Você sabia que Hitler também queria ser pintor?
Em 1907 ele foi rejeitado pela Academia de Belas Artes de Viena por não ter talento para se tornar um gênio da pintura.
Trinta anos depois como líder nazista na Alemanha ele passou a perseguir professores, artistas e curadores que se identificavam com a arte não aprovada pelo governo, ou seja, a arte moderna.
Artistas perderam seus cargos em museus e universidades e foram proibidos de exibir ou vender sua arte.
Ele fechou a Bauhaus em 1933, principal escola de arte vanguardista na Alemanha. Foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo.
Confiscou quadros modernistas de coleções públicas e privadas, aproximadamente 5 mil obras, sendo parte disso exibida na Exposição da Arte Degenerada, em 19 de julho de 1937, a maior ação contra a arte modernista.
A mostra foi organizada por Adolf Ziegler, presidente da Câmara de Artes Plásticas do Terceiro Reich, nome dado à Alemanha Nazista no período de 1933 a 1945.
As obras degeneradas fugiam do padrão do naturalismo, que representa as figuras em ambientes naturais, buscando o equilíbrio, harmonia e perfeição. Já a arte modernista tinha como doutrina a liberdade, tão recriminada pelos nazistas.
Vários trabalhos foram apresentados na exposição. Foram 650 obras de 32 museus alemães, de artistas como Picasso, Georges Braque, Lasar Segall, George Grosz, Henri Matisse, Otto Dix, Max Ernst e outros.
A expografia era propositalmente bagunçada, com quadros pendurados de maneira torta e luzes inadequadas.
A "Arte Degenerada" teve mais de 2 milhões de visitantes.
Após a exposição, os quadros com valor no mercado internacional foram leiloados na Suíça. Alguns foram discretamente confiscados por oficiais nazistas.
As obras que não foram vendidas ou embolsadas acabaram, de fato, queimadas.
Ironicamente, muitos artistas alemães só passaram a ser conhecidos no exterior após a exposição.
Hitler e a Arte Degenerada
Em um momento onde fala-se muito de ditadura em nosso país, não ter liberdade de expressão é um retrocesso, um crime contra a humanidade.
“A gente não faz ideia de como mudou até que a mudança já tenha acontecido. Eu mudei de um jeito radical, tudo em mim é diferente: minhas opiniões, as ideias, a visão crítica. Por dentro, por fora, nada é igual. E posso afirmar com segurança, já que é verdade: mudei para melhor.”
Anne Frank, judia morta pelos nazistas após passar anos escondida no sótão de uma casa em Amsterdã.
Mônica Fraga
Arte, Fotografia & Design
Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Curso de História da Arte com o crítico de Arte Rodrigo Naves, Curso de História da Arte Brasileira e Modernismo ao Contemporâneo no MASP, Curso sobre as Mulheres na Arte, no Adelina Instituto e Arte que Acontece, em São Paulo. Instragram: @monicafraga Email: monicabmfraga@gmail.com Twitter: @monicafraga27