Speakeasy era o termo utilizado para identificar bares e restaurantes que vendiam secretamente bebidas alcoólicas durante a Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933). Estes lugares ficavam escondidos e na maioria deles você só podia entrar com senha ou como convidado.
Considerados secretos, escondidos ou clandestinos, esses lugares ficaram conhecidos por vender bebidas produzidas ilegalmente numa tentativa de driblar as restrições do governo. Eram instalados em ambientes escuros, muitas vezes em porões, quase disfarçados para não chamar atenção.
Hoje, o álcool já está liberado, mas a moda desses bares escondidinhos, que apostam em um marketing discreto, baseado na curiosidade e no boca a boca, conquistam muito adeptos no mundo inteiro.
Com o tempo, a expressão foi se atualizando e alguns endereços tentam manter a essência exigindo, por exemplo, alguma senha para dar acesso aos clientes ou até mesmo a aprovação para ter o perfil seguido no Instagram.
Em Nova York, o Please, Don´t Tell (Por favor, não conte, em português) incorpora essa essência discreta até no nome. Quem passa na rua, não imagina o que está por trás de um pequeno restaurante de hot dog chamado Crif Dog. No final do estabelecimento há uma cabine telefônica antiga, que na verdade é a entrada para o speakeasy. Ao pegar o telefone, o cliente informa o número de pessoas que irão entrar, uma senha e a porta é aberta.
Um outro exemplo é o Hanson’s Shoe Repair, em Orlando, nos Estados Unidos. Ele era uma loja de conserto de sapatos inaugurada em Orlando em 1863, que virou um ponto histórico quando utilizou pela primeira vez um letreiro elétrico na cidade. Hoje, o nome foi mantido, mas ao invés de consertar sapatos o lugar abriga um secreto bar no edifício mais antigo do centro de Orlando.
Para ir ao bar você precisa fazer uma reserva. Quando você liga para reservar uma gravação pergunta se seus sapatos estão lhe incomodando, quando você quer trazê-los à loja, quantas pessoas virão com você e em que horário. Após a ligação você recebe uma mensagem de texto com uma senha de acesso.
Mas, esse esquema de senha e códigos não são em todos os speakeasy atuais e nem é uma regra. Muitos estabelecimentos usam o estilo speakeasy apenas na aparência. Com ares rústicos, com uma a arquitetura projetada para dar a impressão de que o bar está escondido, com iluminação baixa..., no entanto, não tem segredo para entrar, nem obstáculo para conseguir o endereço. Ou seja, conceito speakeasy está justamente no território discreto e pouco badalado onde foi instalado.
Em São Paulo existem vários. Dois exemplos são o Bar do Cofre SubAstor e o Bar dos Arcos.
Bar do Cofre SubAstor está instalado no antigo cofre do Banco do Estado de São Paulo, no subsolo do Edifício Altino Arantes (antigo Banespa). Com ares de speakeasy, a casa surpreende por manter as características originais do cofre, como as portas circulares feitas de concreto e aço reforçado.
Para chegar lá, o cliente precisa descer lances de escada abaixo do hall de entrada do Farol Santander e atravessar as grades de ferro, onde se encontra um bar iluminado ao centro do salão.
No subsolo do Theatro Municipal, uma das casas culturais mais antigas e importantes de São Paulo, abriga o Bar dos Arcos desde dezembro de 2018. A estrutura centenária que abrigava os antigos dutos de ventilação do prédio passou a oferecer alta coquetelaria e gastronomia aos paulistanos, mantendo as características do salão original.
Indo na contramão dos bares tradicionais da cidade, o espaço promove compartilhamento e sociabilidade entre os clientes - em vez de cadeiras e mesas, os visitantes são acomodados em um labirinto de mesas iluminadas, sem lugares marcados.
Fonte e créditos:
- Diário do Comércio (dcomercio.com.br)
-Direto de Orlando (blog.panrotas.com.br)
- Guia da Semana (guiadasemana.com.br)
Fotos Reprodução: Google
Milena Baracat
Coluna Entretenimento
Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Cria conteúdo digital e presta assessoria ao Site Raquel Baracat.