Conheça-se antes de investir numa nova carreira - Coluna Autoconhecimento na Prática por Maurício Duarte

Cássia tinha trabalhado muito na vida e chegou a hora de parar.

 Tendo trabalhado por muitos anos numa grande empresa de contabilidade, sua grande experiência em análise de números e cenários, sua habilidade em colocar débitos e créditos numa planilha e descobrir onde estavam os erros, já tinham lhe rendido todo o reconhecimento e mérito que uma carreira profissional de sucesso poderia lhe proporcionar.

 Tendo começado a trabalhar muito cedo e perseverado na área das Ciências Contábeis, achava que era hora de se aposentar dos números e começar uma nova atividade, mais light, com menos pressão, mais divertida, afinal, ela se considerava nova, com vontade de continuar trabalhando e experiência em trabalho era o que não lhe faltava.

 Capital para começar também não era um empecilho. Sabendo controlar as contas, Cássia havia feito um belo ‘pé de meia’ durante a sua carreira.

 Mas, começar algo do zero era algo que ela não queria.

 Seus elevados níveis de segurança apontavam que ela deveria investir numa franquia, final, já seria algo testado e aprovado.

 Era seguir a receita do bolo e o sucesso seria garantido.

 Visitou feiras de franquias, conversou com amigos, leu e pesquisou muito a respeito do assunto, afinal ela gostava de segurança e previsibilidade.

 Conversando com uma amiga, descobriu que ela tinha investido numa cafeteria num ponto de Shopping Center.

 Era um investimento relativamente alto, mas o negócio não dependia de muitos funcionários, tinha muito tráfego de gente, clientes à vontade, fato que Cássia se alegrou.

 Como era algo muito automatizado, ela mesma poderia tocar praticamente tudo sozinha e, no máximo, teria mais um, ou no máximo mais dois colaboradores.

 Não teve dúvidas. Foi ao franqueador, leu a circular de oferta, gostou e assinou o contrato, que lhe custou bastante de seus recursos financeiros.

 Teve seu ponto aprovado dentro de um shopping, montou e realizou seu sonho de ter um negócio próprio e bem sucedido, afinal tinha tomado todas as precauções necessárias, certo?

 Só que não.

As coisas não caminharam como ela pensava.

Apesar de ser franquia, os resultados não eram os mesmos da amiga com a qual tinha conversado nem parecido com os oferecidos pelo franqueador.

Os custos do shopping eram altos, as vendas não cresciam e o desânimo dela era cada vez maior a cada dia que passava.

Quando imaginava que tinha que se levantar para ir trabalhar naquilo que ela mesmo havia escolhido, o corpo pesava e a vontade era de ficar em casa quietinha até a vontade passar.

 O que aconteceu de errado?

 Ela soube de tudo sobre o negócio, só se esqueceu de saber tudo sobre ela mesma, antes de decidir fechar o negócio.

 Ahhhhhh o bendito Autoconhecimento que tanto se fala!! A tal Inteligência Emocional tão na moda e os Motivadores que não se fala tanto, mas faz toda a diferença nas suas escolhas.

Mas ela achava que tudo aquilo era bobagem, afinal trabalhou por tantos anos sem saber nada daquilo.

 Pois bem, não era.

 Se tivesse feito um planejamento para se conhecer antes de aplicar sua suada poupança num negócio, teria descoberto que, ou ela teria bastante dificuldade para se adaptar ao tipo de negócio que ela estava escolhendo ou teria optado por comprar outro tipo de franquia, que se adaptasse mais ao seu estilo pessoal de atitudes.

 Cássia era muito bem sucedida num tipo de trabalho em que ela, sozinha e quietinha, conseguia resolver as coisas. Não tinha que ficar falando com ninguém, distribuindo sorrisos. Seu negócio não era promover uma experiência para o seu cliente, mas sim, proporcionar informações claras, diretas e concisas, sem rodeios. De forma alguma ela era uma pessoa antipática, não é isso. Ela apenas se cansava desses necessários contatos sociais constantes.

 Tratar clientes diferentes todos os dias, cumprimentar inúmeras vezes por dia e com um sorriso no rosto, não era bem a sua praia.

Na cabeça dela, ter uma franquia de café se limitava a atender, preparar, servir, receber e pronto.

 Não passava pela cabeça dela que para aquele tipo de negócio, gostar de contato com gente, se importar com o que o cliente pensa sobre o estabelecimento e marca seriam importantes, pois eles dizem o que sentem, recomendam ou não o estabelecimento a outras pessoas, baseado na sua experiência local. A tal da ‘experiência do cliente’ incluía a relação com ela. 

 Tomar um café tem que ser um momento de relax, um ponto de parada, um break e, para isso, se sentir acolhido é uma necessidade.

 Cássia estava acostumada a dar boas e más notícias da mesma forma, só precisava ser direta e imparcial. Fornecer um momento de acolhimento e uma experiência agradável não era um de seus talentos naturais.

Não quer dizer que ela não possa ter sucesso mas, se tivesse sido avisada desde o início, das duas uma, ou teria se adaptado melhor para desenvolver seus pontos fracos ou teria procurado um outro ramo para investir seus recursos.

 Assim sendo relembre, #autoconhecimentoliberta e pode poupar muito dinheiro e dissabores em seus futuros projetos de mudanças na vida.

 Isso é autoconhecimento na veia!

 Até a próxima

 Maurício Duarte

Maurício Duarte

Coluna Autoconhecimento

Maurício Duarte é desde 2005, Analista de Perfis Comportamentais, Motivadores, Axiologia e Inteligência Emocional, formado pela TTI - Target Training International. Bacharelado em Comunicação Social pela PUC Campinas, é pós graduado em DPHO- Desenvolvimento de Potencial Humano nas Organizações e Psicanálise. Diretor da Antares Talentos - Desenvolvendo Talentos para a Vida www.antarestalentos.com.br

A importância do autoconhecimento na busca pelo trabalho - Coluna Autoconhecimento na Prática por Maurício Duarte

Yuri é um jovem profissional que se formou há pouco tempo. Logo após ter conquistado o seu diploma, foi à luta para conseguir um bom trabalho.

Na cabeça dele o mais importante era quanto ganharia, quais os benefícios e as possibilidades de ascensão dentro da empresa.

Nada muito diferente do pensamento da grande maioria das pessoas que busca um emprego ou uma nova carreira. Aí dizem, cuidado com o que deseja, você pode conseguir.

E não é que ele conseguiu!

Bem falante, com um ótimo conhecimento geral, foi contratado para ser representante comercial de uma marca bem posicionada no mercado.

Ganhava bem, ótimos benefícios, plano de carreira, não tinha que se esforçar muito para vender pois o cliente comprava dele, afinal era uma marca de renome.

O problema é que todos os dias ele tinha uma agenda com coisas novas para fazer e que poderia mudar durante o dia, pessoas desconhecidas para encontrar e acima de tudo, uma meta muito desafiante para cumprir mensalmente.

Claro, tudo tem prós e contras, mas ele se levantava todos os dias para trabalhar de uma forma mais desanimada do que se poderia imaginar.

Apesar dele ter conseguido os itens imaginados do trabalho perfeito, só se esqueceu de verificar qual era o seu Perfil e Motivadores pessoais para saber se ele aguentaria o tipo de trabalho para o qual foi contratado.

O Mapa Comportamental de Yuri mostra que ele prefere ter uma rotina bem definida, com antecedência, para que tenha segurança de tudo o que precisa preparar e dá preferência a se reunir com pessoas conhecidas. Seu Motivador de competitividade é baixíssimo e ele possui uma rígida norma de vida, enquanto que, no meio comercial em que transita, flexibilizar as coisas e ter um ‘jogo de cintura’ são condições primordiais.

Quando os motivadores não são atendidos, e quando a pessoa se esforça muito para se adaptar ao meio e ao trabalho, os resultados podem ser muito desagradáveis.

Quando essa dessintonia ocorre, não há salário e nem benefícios que segurem alguém no emprego. Acredite, até quem tem muitas dívidas para pagar, sai do trabalho.

E assim aconteceu. Depois de meses comemorando a sexta e blasfemando contra a segunda, Yuri pediu demissão do trabalho que parecia perfeito.

Tudo isso poderia ter sido evitado ou pelo menos minimizado, se ele tivesse comparado seu Mapa Comportamental e de Valores com o perfil necessário para o cargo.

Bom, a essas alturas alguns podem dizer, mas como vou saber o perfil do cargo?

Saiba que ele não é tão importante quanto você saber O SEU PRÓPRIO PERFIL.

CONHECER-SE é mais da metade do caminho para você saber o que faz muito bem e aquilo que não se desempenha tanto. Saber no que investir e no que terá mais dificuldades, se aceitar o desafio.

Perguntas durante a entrevista de emprego lhe dirão se você terá facilidade ou dificuldades de desempenho, desde que se reconheça bem.

Se você, por outro lado, acha que se conhece muito bem, que nunca precisou saber disso até hoje, mas sente que não se levanta para trabalhar de uma forma mais leve e aceitável, se acorda ‘rosnando’ para ir para aquela ‘joça’ de emprego todas as manhãs, acho que deve continuar apostando nas loterias porque, enquanto você não ganha na Mega Sena, creio que terá que se levantar cedo para ir trabalhar como a maioria das pessoas.

Esse ato de se levantar para ir trabalhar pode ser de duas formas.

A primeira é com naturalidade e até alegria, por fazer algo que não lhe consuma todas as forças no final do dia. Que não agrida a sua forma de ser, que não lhe ocasione pensamentos negativos ao pensar no trabalho.

A segunda é de forma pesarosa, com raiva por ter que voltar todos os dias àquele local. Em que você olhe as horas diversas vezes por dia para verificar como está a contagem regressiva até que dê a hora da saída. Que após a saída se sinta esgotado, sem forças, irritado.

Tudo bem, nem todos trabalham com aquilo que gostam, que amam. Que bom seria se houvesse lugar para todas as pessoas trabalharem dessa forma mas, infelizmente, não é essa a realidade.

O que importa é que existem formas de você saber, que tipos de atividades podem lhe desgastar menos e fazer com o que o seu potencial seja melhor utilizado.

Que em caso de troca de emprego, que tipos de trabalho e de atividades você deve evitar, para não se expor a dissabores e até à somatização de doenças.

Obter uma boa análise de seu Mapa Comportamental, de Motivadores e uma avaliação de sua Inteligência Emocional, com uma comparação entre as suas correlações é a chave para uma nova fase de vida.

Não basta saber como se age, mas tem que se saber também o que motiva, quais as aptidões, descobrir os talentos natos, quais as competências e por fim, mas não menos importante, como você expressa seus sentimentos para os outros, pavimenta a trilha para o sucesso nas escolhas de negócios e meios de relacionamentos harmônicos e felizes.

Até a próxima.

 Maurício Duarte

Maurício Duarte

Coluna Autoconhecimento

Maurício Duarte é desde 2005, Analista de Perfis Comportamentais, Motivadores, Axiologia e Inteligência Emocional, formado pela TTI - Target Training International. Bacharelado em Comunicação Social pela PUC Campinas, é pós graduado em DPHO- Desenvolvimento de Potencial Humano nas Organizações e Psicanálise. Diretor da Antares Talentos - Desenvolvendo Talentos para a Vida www.antarestalentos.com.brr