O que é, sintomas e tratamento:
Menopausa precoce é quando a mulher para de menstruar antes dos 40 anos de idade. É causada pelo envelhecimento dos ovários antes do tempo habitual.
O envelhecimento precoce dos ovários pode ser um problema silencioso, que não causa muitos sintomas. A mulher pode continuar menstruando e sem saber pode estar caminhando para uma menopausa precoce.
Alguns sintomas:
• Ciclos menstruais irregulares;
• Instabilidade emocional;
• Diminuição da libido;
• Ondas de calor repentinas;
• Suor excessivo;
• Secura vaginal.
Tratamento:
O tratamento é feito através de reposição hormonal com estrogênios e progestagênios que servem não só para aliviar os sintomas causados pela falta de estrogênio no organismo, como também para manter a massa óssea e evitar o surgimento de doenças como a osteoporose.
O que comer nessa fase:
Na menopausa precoce é recomendada uma dieta saudável rica em soja, castanha e gengibre, por exemplo, e com suplementos se necessários, de acordo com indicação do médico. Além disso, na alimentação deve ser evitado o consumo de cafeína, de chá verde e de chá preto que podem piorar as ondas de calor e de alimentos ricos em gorduras porque nessa fase é mais fácil engordar devido ao metabolismo estar mais lento.
Dez dúvidas sobre a menopausa precoce:
1. Fatores hereditários podem influenciar na menopausa precoce?
Verdade. O histórico familiar é importante e pode influenciar nos casos de menopausa precoce. Se a mãe ou as irmãs entraram cedo na menopausa, essa chance aumenta.
2. O estilo de vida interfere?
Verdade. Sedentarismo, má alimentação, tabagismo e estresse são fatores que prejudicam a saúde e desequilibram o nosso organismo.
Os compostos químicos do cigarro, por exemplo, alteram a atividade do estrogênio e da progesterona, acelerando o progresso da menopausa.
3. Podemos prevenir a menopausa precoce?
Depende. Hábitos de vida saudáveis podem ajudar a manter as funções do organismo, mas não há como impedir totalmente em casos de fatores hereditários ou uso de alguns medicamentos quimioterápicos, por exemplo.
4. Uso de pílulas anticoncepcionais durante muitos anos é uma das causas da menopausa precoce?
Mito. O uso de métodos anticoncepcionais – sejam contínuos ou não – não antecipam nem retardam a menopausa.
5. Menopausa precoce pode ser reversível (naturalmente ou com tratamento)?
Mito. Não há formas de reverter a menopausa precoce. Os tratamentos como a TRH (Terapia de Reposição Hormonal) reequilibram os níveis de hormônio, minimizam os sintomas, mas não recuperam a função dos ovários.
6. Não existe alternativa para quem deseja engravidar e entra na menopausa precoce?
Depende. As mulheres que têm histórico familiar e, portanto, estão cientes de sua predisposição à menopausa precoce podem tomar algumas medidas, como estimulação ovariana, congelamento de óvulos, etc. Felizmente, a medicina conta com recursos modernos para realizar o sonho da maternidade por meio da fertilização in vitro.
7. É possível estimar com antecedência a idade que a mulher vai entrar no climatério ou menopausa.
Mito. Não há como precisar essa idade. O que existe é um exame capaz de analisar a reserva ovariana. Sabendo que sua mãe teve menopausa precoce, uma mulher jovem pode fazer o exame anti-mulleriano (HAM) para avaliar se ainda há tempo para esperar por uma gravidez natural, se é hora de ter um filho ou se é o caso de pensar no congelamento de óvulos, por exemplo.
8. Tratamentos contra o câncer e alguns tipos de medicamentos podem acelerar a menopausa?
Verdade. Algumas medicações usadas na quimioterapia podem levar à menopausa precoce (em alguns casos, reversível). A radioterapia, se aplicada na região dos ovários, também pode induzir à menopausa.
9. Histerectomia têm influência no início precoce da menopausa?
Mito. A histerectomia é a cirurgia de retirada do útero e, normalmente, não impede o funcionamento dos ovários.
10. Nosso comportamento sexual determina o início da menopausa?
Mito. A frequência sexual não tem relação com a menopausa. Ter uma vida sexual ativa e de qualidade é importante e faz parte da saúde da mulher, mas não significa que vai influenciar na produção dos hormônios pelos ovários.
Se seu ciclo está irregular e começarem a aparecer esses sintomas, procure um médico para uma avaliação adequada!
Dra. Luciana Radomile
Coluna Ginecologia e Obstetrícia
Médica Formada pela Faculdade de Medicina da PUC Campinas, Especialização em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp. Membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO- Contato: (19)993649238, dralucianaradomile@gmail.com