Olá a todos! Espero todos estejam bem. Um Reino ladeira baixo... Esse é o retrato do que outrora foi um dos maiores impérios do mundo – o britânico. Hoje é a sexta maior economia do mundo (dados divulgados pelo FMI nos últimos dias) ... Estados Unidos: US$ 26,9 trilhões China: US$ 17,7 trilhões Alemanha: US$ 4,4 trilhões Japão: US$ 4,2 trilhões Índia: US$ 3,7 trilhões Reino Unido: US$ 3,3 trilhões França: US$ 3 trilhões Itália: US$ 2,18 trilhões Brasil: US$ 2,17 trilhões ... o Reino Unido deverá perder posições no ranking na próxima década e em breve a ilha poderá ter uma renda per capita inferior à da Polônia (pasmem!), sim, aquele país que ficou famoso na cidade de Londres como fornecedor de mão de obra barata.
Esse cenário já previsto para daqui 6 anos, já que desde o ano de 2010, o Reino Unido registra um crescimento anual de 0,5% em média, contra 3,6% dos poloneses e a situação, além do risco de saída do seleto grupo de nações das dez maiores economias do planeta, começa a virar um tema político, na esteira grande feito britânico (para não dizer um tiro de bazuca no pé) - o xenófobo BREXIT.
Em diversas entrevistas concedidas, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, acredita que faltam apenas sete anos para que os ingleses sejam mais “pobres” que os poloneses — lembrando que, desde 2010, o país é governado pelos conservadores, ou seja, culpando os rivais pelo declínio econômico.
De acordo com muitos economistas e lideranças, tomando em conta projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) e médias de crescimento dos últimos 20 anos, indicam que a ultrapassagem do PIB per capita da Polônia se daria em 2038 — como mostram dados da consultoria Austin Rating.
O que mais choca (e fere o orgulho dos britânicos, contudo, não é quando isso ocorrerá, mas o simples fato de esta hipótese ser cada vez mais real, já que esse mesmo cálculo do partido da oposição extrapolado para o futuro indica que a renda de romenos e húngaros também deve superar a britânica a partir de 2040, dito isso, todos esses países podem se tornar em horizonte não muito distante mais ricos do que o antigo império — que se juntou ao bloco econômico do velho continente em 1973, mas optou por deixá-lo em 2016, com o rompimento concluído na virada para 2021. Para a grande maioria dos especialistas, o BREXIT é uma das maiores burrices deste reino, embora a trajetória de queda da economia tenha se iniciado com a crise financeira global de 2008 (crise do Subprime).
Estudos empíricos de várias naturezas mostram inequivocamente que o Reino Unido sofre as consequências do BREXIT desde 2016 [já que o plebiscito foi em junho daquele ano] no comércio para os dois lados e em investimentos estrangeiros diretos — de acordo com o Centro para Estudos de Políticas Europeias, de Bruxelas. As cenas de pobreza que se vê nas ruas das cidades britânicas são cada vez mais cenas de desolação — o contrário do que se imagina em economias pujantes e em expansão. Os bancos de alimentos operam no limite nunca visto com cerca de 90% das entidades que os administram registrando aumento de demanda, entre elas de aposentados e funcionários do sistema de saúde.
A fila de quem espera por sopa no mês de março mais frio desde 2010, no final da tarde, em frente aos badalados teatros do West End e nas praças do decadente balneário de Bournemouth, Dorset (outrora destino de veraneio de endinheirados).
Para o Escritório para Responsabilidade Orçamentária, a renda disponível das famílias terá queda de 4,3% entre 2022 e 2023, o maior da série histórica iniciada em 1956 e isso não se refere a desempregados, mas sim a pessoas que têm emprego, já que se trata de uma questão salarial.
Um dos 3 pilares dos principais problemas para o país são... - a queda de produtividade, - o uso da terra [a especulação imobiliária dificulta a moradia e investimentos que envolvam propriedades] e, - o Brexit Para muitos estudiosos, a economia britânica perderá posições no ranking global para Brasil, Coreia do Sul e Indonésia em pouco mais de uma década.
A ex-colônia britânica, a Índia já deixou o antigo império para trás no ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo FMI. O desabastecimento e racionamento voltaram ao cardápio nacional, algo que não se vê desde a guerra, já que falta de tudo nas prateleiras dos supermercados (Eu, como morador do Reino Unido há 4 anos sou prova viva dessa mudança melancólica no Reino Unido todos os dias). As razões vão desde o custo de energia para plantá-los (as contas aumentaram em 130% o último ano), a escassez mão de obra provocada pelo BREXIT e as más condições do tempo em países de onde parte deles é importada.
Para ser ter uma idéia de como a crise atingiu em cheio os britânicos e agregados, até os jornais e rádios periodicamente têm divulgado receitas com beterrabas, rabanetes e repolho branco e roxo, que nunca faltam, como alternativas aos tomates, pepinos e pimentões.
A inflação se mantém acima de 10% ao ano — o nível mais elevado das últimas quatro décadas. O bem-estar social virou regra depois da Segunda Guerra Mundial e o NHS se tornou quase uma religião, os sucessivos cortes orçamentários, a falta de médicos e enfermeiros (milhares deles europeus que voltaram a seus países depois do BREXIT) e as condições de trabalho cada vez mais difíceis, sobretudo depois dos gargalos criados pela pandemia, fizeram com que proliferassem algo que jamais se imaginou no Reino Unido: empresas de planos de saúde (sim, ter boa saúde no Reino Unido é ser atendido pelo convênio).
O slogan do inverno foi “eating ou heating” e a conceituada escola London School of Economics (LSE) salientou em estudo recente que a crise do custo de vida é emergência sanitária como havia sido a pandemia.
Este ano de 2024, a previsão é de retração de 0,6% para a economia britânica, o pior desempenho entre o grupo das sete nações mais ricas do mundo., sendo seguida pela Rússia, sob pesadas sanções e em guerra, terá um leve crescimento de 0,3%, segundo dados do FMI. Como já se diz o ditado...aqui se faz e aqui se paga e parece que a conta para os britânicos estão sobre a mesa nesse momento.
Tem dúvidas, estou à disposição. Até mais!
Rodrigo Teixeira Mendes
Coluna Investimentos
Natural de São Paulo-SP-Brasil e hoje residindo em Bournemouth-Dorset, Inglaterra, com graduação em Direito pela UNIP e pós graduação em Administração de Negócios pelo Mackenzie e Finanças Corporativas pela UNICAMP.