Vocês repararam que a maternidade hoje em dia é imersa em um Mundo de obrigações e padrões pré-estabelecidos?
Percebeu que ser uma boa mãe é conseguir alcançar todas as metas e ditames que terceiros, como escritores e a sociedade, nos impuseram?
Para tudo no dia-a-dia de uma mãe há um propósito. As brincadeiras, por exemplo, se formos seguir o modelo de uma boa mãe (segundo os padrões), será sempre relacionada a algo maior.
Brincar de desenhar para desenvolver o lado artístico, de empilhar para desenvolver a coordenação motora, e jamais deixá-los assistir televisão, porque uma mãe modelo não apresenta este tipo diabólico de tecnologia aos filhos.
Peço, então, a permissão para deixar aqui meu ponto de vista. Friso bem, meu ponto de vista. Digo isso porque cada uma de nós tem que ter o seu e ser feliz com ele.
Sabe o que digo para todos esses palpites e pesos que jogam em nossas costas? Relaxe!
No primeiro mês de vida de meu filho tentei ser a mãe dos livros, mas percebi que isto era uma tremenda bobagem. Daí para frente fiz destes livros lindos objetos de decoração. Ficaram ótimos sobre a mesa ao lado de vasos de flores. Passei a ser uma mãe livre. Foi minha melhor escolha.
É obvio que sou super responsável e tento, juntamente com meu marido passar nossos valores ao nosso filho. Aliás, um desses valores é ser livre, não se enclausurar dentro do que o Mundo nos impõe. Como se diz em inglês "think outside the box" (pense fora da caixa, ou seja, do comum). Ser feliz, fazer escolhas respeitando o próximo, o meio ambiente e os animais. Ter responsabilidade, mas jamais ser fruto do que os outros escolhem para nós. É relaxar e viver. Ser leve, levar a vida numa boa.
Esse nosso jeito se reflete até nas nossas brincadeiras. Eu e meu esposo temos os momentos de brincadeiras educacionais, como ler livros, porque achamos importante, mas as brincadeiras sem propósito também fazem parte do nosso cotidiano.
Hoje mesmo começamos a brincar com guache no chão da sala, mas fiquei com medo de sujarmos um edredom xodó que estava por perto. Eu iria acabar com a brincadeira? Jamais! Peguei meu filho, o pote de tinta e fomos brincar de "Smurfs" no box do banheiro.
Nos pintamos inteiros. Foi uma farra. Ele não sabia o que fazer com tanta tinta e lugar para sujar. Era o paraíso da bagunça. Tinta para todos os lados.
Resolvi que era hora de dar banho. Quando joguei a água tudo virou um mar azul. Ele se esbaldou batendo a mão na água e espirrando no box todo.
Depois de muita diversão, dei banho nele, chamei meu esposo que o pegou, secou e colocou uma roupa quentinha. Limpei o box com sabonete mesmo, tomei banho, e o banheiro nem pareceu ter passado por tanta farra.
Qual foi o propósito dessa brincadeira? Nenhum! Mas o que meu filho teve? A mãe por perto dando atenção, amor e fazendo surgirem muitas risadas. Um momento que vai ficar para sempre em nossas vidas.
No fim, o propósito de tudo não é ser feliz? Pense nisso. Relaxe e viva leve. Ninguém sabe o que é melhor para nossos filhos do que nós mesmas.
Um grande beijo com muita energia positiva para vocês.
Agnes Nääs
Coluna Motivacional
Servidora Pública Federal, escritora e integrante do Elas Conectadas, no qual escreve textos e vídeos motivacionais Youtube: Agnes Nääs. Elas Conectadas: www.facebook.com/elasconectadas