Lá naquela sala, eu tive a sensação de ser uma grande criminosa ou alguém que faria algo de muito errado no país. Mal conseguia responde-lo, ele não me deixava. Seu único intuito foi me fazer sentir mal. Percebi, claro, ter sido um grande erro da agência. Somente o fato de eu ter a permanência australiana, não me concederia um visto japonês. O agente de imigração começou a difamar a nação brasileira de uma forma geral e todos os brasileiros. Nós éramos conhecidos como os que não seguem regras alguma. Me humilhou como se eu fosse a grande culpada de tudo isso. Infelizmente, ele não entendeu que eu não tive a menor intenção de infringir a lei, mas que tudo havia sido um grande equívoco. Segundos depois, minha passagem para o próximo destino já estava programada para as próximas 6 horas e minha bagagem despachada para Cingapura. Eu fiquei transtornada com a atitude do agente, realmente não esperava tanta grosseria. Chorei muito, desabafei através de lágrimas. Horas após meu primeiro imprevisto, comecei a avisar meus amigos (que me esperavam no aeroporto) e minha família. Fui aos poucos me restabelecendo. E, devido a grande quantidade de destinos ao longo da minha viagem, eu procurava conhecer melhor meu próximo destino dias antes de embarcar. Mas dessa vez, eu tive apenas algumas horas. Por causa de toda essa tensão, eu sofri muito durante o voo: não conseguia relaxar e o meu medo de avião duplicou. Lembro das queridas aeromoças me auxiliaram durante as inúmeras turbulências.
Mas, o pior mesmo foi ao chegar em Cingapura. Cheguei de madrugada, sem hotel e com a minha bagagem extraviada pela cia aérea. Eu poderia sofrer horas mais por isso tudo; mas ao contrário, decidi fazer diferente. Decidi então esperar uma semana em Cingapura, mesmo saindo do planejado. Resolvi relaxar nos famosos spas da cidade e fazer trabalho voluntário com deficientes visuais. Quando minha mala chegou, eu já estava pronta, recuperada e cheia de energia para meu próximo destino – Malásia.