sexo com quem amamos, a amizade sincera, a família.

Tudo é possível. As coisas acontecerão de qualquer maneira, querendo você ou não. Procure o melhor dentro do seu dia a dia.

Dia desses fui a uma festa de imunodeficientes em São Paulo e chorei ao ver a superação das crianças, adolescentes e adultos perante essas doenças que vem sem aviso.

Fui para dar testemunho da cura do meu filho mas o que testemunhei foi a força e a garra dessas pessoas que lutam para se manter vivos e com dignidade.

Vou partilhar um vídeo muito particular de minha família, que mostra um pouco da nossa experiência. As adversidades acontecem, mas não podemos deixar que elas escureçam nosso modo de ver a vida. 

"Coloque mais cor nos seus dias e dê mais sorrisos às pessoas que te rodeiam."

Peço, para quem puder, que se cadastre como doador de medula óssea. Minha filha tinha 3 anos quando fez a doação. Eu faço parte do cadastro de doadores e espero ansiosa para que me chamem um dia. Abaixo link do video e das informações para doação de medula óssea.

Video: http://migre.me/pWJLA

Cadastro de doação de medula

 

Link do blog: http://migre.me/pYqcXVocê pode colorir a vida mesmo com as adversidades?

Andréa Figueira

Andrea Figueira

 

Economista de formação, pós graduada em Marketing, atualmente Blogueira. Casada, 2 filhos e sincera além da conta. Gosto de ver, de ouvir e adoro falar. Sou colecionadora de amigos, meus grandes tesouros. Também sou psicóloga de meia pataca, amigos me procuram pra contar segredos e  pedir  conselhos.  Blog: http://ordensedesordensnocasamento.blogspot.com.br/

Mamãe, por que ele não pode brincar comigo? (Marina Barone Dantas) de Fernanda Terribile - Blogs que indico

Olá, meu nome é Marina, sou mãe do Gabriel de 4 anos.  Sim, meu filho é deficiente, ele tem paralisia cerebral!

Talvez você não se lembre de nós, mas nós nunca esqueceremos seu olhar e nem do seu filho!

Vou ajudá-la a lembrar: Estávamos em um parque brincando com o Gabriel no escorregador e seu filho docemente se aproximou e aguardou o Gabriel escorregar, o que me deixou muito feliz, adoro que as crianças se aproximem!

Peguei o Gabriel do escorregador e falei "Agora é a vez do amigo!" Seu filho escorregou e o Gabriel ficou muito feliz em perceber que ele estava lá! E assim ficaram por um tempo, revezando a vez de escorregar! Eu e meu marido nos olhávamos muito felizes em ver o quanto seu filho é especial e sensível!

Até que você o chamou e recomendou que ele fosse a outro brinquedo...não acreditei no seu olhar e que esta situação estava acontecendo... estou até agora tentando entender o que a levou a ter uma atitude como essa... prefiro acreditar que seja a falta de informação!

Fiquei pensando se eu não tivesse o Gabriel, se eu saberia lidar com essa situação. Resolvi escrever para ver se consigo ajudar você e outros pais como lidar com meu filho.

1. É importante saber que deficiência não é contagiosa, se seu filho se aproximar do meu te garanto que ambos aprenderão muito com essa relação! Ele só terá a ganhar, meu filho também, pois cada criança é única e seu filho dará um estímulo único que nenhuma outra criança e nenhuma terapia será capaz de fazer!

2. Você não precisa ter dó, nem ensinar seu filho a ter! Meu filho é uma criança como outra qualquer! Ele tem limitações, mas é muito amado, aceito e feliz! Sim é muito feliz! Não roube

Isso do seu filho, não o ensine a ter preconceito!

3. Não fique com excesso de cuidados! Se você repetir muito para a criança ter cuidado, ela vai ter medo e não irá se aproximar mais! Aja da mesma forma que agiria com qualquer outra criança!

4. Não tem problema se ele fizer perguntas! Nenhuma pergunta feita com naturalidade irá me ofender, ainda mais vinda de uma criança tão doce como seu filho! Estou disposta a informar,

E como todas as pessoas sabemos quando uma pessoa esta mal-intencionada, então se você tem alguma duvida, pode me perguntar, ficarei feliz em responder!  Quem sabe se da próxima vez que nos encontrarmos, você estará mais preparada, nossos filhos poderão brincar e quem sabe surja uma nova amizade?

Fernanda Terribele Tezin Ferreira

 

Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mãe da Isadora e do Danilo, q tem paralisia cerebral severa. Criou o blog www.somosespeciais.com.br para dividir sua história com outras famílias e incentivar a pratica do esporte, principalmente a corrida. Participa de corridas de rua com o filho cadeirante .

 

Eles te convidam: vem correr! por Fernanda Terribile (Blog Somos Especiais) - Coluna Blogs que indico

A expressão do Adolfo na largada da Corrida Oba, no último domingo , expressa uma felicidade que contagia. O rapaz de 45 anos tem paralisia cerebral leve e foi conduzido pela educadora física Pamela Spanholeto e a fonoaudióloga Drica Siqueira durante o percurso de 8 quilômetros. Ao lado o casal Maria Cristina Bittencourt e Luiz Dallari. Eu e Danilo estamos logo atrás. O pneu da cadeira murchou , pensamos em desistir, mas seguimos e fizemos um “ pit stop” num posto de gasolina 500 metros a frente.

As pessoas com deficiência saem cinco minutos antes da largada oficial. Garantimos a nossa segurança e a dos corredores que buscam o pódium e correm em alta velocidade. O momento da saída é quando o coração dispara, o vento começa a bater no rosto e a alegria vem. Adolfo traduz! Temos certeza de estar no caminho certo, prazer somado, adrenalina dividida, esforço que compensa .

A prática regular de atividade física melhora o desenvolvimento motor e psicológico e auxilia no combate ao sedentarismo, principalmente nos cadeirantes, que possuem sua mobilidade reduzida. Eles sentem-se realizados, não só com o movimento, mas também em poder interagir com outras pessoas. Troca que favorece ambos os lados.

É através de pequenos movimentos que descobrimos a capacidade de nossos corpos em realizar gestos  simples até os mais complexos.O corpo é uma máquina e como toda e qualquer máquina precisa estar em constante funcionamento e de reparos para que as peças não sofram desgastes. É aí que surge o papel dos exercícios: manter a máquina funcionando e em bom nível de rendimento, respeitando suas capacidades e percebendo as limitações.

Quanto mais exercícios uma pessoa com mobilidade reduzida fizer melhor seu corpo irá  responder aos movimentos . Surge uma vida mais saudável, melhora na auto-estima  e aprimoração da coordenação motora. Nos últimos meses vemos um Danilo posicionando-se melhor na cadeira de rodas, mais relaxado e feliz. Auto estima agradece!  Vira e mexe ganhamos sorrisos aqui em casa! Lindo!

Estes dois garotões – Danilo e Adolfo- saíram cedo de casa, colocaram-se no meio de 3 mil pessoas ( a Corrida do Oba atrai muitos atletas, inclusive quenianos ) e se aventuraram . Eles te convidam a uma mudança em seu estilo de vida. Exercite-se para se sentir mais disposto, conheça seu corpo, escute sua respiração. Perceba a capacidade que existe dentro de você!

Motive-se com os cadeirantes sorridentes!

Fernanda Terribele Tezin Ferreira

Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mãe da Isadora e do Danilo, q tem paralisia cerebral severa. Criou o blog www.somosespeciais.com.br para dividir sua história com outras famílias e incentivar a pratica do esporte, principalmente a corrida. Participa de corridas de rua com o filho cadeirante .

 








"Nossos primeiros 10 kilometros" - Somos especiais - Coluna "Blogs que indico" por Fernanda Terribele

 A Corrida da Amil no último dia 22 foi nossa estréia no percurso de 10 kilometros. A prova foi em equipe. O pelotão de amigos, como carinhosamente chamamos as pessoas q correm com Dan teve reforço;  Rodrigo Prado, da RP Fit e Bira Lima. E o amigo que me " puxou" durante os últimos 3 K, Luis Antonjo Servin. Luis corre, anima e tira foto!

A largada foi no Largo do Rosário, ponto  tradicional no Centro de Campinas. Percorreu as Avenidas Aquidaba, Norte Sul, Moraes Salles, Aquidaba novamente e Francisco Glocerio.

Enquanto finalizávamos nossos 10k em 1 hora e 07 minutos, o maratonista brasileiro Solonei Rocha da Silva terminava os 21k. Ufa! Quenianos ajudaram a acirrar a disputa.

Para cruzar a linha de chegada treinamos pernas, fôlego e a mente. O corpo humano é controlado pelo cérebro. É ele quem regula as funções e atividades que ocorrem com o nosso organismo. 50% de transpiração e 50% de concentração.

Os amigos do Dan estavam em bom ritmo e a mãe do Dan pensou em diminuir as passadas. No kilometro 7, antes de iniciar as subidas fui re-animada pelo amigo Luis. Se não fosse o Luís eu ficaria para trás!

O Dandan seguia feliz da vida, sendo conduzido pelo Rodriguinho. O atleta joga futebol e fez das ruas o seu campo. Disparou em superacao! Driblou! Correu com suas pernas e as do Dan!

Sei que meu filho mexe com nossos sentimentos mais profundos, emociona e impulsiona! Os corredores passam, aplaudem, incentivam, querem ajudar. Venham!

Queremos mostrar que apesar de nossas limitações- sejam elas físicas- aparentes ou emocionais- escondidas, podemos ir além. Sentir o gostinho da vitória. Conquista sua. Exclusiva!

E que venham outras.  Gratidão !

Dandan, suas pernas voam através das nossas como asas de pássaros. .

Obrigada ao pelotão de amigos.

Abraço forte , tio  Rodrigunho. Dandan.

Fernanda Terribele Tezin Ferreira

 

Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Mãe da Isadora e do Danilo, q tem paralisia cerebral severa.

Criou o blog www.somosespeciais.com.br para dividir sua historia com outras famílias e incentivar a pratica do esporte, principalmente a corrida.

Participa de corridas de rua com o filho cadeirante .