Comédia absurda Ubu Rei, de Alfred Jarry, no Teatro do Sesi de Campinas (gratuito)

Os absurdos do poder encenados de forma cômica dão vida ao espetáculo que traz Augusto Marin, como Pai Ubu, e a atriz Esther Góes, como Mãe Ubu  

 

Nos dias 05, 12 e 13 e 19 e 20 de julho (quartas e quintas-feiras), às 20h, acontecem as apresentações gratuitas do espetáculo Ubu Rei, baseado no texto de Alfred Jarry, no Teatro do Sesi de Campinas.

 

O espetáculo teatral tem direção de Armando Liguori Júnior e tradução e concepção de Augusto Marin. No elenco, Augusto Marin, como Pai Ubu, Esther Góes, como mãe Ubu, Paulo Dantas, Armando Liguori, Fabricio Garelli, Juliano Dip e Natalia Albuk. O espetáculo tem duração de 1h 30.

 

Sinopse

 

Mais atual do que nunca, o texto mostra como a ganância e a vaidade exacerbada são capazes de motivar a tomada do poder. Ubu, o protagonista, é um personagem inescrupuloso que beira o grotesco para alcançar seus objetivos. Manipulado pela esposa, Mãe Ubu, e amparado pelos próprios discípulos, decide matar o rei da Polônia para roubar a coroa. Em seguida mata os nobres, juízes e os financistas e trai seus próprios apoiadores. Pai Ubu, novamente movido por Mãe Ubu, vai à guerra contra os russos, mas é derrotado e fogem.    

 

Ubu Rei, uma sátira sobre os tiranos

 

Ao chegar ao trono, Ubu se torna um tirano sanguinário, mas ingênuo e despreparado, o que leva a plateia ao riso. Essa é uma das principais características do trabalho de Alfred Jarry: encenar uma farsa que conduz à gargalhada diante da estupidez humana ao supor uma superioridade diante dos demais.

 

“Ubu Rei é uma sátira sobre o poder, revela como são patéticos os tiranos. Eles jogam com o destino das pessoas como se fossem crianças brincando”, diz Augusto Marin, idealizador do projeto.

 

Ubu não é uma figura composta nos moldes tradicionais, mas uma espécie de síntese animada de rapacidade, crueldade, estupidez, glutonaria, covardia e vulgaridade. Com se o dramaturgo depurasse e, em seguida, ampliasse os perfis humanos mais perversos com uma lente paródica, para devolver ao espectador seu duplo monstruoso.

 

Ubu Rei é, certamente, uma paródia de Macbeth, de Shakespeare. Lembra a figura arlecchinesca e diabólica dos primórdios da Commedia Dell’ Arte.

 

Segundo Armando Liguori, “estamos fazendo uma releitura contemporânea de Ubu Rei, de Alfred Jarry, pós-pandemia, fazendo referencias satíricas sobre o Brasil, os artistas e o teatro”, completa.

 

O absurdo tentando explicar o inexplicável

 

Quando estreou em Paris em 1896, com direção do simbolista Lugné-Poe, no Théâtre de l’ Oeuvrea, a peça foi recebida com aplausos e vaias e ficou apenas dois dias em cartaz. O espetáculo rompia com os cânones do teatro da época e o reconhecimento só veio após a morte de Jarry, quando a tragicomédia serviu de inspiração para o surrealismo, o dadaísmo e o teatro do absurdo. 

 

O texto de Ubu teria surgido como uma sátira de Jarry a um professor do Liceu de Rennes, França, em 1888, quando tinha 14 anos.

 

Mortes, pilhagens, cinismo, maldade e violência em excesso, temperados com pitadas de bom humor e sarcasmo, Ubu Rei é ao mesmo tempo uma história ridícula e divertida e uma das principais representações do significado da patafísica, criada por Jarry.

 

A linguagem do espetáculo baseia-se nas técnicas da comédia física e visual, no jogo dos atores, na Commedia Dell’ Arte, com música ao vivo, cenas de plateia, acrobacias e elementos de HQs. Os atores improvisam com o público, que muitas vezes representa o povo da Polonia!

 

Alfred Jarry, o autor

                                            

Alfred Jarry (1873-1907) foi um poeta, romancista e dramaturgo simbolista francês, inventou a Patafísica, “a ciência das soluções imaginárias", que opera, pela chave cômica, na desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo. Segundo Guillaume Apollinaire, Jarry foi grande escritor popular, uma espécie de debochado sublime e precursor e inspirador do movimento surrealista.

 

O espetáculo Ubu Rei estreou em novembro de 2021, no Teatro Commune, em São Paulo, no projeto UBU REI, FOLIAS PATAFISICAS E PANTAGRUÉLICAS, com recursos do PROAC LAB, em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

 

O espetáculo estreou no Teatro Commune, em São Paulo, em 2021, com grande sucesso e já foi visto por mais de 30 mil pessoas. Participou da Virada Cultural e do Circuito Cultural SP. Foi apresentado nos teatros distritais de São Paulo e agora está circulando pelo Projeto Viagem Teatral do Sesi, por diversas cidades do interior.

 

Uma Commune Teatral e Ponto de Cultura

 

O Coletivo Teatral Commune é uma companhia teatral, fundada em 2003, que desenvolve pesquisa, produção, formação e intercambio teatral, tendo recebido diversos prêmios e se apresentado em Portugal e na Argentina. Seu repertório inclui: Nem Todo Ladrão vem para Roubar, de Dario Fo, Na Cama com Molière, baseado em O Doente Imaginário, e Otelo, de Shakespeare, ambos com direção de John Mowat, Anti Comics, uma paródia dos Super Heróis, de Sonia Daniel (coprodução internacional com apoio do IBERESCENA).

 

Desde 2005, é um Ponto de Cultura e desenvolve o Projeto Teatro Cidadão, que já formou mais de 1.500 jovens através de oficinas e da montagem de espetáculos.  

 

O Teatro Commune, criado em 2007, é um laboratório de pesquisa e produção da companhia, referência nas artes cênicas na cidade. Tem capacidade para 99 pessoas, equipamento de luz digital e som profissional, ar-condicionado, galeria e café, além de estacionamento ao lado.

 

Ficha Técnica

Direção Geral: Armando Liguori Júnior

Tradução e Concepção: Augusto Marin

Elenco: Esther Góes, Augusto Marin, Fabricio Garelli, Juliano Dip, Natalia Albuk Armando Liguori e Paulo Dantas

Fotografia: Bianca Vasconcelos, Francielle Arantes e Claudiones Frateschi

Diretor de Produção: Luciane Ortiz

Direção Musical: Sérvulo Augusto

Diretor de Movimentos - Doria Gark

Cenários: Paulo Dantas

Figurinos: Aline Barbosa

Adereços: Nani Catta Preta

Design de Luz: Andre Lemes

Operação de Luz: Agnaldo Nicoletti e Andre Lemes

Operação de Som: Anderval Areias

Programação Visual e Designer: Rony Costa

Assessoria de Imprensa: Alessandra Siegel

Contrarregra: Fabio Godinho e Manoel Cabral

Realização: Commune

 

Serviço: Ubu Rei

Dia: 05, 12 e 13 e 19 e 20 de julho (quartas e quintas-feiras)  

Horário: 20h

Duração: 90 minutos - Limite: 12 anos

Valor: Gratuito

Onde: Teatro do Sesi Amoreiras - Campinas

Informações: Comunicação SESI Campinas (Marcela Silva)

(19) 99806-3662 | marcela.silva@sesisp.org.br

 

Link para reserva de ingressos: sesisp.org.br/eventos

 

Com temática Olímpica, Bachiana Filarmônica SESI-SP abre temporada 2016 amanhã, terça-feira

João Carlos Martins rege Mozart, Beethoven, Glazunov e toca o tema de “Zorba o Grego”

Amanhã acontece o concerto de abertura da temporada 2016 da Bachiana Filarmônica SESI-SP 2016 será realizado na Sala São Paulo, sob direção de seu criador e maestro titular João Carlos Martins. A temporada, que conta a história da música através das Olimpíadas, traz no primeiro concerto obras inspiradas pela Grécia, o berço histórico dos Jogos Olímpicos,  no século VIII a.C. 

Os ideais artísticos de Beethoven estão ligados à mitologia e cultura gregas. O concerto terá, portanto, três de suas obras ligadas à Grécia: “Ruínas de Atenas”, opus 113; “As Criaturas de Prometeus”, opus 43; e “A Consagração da Casa”, opus 113, celebrando a arte da música e na qual Beethoven recicla materiais da abertura “Ruínas de Atenas”.

Concluindo a primeira parte, o Molto Allegro, movimento final da “Sinfonia no. 41 – K. 551”, deMozart.  O Molto Allegro foi justamente o movimento que proporcionou o apelido “Júpiter” a esta sinfonia. Foi dado pelo empresário inglês Johann Peter Salomon, impressionado com a grandiosidade daquela música. Em 1823, uma transcrição para piano foi editada em Londres com o título “Sinfonia com Fuga Júpiter”. Desde então, ela tornou-se conhecida como Sinfonia Júpiter.

A segunda parte começa com a “Abertura em sol menor sobre três temas gregos” op. 3, escrita em 1884pelo compositor russo Alexander Glazunov (1865-1936).  Influenciado por Rimski-Korsakov, ele baseou-se em melodias populares da Grécia.

Nas duas performances finais, João Carlos Martins deixa o pódio e assume o piano, instrumento que lhe deu fama mundial como intérprete de Bach, para solar as canções-temas de dois filmes famosos: “Nunca aos Domingos”, de 1960, dirigido por Jules Dassin com a notável atriz Melina Mercouri (a canção de Manos Hadjidakis ganhou Oscar de melhor canção em 1961); e o tema igualmente célebre do filme “Zorba, o Grego”, de 1964, dirigido por Michael Cacoyannis, com o ator Anthony Quinn.

Temporada 2016:

Em 2016 a Bachiana Filarmônica SESI-SP convida o público para uma jornada musical pelas Olimpíadas, passando por grandes obras-primas inspiradas na história dos Jogos Olímpicos.  Os seis concertos enfocam músicas tocadas nas cerimônias de abertura ou encerramento de algumas Olimpíadas emblemáticas da era moderna, alternadas com obras criadas por grandes compositores sobre temas relacionados a cada país – e mesmo a respeito dos mitológicos heróis gregos. No centro da temporada, será realizado um grande concerto em torno do Rio-2016 uma semana após o encerramento dos Jogos, em homenagem aos atletas brasileiros.

Próximos concertos:

9 de Abril 2016: Espanha (Barcelona, 1992)

O segundo concerto alterna obras-primas sinfônicas do repertório espanhol, como a suíte “El Amor Brujo”, de Manuel de Falla, com canções clássicas interpretadas na cerimônia de abertura dos Jogos de 1992, em Barcelona. Como “Barcelona”, de Freddie Mercury, gravada com o superastro do Queen e a soprano Montserrat Caballé, interpretada por Jean William e Adriana Clis. Também serão recriados sucessos como “Amigos para Sempre”, de Andrew Lloyd Weber, “No puede ser”, de Pablo Sorozábal, e “Granada”, de Agustín Lara.

14 de junho 2016: EUA (Atlanta-1996) e Inglaterra (Londres-2012)

26 de Agosto 2016: Rio

17 de setembro de 2016: Berlim (1936)

4 de Outubro 2016: Moscou (1980) e Pequim (2008)

SERVIÇO: Temporada 2016 da Bachiana Filarmônica SESI-SP

Local: Sala São Paulo

Endereço: Praça Júlio Prestes, s/nº, Luz, São Paulo, SP

Horário: 21h

Classificação etária: 10 anos

Preço dos ingressos:

Plateia central, Balcão mezanino, Plateia elevada: R$ 50

Coro, Balcão superior e Camarote superior: R$ 25

Pontos de venda: pelo telefone 4003-1212, pelo site www.ingressorapido.com.br e na bilheteria da Sala São Paulo

 

Sobre João Carlos Martins

Símbolo de superação e talento, João Carlos Martins iniciou seus estudos de piano aos oito anos e, três anos depois, começava sua carreira no Brasil. Aos dezoito, já estava tocando no exterior. Teve como um dos pontos altos de sua carreira a gravação da obra completa de Bach para teclado. Por problemas físicos, abandonou os palcos como pianista no ano de 2002, mas não deixou a música de lado e retornou aos palcos em 2004 como maestro. Hoje, aos 75 anos, é regente e diretor artístico da Bachiana Filarmônica SESI-SP, já lançou 25 álbuns, escreveu um livro sobre sua vida, intitulado “A Saga das Mãos”, é o único brasileiro a ter sua vida registrada por cineastas europeus por duas vezes, e conta com um registro fotobiográfico, lançado na ONU. Junto com a Fundação Bachiana, coordena o projeto A Música Venceu, que tem o objetivo de democratizar o acesso à música clássica e contribuir para a formação de crianças e adolescentes de áreas carentes do Brasil. Atualmente, 6700 jovens são atendidos em 37 núcleos de musicalização espalhados pelo Brasil.

Sobre a Bachiana Filarmônica SESI-SP

Quando João Carlos iniciou o projeto de criar uma orquestra apenas com a iniciativa privada, muitos duvidaram, mas já são mais de mil apresentações nos principais teatros do Brasil e do mundo. A qualidade dos músicos da Bachiana, selecionados entre as melhores orquestras brasileiras, tem sido muito elogiada. São profissionais que fazem questão de aprimorar seu talento com trabalho e estudo. Fundada em 2004, a orquestra não tardou a ganhar o merecido reconhecimento. Após cinco temporadas em que se apresentou pelo Brasil, encantou o público americano com cinco atuações de gala - duas no Carnegie Hall, em 2007 e 2008, e três no Lincoln Center, em 2009, 2010 e 2011.