Exames ginecológicos de rotina - Coluna Ginecologia e Obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

Fim do ano chegou e eu gosto de nessa época me programar para fazer exames ginecológicos de rotina logo no começo do ano. Então, o texto da nossa colunista Luciana Radomile, médica especialista em ginecologia, veio em boa hora.

Se você, assim como eu, já está pensando em fazer exames ginecológicos de rotina, leia esse post com atenção e saiba os exames que não podem faltar. Confira!

EXAMES GINECOLÓGICOS DE ROTINA

A realização de um check-up anual de exames ginecológicos deve fazer parte da rotina da mulher. Esses exames têm como objetivo garantir o bem-estar e a saúde da mulher e diagnosticar ou tratar algumas doenças como endometriose, HPV, corrimento vaginal anormal ou sangramento fora do período menstrual.

É indicado ir ao ginecologista pelo menos uma vez ao ano, especialmente após a primeira relação sexual, mesmo que não haja sintomas, já que existem doenças ginecológicas que são assintomáticas, principalmente na fase inicial. A partir de alguns exames, o médico pode avaliar a região pélvica da mulher, que corresponde aos ovários e o útero, e as mamas, podendo identificar precocemente algumas doenças. Alguns exemplos de exames que podem ser solicitados na rotina ginecológica são:

Papanicolau

O exame de papanicolau é feito através de uma raspagem do colo do útero e a amostra coletada é enviada para o laboratório para análise. Ele permite identificar infecções vaginais e alterações no colo do útero que podem ser indicativos de câncer. O exame não dói, mas pode haver um leve desconforto quando o médico introduz o espéculo na vagina.

O exame deve ser realizado pelo menos uma vez ao ano e é indicado para todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual ou que têm idade superior a 25 anos.

Ultrassonografia pélvica

A ultrassonografia pélvica é um exame de imagem que permite observar os ovários e o útero, ajudando na detecção precoce de algumas doenças, como ovários policísticos, útero aumentado, endometriose, sangramento vaginal, dor pélvica, gravidez ectópica e infertilidade.

Este exame é realizado através da introdução de um transdutor na barriga ou dentro da vagina, que fornece imagens nítidas e detalhadas do sistema reprodutor feminino, permitindo que o médico identifique alterações.

3. Mamografia

A mamografia é um tipo de raio-x realizado em um aparelho chamado mamógrafo, que comprime a mama e gera imagens de alta qualidade capazes de revelar a existência de sinais precoces do câncer de mama.

A compressão da mama é necessária para que o tecido da glândula mamária seja adequadamente espalhado e eventuais nódulos e microcalcificações revelem-se e o exame seja efetivo.

O eventual desconforto que pode acontecer é totalmente suportável e não deve ser uma barreira para que as mulheres deixem de fazer o exame, pois ele é fundamental para a obtenção de um diagnóstico ainda em fase inicial da doença.

4. Ultrassonografia da mama

Geralmente, o exame de ultrassonografia é solicitado quando se percebe algum caroço durante a palpação da mama ou quando a mamografia for inconclusiva, principalmente na mulher que possui mamas grandes e possui casos de câncer de mama na família.

A ultrassonografia não deve ser confundida com mamografia, nem substitui esse exame, ela é apenas capaz de complementar a avaliação mamária. Embora esse exame também possa identificar nódulos que podem indicar o câncer de mama, a mamografia é o exame mais indicado para ser realizado em mulheres com suspeita de câncer de mama.

Rastreamento infeccioso

O rastreamento infeccioso tem como objetivo identificar a ocorrência de doenças infecciosas que podem ser sexualmente transmissíveis, como é o caso da herpes, HIV, sífilis, clamídia e gonorreia.

Esse rastreio infeccioso pode ser feito através de exame de sangue ou por meio da análise microbiológica da urina ou de secreção vaginal, que além de indicar se há ou não infecção, indica qual é o microrganismo responsável e o melhor tratamento.

6. Colposcopia

A colposcopia permite a observação direta e ampliada do colo do útero e de outras estruturas genitais, como vulva e vagina, podendo identificar, principalmente, alterações celulares benignas, tumores vaginais e sinais de infecção ou inflamação. Normalmente é solicitada pelo ginecologista em um exame de rotina, mas também é indicado quando o exame de papanicolau tem resultados anormais. Esse exame não dói, mas pode causar um certo desconforto, normalmente ardor, quando o ginecologista aplica uma substância para visualizar possíveis alterações no útero, vagina ou vulva da mulher.

7. Histerossalpingografia

A histerossalpingografia é um exame de raio-X em que é utilizado contraste que permite observar o colo do útero e as trompas de Falópio, identificando possíveis causas da infertilidade, além da salpingite, que é a inflamação das trompas uterinas. Esse exame costuma ser dolorido, por isso o médico pode recomendar analgésicos ou anti-inflamatórios antes e depois do exame. Geralmente é solicitado quando há suspeita de esterilidade.

Situações especiais

Em algumas situações, são necessários exames diferenciados para investigações mais apropriadas caso a caso.

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

 Médica Formada pela Faculdade de Medicina da PUC Campinas, Especialização em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp. Membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO- Contato: (19)993649238, dralucianaradomile@gmail.com