A Arte como já tinha dito em posts anteriores, tem vários papéis, inclusive de registrar a História e de denunciar e protestar sobre questões de sua época.
Já imaginaram se os renascentistas não tivessem retratado as pinturas religiosas, as conquistas dos reis, das batalhas, ou se os pintores europeus, que vieram para cá na época da colonização, não tivessem registrado as paisagens, fauna e flora daquele Brasil ainda “inexplorado”, a cultura indígena, a chegada e feitos dos portugueses aqui? Não teríamos a documentação visual disso tudo!
E nesse momento crítico que estamos vivendo, não somente pela pandemia do Covid-19, mas pela polarização política em nosso país, pelos protestos no mundo inteiro pela morte brutal ocorrida nos Estados Unidos há poucos dias, que deixou evidente que o preconceito racial ainda existe. Eu acho absurdo ter que dizer que todas as pessoas importam, mas parece que muitos não pensam da mesma maneira, infelizmente!
Nesse contexto hoje apresento uma obra de um artista brasileiro, Cildo Meireles, que enfrentou a Ditadura no Brasil, onde o saber e o conhecimento eram reprimidos de forma cruel.
A obra que me fascinou chama-se Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola, 1970, onde ele adesivava frascos retornáveis da bebida (quem aí se lembra??) com mensagens que seriam uma afronta àquele modelo ditatorial, frases subversivas e isso “viralizava”, porque esses frascos voltavam a circular com as bebidas. Isso mostra o quão falho é qualquer sistema, e em tempos analógicos essa foi uma maneira inteligente de disseminar informação. SENSACIONAL!
“É justamente a atividade artística que nos abre um dos caminhos penetrantes de introdução ao ser.”
Mário de Andrade, 1938
Mônica Fraga
Arte, Fotografia & Design
Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com