O mundo ficou louco e o sistema está quebrado - Coluna Investimento por Rodrigo Teixeira Mendes

O mundo está com muito dinheiro! Mas onde está esse montante?
A cada ano que passa vemos os custos subindo, salários achatados, empresas se fundindo, governos com menos capacidade de investir.. em todo o planeta.


Para que possamos entender um pouco dessa dinâmica, resgatei um artigo de Artigo de Ray Dalio, Co-Chief Investment Officer & Co-Chairman da Bridgewater Associates, L.P. que explica com clareza para qual caminho estamos indo, ou seja, em algum momento e se é que não chegou que o planeta está quebrado.

Eu digo estas coisas porque:

– O dinheiro está livre para quem é digno de crédito, porque os investidores que o estão oferecendo estão dispostos a receber menos do que pagam. Mais especificamente, os investidores que emprestam a quem é digno de crédito aceitarão taxas de juros muito baixas ou negativas e não exigirão o reembolso do principal no futuro próximo.

Eles estão fazendo isso porque têm uma quantidade enorme de dinheiro para investir que foi e continua sendo investida pelos bancos centrais que estão comprando ativos financeiros em suas tentativas fúteis de aumentar a atividade econômica e a inflação.

A razão pela qual esse dinheiro que está sendo empurrado pelos investidores não está impulsionando o crescimento e a inflação muito mais é que os investidores que o recebem querem investi-lo em vez de gastá-lo. Essa dinâmica está criando uma dinâmica de “empurrar uma corda” que já aconteceu muitas vezes na história (embora não em nossas vidas) e foi completamente explicada em meu livro Principles for Navigating Big Debt Crises.

Como resultado dessa dinâmica, os preços dos ativos financeiros subiram bastante e os retornos futuros esperados diminuíram enquanto o crescimento econômico e a inflação permanecem lentos. Esses grandes aumentos de preços e os baixos retornos esperados resultantes não são apenas verdadeiros para os títulos; elas são igualmente verdadeiras para ações, capital privado e capital de risco, embora os baixos retornos esperados desses ativos não sejam tão aparentes quanto os investimentos em títulos porque esses investimentos semelhantes a ações não declararam retornos da mesma forma que os títulos.

Como resultado, seus retornos esperados são deixados à imaginação dos investidores. Como os investidores têm muito dinheiro para investir e por causa de histórias de sucesso anteriores de ações de empresas revolucionárias de tecnologia que estão se saindo tão bem, mais empresas do que nunca, desde a bolha das pontocom não precisam obter lucros ou ter caminhos claros para obter lucros para vender suas ações porque, em vez disso, eles podem vender seus sonhos para os investidores que estão cheios de dinheiro e poder de empréstimo.

Agora, há tanto dinheiro querendo comprar esses sonhos que, em alguns casos, os investidores de capital de risco estão investindo dinheiro em startups que não querem mais dinheiro porque já têm mais que o suficiente; mas os investidores estão ameaçando prejudicar essas empresas, fornecendo enorme apoio aos seus concorrentes, se eles não aceitarem o dinheiro.

Essa transferência de dinheiro para os investidores é compreensível, porque esses gerentes de investimento, especialmente os de capital de risco e de private equity, agora têm grandes pilhas de dinheiro comprometido e não investido que precisam investir para cumprir suas promessas aos clientes e cobrar suas taxas.

– Ao mesmo tempo, existem grandes déficits governamentais e quase certamente aumentarão substancialmente, o que exigirá que enormes quantidades de mais dívida sejam vendidas pelos governos – quantias que não podem ser absorvidas naturalmente sem elevar as taxas de juros no momento em que um aumento na taxa de juros seria ser devastador para os mercados e as economias porque o mundo é tão alavancado por muito tempo.

De onde virá o dinheiro para comprar esses títulos e financiar esses déficits? Quase certamente virá dos bancos centrais, que comprarão a dívida produzida com dinheiro recém-impresso. Toda essa dinâmica na qual finanças sólidas estão sendo lançadas pela janela continuará e provavelmente se acelerará, especialmente nos países de moeda de reserva e suas moedas – ou seja, nos EUA, na Europa e no Japão, e no dólar, euro e iene.

– Ao mesmo tempo, os pagamentos de pensões e de responsabilidade com assistência médica cada vez mais vencerão, enquanto muitos dos que são obrigados a pagá-los não têm dinheiro suficiente para cumprir suas obrigações. No momento, muitos fundos de pensão que possuem investimentos destinados a cumprir suas obrigações de pensão usam retornos assumidos que são acordados com seus reguladores. Eles são tipicamente muito mais altos (cerca de 7%) do que os retornos do mercado que estão embutidos nos preços e que provavelmente serão produzidos.

Como resultado, é improvável que muitos daqueles que têm a obrigação de entregar o dinheiro para pagar essas pensões tenham dinheiro suficiente para cumprir suas obrigações. Aqueles que recebem esses benefícios e esperam que esses compromissos sejam cumpridos são normalmente professores e outros funcionários do governo que também estão sendo pressionados por cortes no orçamento. É improvável que aceitem discretamente reduzir seus benefícios.

Embora as obrigações com pensões tenham pelo menos algum financiamento, a maioria das obrigações com a saúde é paga conforme o uso e por causa da mudança demográfica em que menos assalariados estão tendo que apoiar uma população maior de baby boomers que precisam de cuidados de saúde, não há dinheiro suficiente para financiar essas obrigações também.

Como não há dinheiro suficiente para financiar essas obrigações de pensão e assistência médica, provavelmente haverá uma batalha feia para determinar quanto do hiato será preenchido por

1) redução de benefícios, 

2) aumento de impostos e 

3) impressão de dinheiro (o que teria que ser feito no nível federal e passar para aqueles no nível estadual que precisarem).

Isso irá agravar a batalha pelo hiato da riqueza. Embora nenhum desses três caminhos seja bom, imprimir dinheiro é o caminho mais fácil, porque é a maneira mais oculta de criar uma transferência de riqueza e tende a aumentar os preços dos ativos. Afinal, a dívida e outras obrigações financeiras denominadas na quantia devida exigem apenas que os devedores entreguem dinheiro; como não há limitações quanto às quantias de dinheiro que podem ser impressas ou ao valor desse dinheiro, é o caminho mais fácil.

O grande risco desse caminho é que ele ameaça a viabilidade das três principais moedas de reserva mundial como depósitos viáveis de riqueza. Ao mesmo tempo, se os formuladores de políticas não puderem monetizar essas obrigações, a batalha entre ricos e pobres sobre quanto gastos devem ser cortados e quanto impostos devem ser aumentados será muito pior.

Como resultado, os capitalistas ricos se deslocam cada vez mais para lugares em que as diferenças e os conflitos de riqueza são menos graves e os funcionários do governo naqueles que perdem esses grandes contribuintes tentarão cada vez mais encontrar maneiras de prendê-los.

– Ao mesmo tempo em que o dinheiro é essencialmente livre para quem tem dinheiro e capacidade de crédito, ele está essencialmente indisponível para aqueles que não têm dinheiro e capacidade de crédito, o que contribui para o aumento da riqueza, oportunidade e disparidades políticas.

Também contribuem para essas lacunas os avanços tecnológicos que os investidores e os empresários que eu mencionei anteriormente estão entusiasmados nas maneiras que descrevi, e que também substituem os trabalhadores por máquinas. Como o processo de “escorregar” de ter dinheiro no topo escorrendo para trabalhadores e outros, melhorando seus ganhos e credibilidade, não está funcionando, o sistema de fazer o capitalismo funcionar bem para a maioria das pessoas está quebrado.

Esse conjunto de circunstâncias é insustentável e certamente não pode mais ser promovido, como foi promovido desde 2008. É por isso que acredito que o mundo está se aproximando de uma grande mudança de paradigma.

* Artigo de Ray Dalio, Co-Chief Investment Officer & Co-Chairman da Bridgewater Associates, L.P. , publicado no LinkedIn, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint.

Tem dúvidas, estou a sua disposição!

Rodrigo Teixeira Mendes

Coluna Investimentos

Especialista em Finanças Corporativas pela UNICAMP, Especialista em Administração de Negócios pelo MACKENZIE, possui graduação em Direito pela UNIP (2002). Participante do Grupo de Jovens Empreendedores da ACIC - Campinas-SP, Colunista do Site Raquel Baracat sobre Investimentos, criador do Blog No Ponto, Palestrante e proprietário e administrador da Idees Treinamentos e Serviços Administrativos com sólida experiência na área de financeira (mercado de capitais e afins), comercial e relacionamento com clientes com atuação em empresas de variados porte e destaque no mercado há mais de 15 anos sempre buscando se destacar pela Liderança, Habilidade de Negociação e Visão Estratégica.

Desenhando e Implantando uma Estratégia Vencedora - Coluna Gestão Moderna de Negócios por José Roberto de Siqueira

Estratégia é uma palavra com origem no termo grego strategia, que significa plano, método, manobras ou estratagemas usados para alcançar um objetivo ou resultado específico. Na sua origem, a palavra estratégia estava estritamente relacionada com a arte de fazer guerra por um líder militar, um processo que nos leva de uma situação específica à outra desejada.

Cabe ressaltar que os “ líderes”, diferentemente dos “ gerentes”, ao desenharem uma estratégia consideram palavras como: futuro, mudanças, longo prazo, inspiração e visão, perguntas mais do que respostas, simplicidade, intuição e carisma.

Líderes elaboram estratégias, gerentes excutam.

Fundamentalmente, existem três questões que devem ser respondidas quando da elaboração de uma estratégia:

Onde estou?

Onde quero estar?

Como chegar lá?

Para isso, existem várias técnicas, processos, formatos, conceitos e vertentes voltadas a elaboração de uma estratégia. Prefiro simplificar essa abordagem, tornando-a aplicável a qualquer negócio, independentemente de tamanho ou complexidade.

Primeiramente partimos de um diagnóstico da situação atual da empresa do setor e mercado em que participa e da concorrência. Traçamos a seguir os objetivos, as metas, estabelecemos prioridades, as discutimos e as comunicamos de forma clara e resumida à organização.

Além disso, o desempenho e a execução das ações devem ser acompanhados de indicadores monitorados com certa frequência.

O processo estratégico requer integração, paixão, determinação e obedece uma sequência lógica de 10 eventos, a saber:

1.Avalie a situação atual

2.Escreva a visão e ambição da empresa

3.Discuta com as pessoas relevantes (líderes)

4.Colete informações e as analise pragmaticamente

5.Gere ideias e as avalie

6.Selecione as prioridades de acordo com os objetivos financeiros e mercadológicos (participação de mercado, lucratividade e crescimento sustentado, por exemplo)

7.Coloque os planos em ação, determinado quem e quando aplica-los

8.Acompanhe e avalie os resultados

9.Faça frequentes correções de rota (caso a situação exija)

10.Aprenda com o processo, realimentado futuras decisões.

Tenho visto que em algumas empresas, as estratégias têm fracassado, por uma série de razões, gostaria de focar-me em dois dos dez eventos anteriores que julgo serem de fundamental importância para o sucesso de uma boa estratégia.

1.     Avaliando a situação atual – Um bom diagnóstico indica que a estratégia teve um bom e correto começo, pois é nessa fase indicativa que se respondem as perguntas importantes e relevantes aos eventos seguintes. É a base que irá construir a estratégia.

Vamos dividi-la em duas partes Empresa e Setor:

Empresa- Responda às seguintes perguntas

- Quais são meus pontos fortes e fracos?

- Quais são minhas principais competências e vocações como empresa?

- Como posso melhorar e aprimorar meus pontos fracos?

- Como diferenciar-me aprimorando meus pontos fortes?

- Que recursos humanos, tecnológicos e financeiros necessito?

Setor – Responda às seguintes perguntas

- Como reduzir a importância de minha concorrência?

- Como posso melhorar meu poder de barganha juntos a fornecedores e clientes?

- Como posso depender menos de meus fornecedores?

- Como posso dificultar a entrada de novos concorrentes?

- O que posso fazer para diferenciar através da inovação em produtos e processos?

2.     Selecionando as prioridades

A saúde da estratégia é fundamental para seu sucesso. É importante considerar as seguintes variáveis:

- Satisfação dos clientes

- Motivação e qualificação da equipe

- Saúde financeira

- Grau de adaptabilidade aos novos desafios

- Tendências de mercado

Certamente, considerando tais variáveis você terá um melhor “ balizamento” a respeito de sua capacidade em ser um líder decisivo e eficaz. Uma estratégia eficiente deve considerar aspectos que a sustentem e garantam sua correta implantação:

ü Posição Financeira

o   - Lucratividade

o   - Fluxo de Caixa

o   - Valor e retorno para os acionistas

o   - Crescimento a médio e longo prazos

ü Perspectivas do Cliente

o   Grau de satisfação

o   Lealdade e Fidelidade

o   Participação de mercado

o   Índice e valor de recompra

ü Eficiência e Efetividade

o   Gestão de custos e despesas

o   Qualidade em geral

o   Flexibilidade

o   Logística

ü Inovação e Aprendizado

o   Introdução de novos produtos

o   Obsolescência

o   Sistemas e processos

ü Perspectivas dos funcionários

o   Motivação

o   Comunicação

o   Desenvolvimento de competências

Também, gostaria de compartilhar algumas dicas que poderão contribuir par que você não caia em algumas armadilhas comuns quando estiver no processo de desenhar e implantar sua estratégia, são elas:

1.     Não baseie sua estratégia em tamanhos e exclusivamente em abundância de investimentos, pois nunca se sabe quando você terá de cortá-los em função de alguma dificuldade de mercado;

2.     Na sua Cadeia de Valor, avalie o que, de fato, agrega, sustenta e mantém o seu negócio sólido;

3.     Permita-se errar, pois, certamente, isso pode ser menos custoso do eu não arriscar;

4.     Concentre-se em atingir suas metas e não apenas “ destruir” seu competidor. Existem mercados e negócios onde você precisará da figura do concorrente para sobressair-se;

5.     Organize-se em processos voltados ao atendimento dos clientes sem onerar seus custos. Analise bem o quanto custar atender seus clientes (conceito do “ Cost to Serve”);

6.     Diferencie-se não apenas na qualidade de seus produtos e serviços, mas também na qualidade de sua gestão;

7.     Não olhe somente a lucratividade de sua operação, mas também na geração de caixa e no crescimento das vendas em valor;

8.     Tenha sua visão sempre presente nas decisões de médio e longo prazos. Não desvie de sua vocação e objetivo final;

9.     Não se esqueça dos fornecedores e sua disponibilidade de matérias primas ou produtos industrializados;

10.           Nunca deixe de acompanhar aos avanços tecnológicos em produtos, processos e sistemas de gestão.

José Roberto de Siqueira

Coluna Gestão Moderna Negócios

Larga experiência em liderança como Presidente e CEO em empresas multinacionais e nacionais, membro dos Conselhos de Administração e do Lide do grupo Dória, professor de MBA, palestrante e CEO da Premiatta Consultoria: www.premiattaplus.com , Linkedin:  https://www.linkedin.com/in/jose-roberto-de-siqueira-217a032/  Curso on Line: https://cursos.premiattaplus.com - Telefone: (011) 991591939