Fechamento das escolas Estaduais e Municipais em São Paulo - Coluna Pediatria por Dra. Carolian Calafiori de Campos

Um dos temas mais polêmicos relacionados a COVID-19 e as crianças está relacionado a reabertura e fechamento de escolas durante a pandemia .

O prejuízo causado pelo fechamento das escolas , para as crianças e suas famílias, é indiscutível: impactos cognitivos e pedagógicos , distúrbios da saúde mental como depressão e ansiedade, risco de violência, agravos nutricionais como a obesidade, maior tempo nas telas, necessidade de abandono do emprego pelos pais para cuidar das crianças; e esses impactos são maiores ainda em famílias de menor renda e mais expostas à vulnerabilidade social.

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Após um ano de pandemia podemos confirmar , pelas pesquisas e pela ciência, que as crianças e adolescentes apresentam quadros, em sua maioria, leves e ou assintomáticos, sendo que apenas 0,6% dos casos apresentam forma grave, como os descritos em crianças que apresentaram a síndrome inflamatória multissistêmica.

A ciência também comprovou que as crianças transmitem pouco a doença, e as escolas com as medida de proteção adequadas são um ambiente seguro para as crianças.

Pesquisas e dados atuais de 2021 mostram que a taxa de acometimento nas escolas foi 40 vezes menor que na população. Mas, devemos exigir medidas de proteção para todos.

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O retorno às aulas para crianças e adolescentes configura uma operação delicada que envolve PLANEJAMENTO com ênfase em questões de infraestrutura das escolas (inclusive de transporte público) , disponibilidade de materiais, capacitação e proteção dos recursos humanos dos estabelecimentos de ensino, instalações adequadas com banheiros, disponibilidades de pias, além da capacidade das salas de aula, medidas de distanciamento social, uso de máscara, e protocolos de higiene baseados em consensos rigorosos para funcionários, professores e alunos.

As estratégias a serem adotadas por estados e municípios devem buscar o equilíbrio a partir de dados disponíveis e o envolvimento de membros das secretarias de Saúde e de Educação de modo integrado, da comunidade médica e científica, da sociedade e seus representantes, no processo decisório para proteger a população, em especial as crianças e os adolescentes.

E qual é a situação atual do país? Hoje, 12/03/2021 é de uma SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA, o que significa que a pandemia está intensa e extremamente grave, com o sistema de saúde, tanto público como privado, sobrecarregado, e em alguns lugares já colapsado.

Com isso as escolas estaduais e municipais encontram-se mais uma vez fechadas, recebendo apenas alunos que precisam : filhos de profissionais essenciais, crianças com vulnerabilidade alimentar, crianças com dificuldade de acesso à tecnologia, alunos com saúde mental sob risco, e crianças que precisam de acolhimento e reforço.

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O Governo do Estado de São Paulo também recomenda que os recessos de abril e outubro sejam antecipados para o período de 15 a 28 de março , além da antecipação das férias escolares, assegurando a aula presencial em julho ( caso a situação de saúde permita).

A rede particular , poderá adotar outrs medidas, desde que respeite a determinação de não receber alunos presencialmente.

É evidente que as escolas que estavam abertas, não são as culpadas pelo aumento no número de casos e pelo caos se transformou nosso país, mas sim as aglomerações fora do ambiente escolar, como reuniões, festas, falta de políticas públicas acertivas e coerentes, e o relaxamento nas medidas de segurança pela a população, como deixar de usar máscara.

NESSE MOMENTO de EXTREMA gravidade , a recomendação, para quem pode , é ficar em casa. Mas em breve as aulas irão voltar... temos que ter paciência e seguir as recomendações , pois isso poderá acontecer outras vezes esse ano.

Dados : Sociedade Brasileira de Pediatria / Governo do Estado de São Paulo

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Carolina Calafiori de Campos

Coluna Pediatria

Dra Carolina Calafiori de Campos - CRM 146.649 RQE nº 73944 

Médica Formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, Especialização em Pediatria pelo Hospital da Puc Campinas, Especialização em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital da Puc Campinas, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria - Contato: carolinacalafiori@hotmail.com