Adoro descobertas e a mais recente foi a pintora Anita Malfatti. Muitos devem estar pensando como eu não conhecia a Anita. Sim, eu a conhecia, mas agora o meu olhar é outro e a minha admiração também!
Anita nasceu em 1889. De São Paulo, filha de pai italiano, engenheiro, e mãe, norte-americana, pintora.
Anita viveu pela pintura, pintava com a mão esquerda devido a uma má formação no braço direito, o que a deixou complexada.
Ela teve uma educação em inglês e em 1910 foi para Alemanha estudar pintura por 4 anos.
Logo em seguida ficou dois anos em NY, onde sua arte desabrochou e quando produziu bastante retornando ao Brasil em 1917 realizando sua primeira exposição. Foi um sucesso ao ponto de que a partir dela começou-se a pensar na Semana de Arte Moderna de 1922.
A exposição foi definitivamente o estopim do Movimento Modernista. Artistas como Mário de Andrade e Oswald de Andrade ficaram impressionados com aquela artista ainda desconhecida, e daí surgiu a amizade e o “Grupo dos Cinco”!
Monteiro Lobato, que também era crítico de arte, escreveu um artigo no Jornal “O Estado de São Paulo”, uma dura crítica ao trabalho dela na mesma exposição, e dizem que ela nunca superou a crítica feita por ele, e a partir disso não produziu mais nada impressionante.
O artigo denominado “Paranoia ou Mistificação?”:
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação.(...) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia”.
Dentre as pinturas, minha favorita é Ventania, que pode ser vista em Campos do Jordão, no Palácio do Governo.
“É a obra, ela mesma, que indica ao crítico o método da sua abordagem. Não há uma teoria prévia à obra. Cada obra pede uma interpretação diferente. A história de uma obra de arte é a história do seu autor e de sua época, mas é também a história das sucessivas leituras que dela foram feitas.”
Frederico Morais, 1987.
Mônica Fraga
Arte, Fotografia & Design
Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com