Arte e Pandemia - Coluna Arte/Fotografia e Design por Mônica Fraga

A História nos mostra que depois de grandes traumas surgiram grandes contribuições para o mundo, especialmente no mundo das Artes.

Os grandes enfrentamentos implicam em novos discursos, em uma nova maneira de pensar e agir. A Arte resiste e nos provoca e incita a buscar novas maneiras, e se torna neste momento indispensável, uma válvula de escape, seja através da pintura, música, literatura, filmes, etc.

A Peste bubônica, também conhecida como Peste Negra devastou a Europa no século 14, e é reconhecida hoje como uma das principais impulsionadoras do movimento Renascentista, o qual gerou uma grande mudança na época. Os artistas viram que os homens poderiam transformar a sociedade não pelo poder de Deus, mas pela organização social. Houve também uma valorização do sujeito e das suas emoções.

William Shakespeare durante a quarentena imposta em 1606 com o intuito de diminuir a curva da peste bubônica que assolava o mundo novamente, produziu três de suas tragédias mais famosas: Rei Lear, Macbeth e Anthony & Cleópatra, que continuam a ser encenadas até hoje.

Isaac Newton em 1667 foi forçado a voltar para sua casa após sua faculdade fechar as portas pelo surto da peste. Foi aí que ele desenvolveu os seus estudos sobre as leis da Natureza e a Teoria da Gravidade.

O período entre as duas guerras mundiais (1914-1945), acompanhado da pandemia da gripe espanhola foi marcado por dois movimentos: o Dadaísmo, resposta à crise da cultura que se declara em função da crise da Guerra. Foi um movimento radical, que celebrava o absurdo por meio da performance, poesia e arte conceitual.

Também foi nessa época que surgiu a Bauhaus, na Alemanha, uma das escolas mais influentes de arte, arquitetura e design! Foi fundada por Walter Gropius em 1919. Foi uma escola que valorizava a intuição, que integrava arte e artesanato. Detalhe: ela foi fechada pelos nazistas em 1933.

O Expressionismo Abstrato, que é considerado o primeiro grande movimento americano, surgiu após à Segunda Guerra Mundial, e colocou Nova York como centro do mundo artístico, tendo como um dos representantes o Jackson Pollack!

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O período pós segunda guerra deu início ao que chamamos de Arte Contemporânea.

De repente nos vimos no meio de uma pandemia e muitos artistas tem produzido conteúdos sobre essa nova forma de viver, em isolamento, retratando suas emoções, ou fazendo críticas à situação em que fomos obrigados a mergulhar. Será que depois disso tudo existirão teorias, movimentos que influenciarão o futuro? O fato é que entramos para a História da maneira menos sonhada possível.

Que a Arte seja nossa companheira e que saibamos dar valor às suas diversas maneiras de existir.

“Cada início sugere alguma coisa. E quando eu percebo a sugestão, começo a pintar, intuitivamente. A sugestão torna-se então um fantasma que é preciso captar e tornar real. É durante o trabalho, ou mesmo quando a pintura está terminada, que o tema se revela.”

Jackson Pollock

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Mônica Fraga

Arte, Fotografia & Design

Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com

Crítica de cinema por Vicente Neto - Filmes (The Hateful Eight - Os oito odiados; Spotlight - Segredos revelados e Macbeth: Ambição & Guerra), confiram!

The Hateful Eight (Título em Português “Os Oito Odiados”)

Oitavo filme do Tarantino. Como grande fã, estava ansioso para assistir. Sinceramente, não superou minhas expectativas, mas me agradou. Achei que ele enrolou demais, em muitas imagens e passagens. Poderia ter tranquilamente uns 30 minutos a menos e seria tão bom quanto.

Com o elenco de ‘chapas’ de Quentin, o filme começa com o encontro do personagem de Samuel L. Jackson pegando uma carona com a comitiva de Kurt Russell, ambos estavam transportando bandidos procurados (vivos e mortos), em troca de recompensas, na cidade de Red Rock. No caminho, encontram o quase xerife de Red Rock, que também precisa de uma carona para chegar naquela cidade. Como a nevasca está muito forte, eles são obrigados a esperar o tempo melhorar no Armarinho de Minnie, onde encontram outros 4 pessoas, que estão aguardando o tempo melhorar. Dentro deste local, os viajantes começam a descobrir os segredos um do outro. A partir daí, todos nós sabemos como o Tarantino dá sequência aos confrontos.

Para quem gosta dos filmes dele, é obrigatório. Mas tenha paciência porque demora muito pra terminar.

Spotlight (Título em Português “Spotlight – Segredos Revelados”)

Mais um daqueles filmes que eu fui assistir sem saber muita coisa. Sabia que era baseado em uma história real e o assunto eram padres que abusavam de crianças.

O filme mostra uma equipe de jornalistas do jornal Boston Globe (chama de Spotlight, título do filme), especializados em fazer pesquisas / investigações que duram meses. O caso da vez são padres católicos que abusavam de crianças, e descobrem que não são poucos. E também, encontram provas de líderes da igreja, que tinham conhecimento dos fatos e nada faziam, se não transferir tais padres para outras regiões e não os punia. Aquele absurdo e hipocrisia que anda quase sempre junto com a religião.

Muito bom e merece ser visto. Serve também pra mostrar que a igreja, na grande maioria das vezes, não passa de uma empresa governada por pessoas que nem sempre estão preocupadas com o bem estar da comunidade. E tem Rachel McAdams, que sou fã!

Macbeth (Título em Português “Macbeth: Ambição & Guerra)

Confesso que nunca li nem vi nada (peça ou filme) dessa famosa tragédia de Shakespeare, mas sempre tive curiosidade pra saber porque esta história é tão famosa.

O filme conta a história de Macbeth, um general do exército escocês muito bem quisto pelo povo até que, ao ouvir um presságio de três bruxas que ele seria o novo rei, este traiu seu monarca e primo, para conseguir tal patente, sempre também, influenciado pela esposa, a famosa Lady Macbeth.

Gostei da história e do filme, mas achei um pouco cansativo o texto ser em poesia ou algo assim. Mas vale assistir com certeza!​

Vicente Neto

Coluna Crítica de Cinema

Engenheiro que, desde pequeno, é apaixonado por cinema. Procura assistir a todos os filmes possíveis na telona e, se deixa escapar, assiste em DVD. Costuma sempre ver o lado bom de cada filme que assiste, mesmo se este não agradar muito. Suas críticas são praticamente uma conversa entre amigos, comentando do filme que assistiu.