A data oficial, decretada pela ONU em 1975, foi marcada quando mulheres, na Rússia, em 1917, marcharam reivindicando melhores condições de trabalho e contra a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial, porém antes disso as mulheres já tinham começado suas reivindicações quando houve o incêndio em uma fábrica de roupas em Nova York em 1911, onde morreram 146 pessoas, sendo 125 mulheres.
Já conquistamos muito e temos ainda um caminho a percorrer...
Fui questionada sobre quais mulheres me inspiram e quais me inspiraram quando criança.
No mundo das artes existiram mulheres fascinantes e hoje muitas artistas estão ganhando seu espaço com seu talento, trabalho e determinação.
A mulher que tenho profunda admiração e já dediquei um post a ela aqui é a Lina Bo Bardi. Uma italiana, arquiteta, que veio para o Brasil na década de 40 e foi responsável pela construção de vários edifícios icônicos, dentre eles o MASP – Museu de Arte de São Paulo. Já pararam para pensar na potência que foi essa mulher? Construir o maior museu do país, um projeto ousado, e palco das maiores manifestações culturais e políticas da nossa sociedade. O papel dela para a cultura no nosso país me fascina!
Outra mulher que não poderia deixar de citar é a Tarsila do Amaral, a qual também fiz um post nesse canal. Sou admiradora especialmente pela pessoa que ela foi, os enfrentamentos que teve, as decisões que tomou, a coragem numa época onde a mulher não tinha espaço e nem voz.
E por fim apresento outra artista incrível, Lygia Clark, mineira de Belo Horizonte, que deixou seu legado e conquistou o mundo.
Na semana passada foi a abertura da exposição no Museu Guggenheim em Bilbao, na Espanha, intitulada “A Pintura como Campo Experimental”. Que orgulho!!!
Ela foi um dos nomes mais relevantes da arte brasileira do século XX com um trabalho de mais de três décadas de pintura, escultura, desenhos, trabalhos experimentais e arte terapêutica. Para ela a arte é vivência!
No final da década de 50 ela criou uma série de composições monocromáticas a base de planos positivos e negativos. Sua análise de transformar uma forma linear em um espaço multidimensional pretendia manipular e deformar a geometria do plano. Um desses quadros que fazem parte da exposição em Bilbao tive o privilégio de conhecer, pois faz parte do acervo do colecionador de arte que conheci no final do ano passado em São Paulo.
Sua série mais famosa foi os bichos onde o desenho “sai” do plano e adquire outra dimensão. Você pode ver um deles no MASP!
Tenho um protótipo em casa que ganhei na Feira Conexão Design. Interessante experienciar a arte dela!
E ao descobrir que ela escrevia cartas imaginárias para Mondrian me conquistou ainda mais...
Segue um trecho de uma das cartas, de maio de 1959:
“Hoje me sinto mais solitária que ontem. Senti uma enorme necessidade de olhar o teu trabalho velho também solitário. Dei com você numa foto fabulosa e senti como se você estivesse comigo e com isto já não me senti tão só. Talvez amanhã possa dar também de meus olhos, de minha solidão e de minha teimosia a alguém que será um artista como eu ou talvez ainda mais, como você. Não sei para que você trabalha. Se eu trabalho, Mondrian, é para antes de mais nada me realizar no mais alto sentido ético-religioso...”
E para finalizar devolvo a pergunta a vocês: Que mulher inspira você?
“A arte não consiste mais em um objeto para você olhar, achar bonito, mas para uma preparação para a vida.”
Lygia Clark
Mônica Fraga
Arte, Fotografia & Design
Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com