Vacinação prevenção meningite meningocócica - Coluna Ginecologia e obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

Caracterizada pela inflamação das meninges (membranas protetoras do sistema nervoso), a meningite pode ter diferentes origens, como: viral, bacteriana, fúngica ou parasitária. De origem bacteriana, a meningite meningocócica é uma das formas mais graves da doença, podendo levar a óbito em até 24 horas ou deixar sequelas para a vida inteira.

Recentemente, um surto de casos de meningite meningocócica do tipo B na Flórida, estado da costa leste dos Estados Unidos, tem aumentado o alerta também no Brasil. A região tem uma grande incidência de brasileiros, entre residentes e visitantes, e o risco da doença migrar para o país pede atenção redobrada.


A boa notícia é que existe vacina contra os principais causadores da doença que são os meningococos do tipo A, B, C, W, e Y. Atenta à questão, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) lança a campanha O Futuro Tá On, com apoio da GSK, que tem por objetivo conscientizar sobre a importância da prevenção para adolescentes e o papel de ginecologistas em garantir o cumprimento do esquema vacinal das pacientes.


“A vacinação contra a meningite meningocócica é muito importante em adolescentes e adultos jovens, pois além de serem mais suscetíveis, eles apresentam um estado de portador que pode ser assintomático e vai infectar outros jovens que podem adoecer com grande repercussão na gravidade da doença”, alerta a ginecologista Cecilia Roteli, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Vacinas da Febrasgo.


Em geral, a transmissão da meningite meningocócica acontece de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta, assim como a COVID-19. Apesar de ser uma doença pouco comum, 1 em cada 5 casos de meningite meningocócica pode gerar sequelas graves como:


Deficiência visual e auditiva
Convulsões e distúrbios neurológicos
Dificuldades comportamentais
Amputação dos membros


No Brasil, a mortalidade pela doença atinge cerca de 2 em cada 10 pessoas infectadas, muitas vezes dentro de 24 a 48 horas após o início dos sintomas. Mesmo quando a doença é diagnosticada precocemente e o tratamento adequado é iniciado, o paciente pode ir a óbito ou ter sequelas, pois a evolução é imprevisível.
A prevenção pela vacinação é, portanto, a forma mais eficaz de combater a doença e deve ser responsabilidade também dos médicos indicá-la, cabendo aos pais e adolescentes o cumprimento dessa orientação.


A vacina meningocócica conjugada quadrivalente (ACWY) integra o Plano Nacional de Imunizações (PNI) e está disponível gratuitamente até a faixa etária de 11 e 12 anos. Em outras faixas etárias a partir dessa idade, a vacina ACWY e a B, sorogrupo que vem aumentando a prevalência pelo surto recente nos Estados Unidos e deve ser recomendada sempre que possível, encontram-se disponíveis em clínicas privadas. Vacine-se e proteja sua saúde. Vacinas salvam vidas.

Fonte: Febrasgo

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

 Médica Formada pela Faculdade de Medicina da PUC Campinas, Especialização em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp. Membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO- Contato: (19)993649238, dralucianaradomile@gmail.com

Conheça o Implanon - um método contraceptivos de longa duração - Coluna Ginecologia e Obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

E ele é seguro? 

O implante contraceptivo consiste em um pequeno bastonete (de 3 a 4 centímetros de comprimento), que pode ser aplicado na parte interna do braço. O produto é semelhante a um palito de fósforo.

O hormônio é o etonogestrel.

Para a aplicação do implante, a mulher recebe uma anestesia local na região em que o contraceptivo será colocado. Uma pequena incisão é feita após a ação da anestesia e o bastonete é aplicado no tecido subcutâneo. Em geral, este procedimento é realizado em consultório médico ou clínica. 

O Implanon é seguro?

Sim, o chip anticoncepcional é considerado um dos métodos mais eficazes de contracepção da atualidade. Isso por que a sua eficácia ultrapassa os 99% durante os cerca de 3 anos em que o implante segue liberando seu princípio ativo para a corrente sanguínea. 

Vantagens do implante contraceptivo

A principal vantagem do implante frente a outros métodos contraceptivos hormonais é que a medicação vai direto para a corrente sanguínea, não ocorrendo uma passagem pelo fígado ou estômago. Outra vantagem é a praticidade, pois tira da mulher a obrigatoriedade do consumo diário e contínuo das pílulas ou a manutenção dos adesivos e anéis vaginais. E ele tem uma ação direta nos hormônios do cérebro para bloquear a ovulação. Já o DIU hormonal, por exemplo, opera apenas localmente para tornar o útero um local hostil para o espermatozoide.

Quem pode usar o implante contraceptivo

Em geral, o implante contraceptivo é indicado para todas as mulheres que desejam evitar uma gravidez e buscam por praticidade no dia a dia. Porém, além de ser um método anticoncepcional eficaz, ele também pode ser usado no tratamento de endometriose e no alívio dos sintomas de TPM.  

Além disso, o implante não tem restrição etária, isto é, pode ser usado por mulheres de todas as idades e é indicado, principalmente, para aquelas pacientes que não se adaptaram com os métodos tradicionais. 

A recomendação para a aplicação do implante é que a paciente esteja no período menstrual e é preciso descartar todas as chances dela estar grávida. Pode ser inserido também durante a amamentação.

Efeitos colaterais do implante contraceptivo

Os efeitos colaterais oferecidos pelo implante contraceptivo são poucos. Normalmente, nos primeiros meses, a mulher pode apresentar sangramento irregular. Poucas deixam de menstruar completamente - quando mulher entra na chamada amenorreia. 

Implante contraceptivo emagrece ou engorda?

Entre os impactos provocados no corpo da mulher, o implante contraceptivo pode levar ao ganho de peso porque ele libera doses de progesterona bem baixas e por um período bem prolongado.

Então, o ganho de peso é mínimo, cerca de um ou dois quilos - isso quando a mulher tem uma predisposição.

Dra Luciana Radomile é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia e acredita que o caminho mais fácil para a saúde é a prevenção.

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

 Médica Formada pela Faculdade de Medicina da PUC Campinas, Especialização em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp. Membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO- Contato: (19)993649238, dralucianaradomile@gmail.com

Depressão Pós-parto - Coluna Ginecologia e Obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

É grande o número de mulheres que se queixa de certa tristeza e irritabilidade depois que dão à luz. A criança nasceu perfeita, com boa saúde, o pai está feliz, os avós também. Nada aconteceu de errado, elas voltam com o bebezinho para casa, onde tudo foi preparado para recebê-lo, mas são invadidas por uma espécie de melancolia que não sabem explicar.

Se esse sentimento for passageiro e desaparecer em alguns dias, não há motivo para preocupação. Seu organismo passou por verdadeiras revoluções hormonais nos últimos tempos que podem ter mexido com o sistema nervoso central.

Mas há mulheres em que a tristeza aparece algumas semanas depois do parto, vai ficando cada vez mais intensa a ponto de torná-las incapazes de exercer as mais simples tarefas do dia a dia, e elas passam a demonstrar desinteresse por tudo que as cercam.

No passado esses sintomas não eram valorizados; ninguém falava em depressão pós-parto. Os transtornos de humor eram considerados traços da personalidade feminina. Sem diagnóstico nem tratamento adequado, ou a doença se resolvia espontaneamente ou tornava-se crônica.

Principais sintomas

Os sintomas e sinais de depressão pós-parto podem surgir logo após o parto, até um ano após o nascimento do bebê, ou ainda durante a gravidez, e geralmente incluem:

 Tristeza constante;

 Choro excessivo;

 Alterações de humor;

 Sentimentos de culpa;

 Baixa auto-estima;

 Cansaço excessivo;

 Dificuldades de se relacionar com o bebê;

 Medo de não conseguir ser boa mãe;

 Irritabilidade;

 Perda de apetite;

 Sentimento de vergonha;

 Ansiedade;

 Falta de prazer nas atividades que gostava;

 Pensamentos de prejudicar o bebê e si mesma;

 Pensamentos suicidas;

 Insônia.

Quanto tempo dura a depressão pós-parto?

A depressão pós-parto pode começar logo após o nascimento do bebê ou até 1 ano após o parto, podendo durar de duas semanas até alguns meses se não for diagnosticada e tratada adequadamente.

Tratamento

O tratamento deve ser composto por psicoterapia e medicação associada, se necessário. Sabemos que fragilidades psíquicas e sociais aumentam a incidência de manifestações depressivas. Problemas financeiros, gravidez solitária, gravidez adolescente e em mulheres mais velhas, antecedentes psiquiátricos, interrupção de tratamentos prévios, baixo suporte social e familiar e questões relacionadas ao bebê podem contribuir para a depressão. É importante oferecer apoio e procurar ajuda de um médico.

Quanto mais cedo você começar o tratamento, melhor será a sua chance de uma recuperação rápida e completa Qual o papel da família no contexto de uma depressão pós-parto?

A família tem papel fundamental nesse momento também. O nascimento de uma criança incide sobre um núcleo familiar; a sensação e experiência de solidão e desamparo podem provocar uma identificação com a condição de desamparo estrutural da criança e interferir na forma de vinculação em construção.

A família também contribui para reconhecer quais sinais mais acentuados se mantêm na mulher. Devem sinalizar e ajudá-la a buscar ajuda, bem como a garantir uma rede de apoio que dê suporte à mãe e ao bebê nesse momento.

Acolhimento sem julgamento, colaboração sem cobranças, garantir um período efetivo de descanso, facilitar o cuidado e o contato entre mãe e bebê, são algumas das funções que a família poderia desempenhar.

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

 Médica Formada pela Faculdade de Medicina da PUC Campinas, Especialização em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp. Membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO- Contato: (19)993649238, dralucianaradomile@gmail.com

O que muda na lei para laqueadura? - Coluna Ginecologia e Obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

O que muda na lei para laqueadura em 2022?

Foi efetuada uma alteração da Lei do Planejamento Familiar (Lei 9.263, de 1996). O texto diminui de 25 para 21 anos a idade mínima, em homens e mulheres de capacidade civil plena, que desejam se submeter ao procedimento voluntário de esterilização. Não há limite mínimo de idade, entretanto, para quem já tenha dois filhos vivos. Além disso, com a revogação de um dos dispositivos da Lei 9.263, não será exigido o consentimento expresso de ambos os cônjuges para que ocorra a esterilização.

O que é laqueadura?

A laqueadura interrompe o fluxo da trompa. É uma cirurgia em que se dá um nó ou se corta a ligação entre o útero e o ovário. É uma interrupção do caminho. Ela pode ser feita como uma cesárea ou por videolaparoscopia. É um procedimento rápido. A técnica pode ser realizada, inclusive, após o parto.

Qual é o tempo de recuperação da cirurgia de laqueadura?

Depende do método. Se é feita durante a cesárea, vale a recuperação da própria cesárea. Se for por um pequeno corte, pelo menos 30 dias de repouso. Se for por videolaparoscopia, então é preciso uma semana de repouso.

Quais são os riscos da laqueadura?

Apesar de simples, ainda é uma cirurgia com riscos atrelados. São os mesmos fatores de qualquer outro processo cirúrgico: alergia à anestesia, sangramentos e infecções.

A laqueadura interfere na menstruação ou nas relações sexuais?

Não há interferência nas relações sexuais. Entretanto, pode haver mudanças no ciclo menstrual, a depender de como é feita a laqueadura. Há pacientes que relatam aumento no sangramento do fluxo ou ciclos mais curtos.

É possível reverter a laqueadura?

A reversão tem uma porcentagem muito baixa. Nós orientamos como método irreversível porque a chance de ter uma gravidez ectópica é muito alta.

Laqueadura pelo SUS

A laqueadura pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Pessoas que desejam seguir com o procedimento devem procurar uma Unidade Básica de Saúde e expressar a vontade. Ela será encaminhada para uma ou mais reuniões sobre planejamento familiar e métodos contraceptivos. Depois, será ouvida por uma equipe multiprofissional.

O que muda na lei para laqueadura em 2022?

Foi efetuada uma alteração da Lei do Planejamento Familiar (Lei 9.263, de 1996). O texto diminui de 25 para 21 anos a idade mínima, em homens e mulheres de capacidade civil plena, que desejam se submeter ao procedimento voluntário de esterilização. Não há limite mínimo de idade, entretanto, para quem já tenha dois filhos vivos. Além disso, com a revogação de um dos dispositivos da Lei 9.263, não será exigido o consentimento expresso de ambos os cônjuges para que ocorra a esterilização.

O que é laqueadura?

A laqueadura interrompe o fluxo da trompa. É uma cirurgia em que se dá um nó ou se corta a ligação entre o útero e o ovário. É uma interrupção do caminho. Ela pode ser feita como uma cesárea ou por videolaparoscopia. É um procedimento rápido. A técnica pode ser realizada, inclusive, após o parto.

Qual é o tempo de recuperação da cirurgia de laqueadura?

Depende do método. Se é feita durante a cesárea, vale a recuperação da própria cesárea. Se for por um pequeno corte, pelo menos 30 dias de repouso. Se for por videolaparoscopia, então é preciso uma semana de repouso.

Quais são os riscos da laqueadura?

Apesar de simples, ainda é uma cirurgia com riscos atrelados. São os mesmos fatores de qualquer outro processo cirúrgico: alergia à anestesia, sangramentos e infecções.

A laqueadura interfere na menstruação ou nas relações sexuais?

Não há interferência nas relações sexuais. Entretanto, pode haver mudanças no ciclo menstrual, a depender de como é feita a laqueadura. Há pacientes que relatam aumento no sangramento do fluxo ou ciclos mais curtos.

É possível reverter a laqueadura?

A reversão tem uma porcentagem muito baixa. Nós orientamos como método irreversível porque a chance de ter uma gravidez ectópica é muito alta.

Laqueadura pelo SUS

A laqueadura pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Pessoas que desejam seguir com o procedimento devem procurar uma Unidade Básica de Saúde e expressar a vontade. Ela será encaminhada para uma ou mais reuniões sobre planejamento familiar e métodos contraceptivos. Depois, será ouvida por uma equipe multiprofissional.

Dra Luciana Radomile é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia e acredita que o caminho mais fácil para a saúde é a prevenção.

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

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Vacinação na gravidez - Coluna Ginecologia e Obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

A vacinação na gravidez é bem importantes, por isso o assunto de hoje é sobre a necessidade de imunização para as mulheres grávidas. É um tema que deixa muitas gestantes com dúvidas. Para ajudá-las, nossa colunista, a Dra. Luciana Radomile, fez um post sobre este tema.

Eu também tenho um vídeo lá no canal sobre o assunto. Assista AQUI.

A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO NA GRAVIDEZ

Muitas mulheres, que por falta de informação, desconhecem a importância de colocar a cartela de vacinação em dia durante a gestação (ou antes de engravidar). Vacina é um assunto de extrema importância para as gestantes, pois  proporciona anticorpos maternos via  placenta para o bebê que ainda está em formação e protegem tanto a mulher quanto o filho.

Influenza (gripe): Pode ser tomada a qualquer momento da gestação, mesmo que você tenha sido vacinada anteriormente. A gripe durante a gravidez pode aumentar em até 30% o risco de nascimento prematuro do bebê.

Tríplice bacteriana – (dTpa – difteria, tétano e coqueluche): Protege a mãe contra as três doenças e o bebê contra o tétano neonatal, que pode ser contraído após o parto se os instrumentos usados para o corte do cordão umbilical estiverem contaminados. No caso da coqueluche, se o bebê for acometido pela doença, ela será mais branda. É indicado tomar entre a 27ª  e a 36ª semanas.

Hepatite B: Se a mãe transmitir hepatite B para o filho, ele corre um risco enorme de apresentar cirrose hepática e câncer hepático quando adulto. A imunização é feita em três doses.

Há outras doenças que podem ser prevenidas por meio da vacinação e que podem ser pouco frequentes no lugar onde você mora, mas que são comuns em outras regiões. Por este motivo, se você pensa em fazer uma viagem internacional, pesquise as vacinas recomendadas segundo o destino. Também é importante saber a opinião do seu médico caso você trabalhe em instalações relacionadas à saúde, ou tem certas doenças crônicas como diabete, hipertensão ou doenças cardiovasculares.

Vacinas que a grávida não pode tomar

As mulheres gestantes não podem tomar vacinas de vírus e bactérias vivos, como é o caso da Tríplice Viral – que combate o Sarampo, a Caxumba e a Rubéola –, Varicela (Catapora), Febre Amarela e BCG (contra a Tuberculose). Essas vacinas são elaboradas a partir do vírus ou da bactéria (no caso da BCG) vivos e atenuados, por isso há o risco, mesmo que seja baixo, de a mulher grávida, que já está com a imunidade alterada por conta da gestação, desenvolver a doença.

As vacinas podem representar riscos à gestante?

As vacinas para gestantes são seguras e não causam problemas à saúde das mamães, porque são de vírus inativado. Em determinadas situações epidemiológicas, vacinas de vírus vivo atenuado podem ser prescritas. É o caso da febre amarela, indicada para as gestantes de cidades onde há circulação do vírus com casos confirmados da doença. Nesses casos, a avaliação é individual, de acordo com o estado de saúde de cada paciente, e o profissional de saúde responsável pelo pré-natal da gestante deve orientar.

É importante lembrar ainda que todas as vacinas citadas, com exceção da vacina contra Catapora, estão disponíveis gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios.

Faça seu pré-natal direitinho, fale com seu médico e cuide da sua saúde e do seu bebê!

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

 Médica Formada pela Faculdade de Medicina da PUC Campinas, Especialização em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp. Membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO- Contato: (19)993649238, dralucianaradomile@gmail.com

Pílula anticoncepcional: o que você precisa saber - Coluna Ginecologia e Obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

A Pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais comum, porém ainda levanta muitas dúvidas a respeito da eficácia.

Então, para esclarecer algumas dessas dúvidas, nossa colunista Dra Luciana Radomile, médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia e que acredita que o caminho mais fácil para a saúde é a prevenção. Confira!

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE PÍLULA ANTICONCEPCIONAL

A primeira pílula anticoncepcional foi lançada no mercado na década de 60,  um método de contracepção que usa hormônios para evitar a ovulação e assim impedir uma gravidez não programada. Além desse benefício, a pílula serve para diminuir cólicas ou o fluxo intenso durante o período menstrual. As primeiras pílulas continham dosagens de hormônios até dez vezes maiores que as atuais.


1. Como funciona a pílula anticoncepcional?

Todo mês o corpo feminino se prepara para uma possível gravidez, passando por mudanças que duram em média de 25 a 30 dias. Elas resultam da liberação de quatro hormônios pelos ovários e pela hipófise (glândula localizada no cérebro que comanda a ação de várias outras glândulas no organismo).

FSH: liberado pela hipófise no começo do ciclo menstrual, ele “avisa” os ovários que os folículos ovarianos (estruturas onde os óvulos se desenvolvem) podem começar a se desenvolver.

Estrógeno: assim que os folículos começam a se desenvolver, eles produzem esse hormônio, que prepara o corpo para uma possível gravidez. Começa a fase folicular do ciclo menstrual, que dura entre 12 e 16 dias, e acaba quando o estradiol chega em seu pico e estimula a hipófise a produzir o hormônio LH. Esse hormônio é reposto nas pílulas anticoncepcionais e pode ser reproduzido com o uso de etinilestradiol, um estrogênio sintético, ou valerato de estradiol, um hormônio natural.

LH: o aumento do LH leva à ovulação de 24 a 36 horas após seu pico, ou seja, marca o início da fase lútea do ciclo menstrual, quando há o aumento da produção de progesterona pelos ovários.

Progesterona: a progesterona leva ao espessamento do endométrio, que se prepara para abrigar um possível bebê. Quando não há fecundação, a progesterona começa a cair, o que leva à descamação do endométrio no final de 14 dias, a menstruação.

Quando a mulher toma o anticoncepcional, ela passa a ter os hormônios do ovário vindos de uma fonte externa, o que bloqueia o eixo hormonal da hipófise, ou seja, a faz reduzir ou deixar de produzir o LH e FSH nos momentos necessários. Com isso, não ocorre a ovulação, já que ela precisa de um pico de LH para ocorrer. Além disso, esses novos hormônios levam a outras alterações no organismo, como:

  • Espessamento do muco cervical (impedindo a penetração dos espermatozoides na cavidade uterina);

  • Alteração do revestimento de dentro do útero, o endométrio, impedindo a implantação do feto;

  • Alteração do transporte de espermatozoides e óvulo dentro das trompas.

As pílulas bloqueiam a hipófise de maneira efetiva e protegem contra gravidez de maneira bastante eficaz porque impedem a ovulação.

2. Tipos de pílula anticoncepcional

As pílulas inicialmente são combinadas em duas categorias:

Pílulas de progestagênio ou minipílula: normalmente possuem apenas progesterona em sua composição, sem o estrógeno associado. Elas agem principalmente impedindo a entrada do espermatozoide no útero, mas nem sempre impedem a maturação do óvulo, que é a ação principal das pílulas combinadas. Tudo depende da quantidade de progesterona que contém.

Normalmente estas pílulas devem ser tomadas continuamente, sem pausa entre as cartelas e todos os 28 comprimidos possuem hormônios.

Pílulas combinadas: elas possuem a combinação de progestagênio com estrógenio e podem se dividir em duas formas:

  • Monofásica:aquelas em que todos os comprimidos possuem a mesma quantidade de hormônio. Os hormônios do comprimido bloqueiam a liberação do hormônio que estimula o crescimento e a ovulação do ovário

  • Multifásica:aquelas em que os comprimidos possuem diferentes quantidades de hormônios. Elas tentam imitar como seria a produção hormonal do organismo para aquele dia do ciclo.

3. Como escolher a melhor pílula

As diferentes pílulas são indicadas de forma particular para cada mulher. Por exemplo, as pílulas de progesterona são indicadas às mulheres que estão amamentando, pois elas não podem tomar estrógenos.

Mas diversos fatores devem ser levados em conta, como:

  • Desejo ou não de menstruar;

  • Presença ou ausência de acne;

  • Presença ou ausência de inchaço;

  • Quantidade e nível de cólicas;

  • Presença ou não de TPM;

  • Presença de problemas ginecológicos como síndrome do ovário policístico, mioma e etc;

  • Contra indicação para uso de estrôgenio.

A melhor maneira de escolher qual a pílula ideal é conversando com o seu ginecologista.

4. Quais as chances de engravidar usando pílula

As chances de engravidar com a pílula anticoncepcional não dependem apenas da pílula, mas também da adesão ao tratamento, quanto mais certinho você tomar, respeitando os horários e não esquecer, mais eficaz será.

Com o uso perfeito, pode-se considerar que as pílulas têm eficácias semelhantes a cerca de 99,8%.

Para garantir que está usando corretamente, certifique-se que:

  • Você toma sua pílula todos os dias no mesmo horário;

  • Mesmo quando esquece, consegue tomá-la em até 12 horas.

O uso contínuo, diário e no mesmo horário é essencial, afinal o organismo tem de receber a dose diária do hormônio de maneira correta para que sua eficácia seja mais garantida. São essas doses hormonais que irão prevenir a gravidez porque elas atuam inibindo a ovulação e, com isso, evitam a fecundação.

No primeiro mês de pílula, no entanto, usá-la sozinha pode não proteger tão bem de uma gravidez, pois o corpo começa a se acostumar com esse novo esquema hormonal, sendo importante associá-la a outros métodos anticoncepcionais.

Alguns outros fatores que podem reduzir a eficácia da pílula:

  • O uso de alguns antibióticos e outras medicações que atuam no metabolismo hepático;

  • Apresentar quadro de diarreia ou vômito após ter ingerido a pílula;

  • Trocá-la por outro método contraceptivo e não usar preservativo nas primeiras semanas.

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

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