A descoberta da Vênus de Milo - Coluna Tudo sobre Paris por Rogério Moreira

Uma das obras de arte mais intrigantes e visitadas do Museu do Louvre, a Vênus de Milo encanta pessoas de todo o mundo. A história da sua descoberta e aquisição pela França não é clara, e circularam muitas versões desde sua descoberta em 8 de abril de 1820. Contamos aqui neste artigo, um resumo para você que nos acompanha:

Segundo uma das versões, a escultura, de 2,02 m de altura, datada do século II a.C. foi encontrada enterrada, pelo camponês Yorgos Kentrotas, perto da cidade antiga da ilha de Milo, na Grécia, então parte do Império Otomano. Kentrotas estava extraindo pedras para construir um muro em torno de sua propriedade. Por acaso, um cadete naval francês, Olivier Voutier, estava com ele. Aficcionado pela arqueologia, Voutier incentivou Kentrotas a continuar a cavar, conforme deixou registrado:


“Um camponês estava retirando pedras das ruínas de uma capela soterrada. Vendo-o parar e olhar para o fundo do buraco, fui até ele. Havia desenterrado a parte superior de uma estátua em muito boas condições. Ofereci-lhe pagamento para que continuasse a escavação. E, de fato, logo ele encontrou a parte inferior, mas ela não encaixava na outra. Depois de buscar com mais cuidado, ele encontrou a peça central”.

Resumindo a história, em dezembro do mesmo ano a estátua, adquirida pela França, chegou a Paris e um ano após sua descoberta, em 1821, a Vênus de Milo chegou ao Museu do Louvre. Os responsáveis queriam restaurá-la por completo, colocando o pé e o nariz ausentes, além de seus braços. Após uma longa polêmica, decidiu-se pela não restauração, já que podiam cometer um erro quanto ao posicionamento dos mesmos.

Como seria a escultura em sua forma original – Representação em 3D.

Curiosidades

  • A Vênus de Milo é uma das obras mais valiosas do mundo.

  • Existem milhares de reproduções da estátua ao redor do mundo.

  • O acabamento da escultura é mais aperfeiçoado na parte da frente do que atrás.

  • O nome Vênus vem da mitologia romana e sua correspondente na Grécia é Afrodite.

  • Alguns acreditam que a imagem representa a deusa do Amor, outros dizem que é Anfitrite, esposa de Poseidon, a quem os gregos prestavam culto na ilha de Milo.

  • Nos EUA, em 1916, as universidades de Wellesley e Swarthmore promoveram um concurso para identificar entre suas alunas, a sósia da Vênus de Milo.

  • Atualmente, os gregos pedem aos franceses o retorno da estátua ao país de origem.

    Fonte: https://parissempreparis.com/a-descoberta-da-venus-de-milo/

Rogerio Moreira

Coluna Tudo sobre Paris

Rogerio Moreira nasceu em Santo André/SP, é jornalista e publicitário, tendo estudado em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história acredita que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. De suas viagens à Europa, surgiu a ideia de reunir informações e curiosidades sobre Paris e a cultura francesa. @parissempreparis

A história de Serge, o famoso coelho do Metrô de Paris - Coluna Tudo sobre Paris por Rogerio Moreira

Ao se deslocar pelo metrô de Paris você provavelmente deve ter se deparado com esse passageiro presente em 100% dos vagões. Sempre com uma camiseta amarela, bem chamativa, e expressão de surpresa, enquanto dá alertas de segurança.

Conhece esse personagem?

Este é o coelho do metrô de Paris, ou “Coelho RATP”, um personagem que circula por toda Paris há mais de 40 anos e que conquistou gerações de fãs nesse tempo todo. Depois de muita pesquisa, trazemos neste artigo, a história deste famoso coelhinho para você. Confira:

O surgimento do personagem

O coelho do metrô de Paris surgiu em 1977, quando a RATP (A Régie Autonome des Transports Parisiens) viu a necessidade de alertar as crianças sobre os perigos das portas automáticas. A agência de comunicação ECOM foi a responsável pela elaboração das peças de comunicação e a Diretora de Criação Anne Le Lagadec foi quem deu vida à ideia. Ela escolheu usar a imagem de um coelho porque, em suas palavras “ele exala fragilidade e suavidade… e corre por toda parte sem prestar atenção”, assim como as crianças, alvo da campanha.

A primeira versão do Coelho da RATP, de 1977.

Sempre presente em adesivos colocados ao nível dos olhos de crianças, o simpático coelhinho atravessa gerações. Em sua primeira versão, usava macacão vermelho e os pés descalços.

A primeira linha do metrô a adotar o mascote foi a linha 1 e em 1982 já estava em todas as linhas do metrô e RER e hoje está presente também nos trens do Mont-Blanc Express em Chamonix, no metrô de Lille e até no Japão e Reino Unido (em versões adaptadas).

Um novo coelho nos anos 80

Serge, o Coelho da RATP, com a assinatura de seu criador (1986).

No ano de 1986, a RATP promoveu um redesign no personagem, que ficou com uma aparência mais simpática aos olhos das crianças. O macacão vermelho foi substituído por um uniforme (camiseta e calça) amarelo, que claramente ficou mais visível e chamativo. O rabo do coelho foi eliminado, dando uma aparência mais humanizada ao personagem.

Serge Maury, o criador do personagem em 1986.

Serge Maury, o designer contratado para esse projeto, também optou por mudar a cor da pele do coelho, que agora passaria para a cor rosa (o original era amarelo).

Um personagem mais moderno em 2014

Em 28 de maio de 2014, foi apresentada uma nova atualização no desenho do coelho Serge, que ficou com traços mais simples, além de ganhar uma nova roupagem, agora mais moderna, composta de camiseta amarela, calça jeans e tênis. Além disso, o mascote teve seu rabo de volta.

A evolução através dos anos

1977, 1986 e 2014. A evolução do Coelho da RATP.

Nova missão em 2017

A partir de 15 de fevereiro de 2017, o Coelho Serge ganhou uma nova missão: alertar para a segurança nas mais de 115 escadas rolantes das estações do metrô da cidade.

A partir de 2017, nova missão para Serge. Créditos: cnews.fr

Resumindo: apesar de pequenas modificações ao longo do tempo, o Coelho da RATP, chamado por alguns de Serge, em homenagem ao seu desenhista (1986), permanece basicamente o mesmo, sempre bem posicionado e dando alertas de segurança para os passageiros de todas as idades nas mais de 24.000 portas do Metrô e RER de Paris.

Coelho poliglota


Alerta em vários idiomas, ainda com o personagem antes da renovação de 2014.

Alguns dos adesivos de alerta de segurança se apresentam em vários idiomas por conta da diversidade de turistas estrangeiros que circulam pelas linhas do metrô diariamente.

Apelo comercial

É claro que uma figura tão presente no dia-a-dia dos parisienses acabaria se tornando uma peça de uso comercial (autorizado ou não) e podemos ver uma infinidade de produtos sendo comercializados com a imagem do famoso Coelho da RATP. São camisetas, canecas, posters e até mesmo “memes” espalhados na internet para retratar cenas do cotidiano.

Fonte: https://parissempreparis.com/a-historia-de-serge-o-famoso-coelho-do-metro-de-paris/

Rogerio Moreira

Coluna Tudo sobre Paris

Rogerio Moreira nasceu em Santo André/SP, é jornalista e publicitário, tendo estudado em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história acredita que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. De suas viagens à Europa, surgiu a ideia de reunir informações e curiosidades sobre Paris e a cultura francesa. @parissempreparis

A verdadeira história do incêndio no Bazar de la Charité, retratado na série da Netflix - Coluna tudo sobre Paris de Rogerio Moreira

O Bazar de la Charité (Bazar de Caridade) era um evento organizado anualmente pela aristocracia católica francesa. Fundado em 1885 por Harry Blount e presidido pelo barão Armand de Mackau, o bazar tinha como objetivo a venda de produtos diversos, como roupas, bijuterias, obras de arte entre outros objetos em benefício dos pobres.

Esse evento de caridade se tornou uma das datas mais importantes do calendário mundial, “Um dos locais de encontro mais elegantes e aristocráticos”, diziam alguns dos folhetins que circulavam à época.

O Bazar não era uma instituição única, mas uma espécie de associação que permitia a reunião de várias instituições de caridade num único espaço, com as vantagens de maior visibilidade perante o público e menores custos com as despesas de aluguel e de instalação dos stands.

No ano de 1897, em sua 12ª edição, o Bazar instalou-se na Rue Jean-Goujon, 15, no 8° Arr (onde hoje encontra-se a Catedral de São João Batista), num terreno disponibilizado pelo banqueiro Michel Heine, onde foi construído um galpão de 80 metros de comprimento e 20 metros de largura (algumas fontes informam que a largura do terreno tinha 13m ou 19m), alugado pelo barão Mackau.

Uma das raras fotos do interior do Bazar antes do incêndio.

O Bazar foi decorado para representar uma rua de Paris na Idade Média, com ambientação cenográfica minuciosamente preparada.
Uma das mais esperadas atrações do bazar seria uma apresentação cinematográfica (inventada quatro anos antes pelos irmãos Lumière) onde, por 50 centavos, os visitantes poderiam assistir às imagens projetadas por uma câmera de 35mm Normandin et Joly: Os filmes exibidos eram: “Sortie de l’usine Lumière à Lyon”, “L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat” e “L’Arroseur arrosé”.

“L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat”, um dos filmes exibidos no dia do incêndio.

Vários ambientes formavam o espaço, que foi dividido a partir de uma porta dupla abrindo-se para uma ampla avenida com 80m. de comprimento, onde estavam posicionados 22 stands, restaurantes e outras atrações Tudo muito luxuoso, com telas pintadas por estilistas, tecidos finos e papel marchê revestindo o teto e até um balão de gás suspenso no centro do salão. Por segurança, era proibido fumar no local.

Em frente à entrada foram instalados um restaurante e uma adega. Na parte dos fundos do galpão ficava um pátio, que fazia divisa com o Hôtel du Palais. Neste pátio foi construída uma sala para abrigar o cinema, cujo teto recebeu um revestimento de veludo, que tornou a temperatura ainda mais quente e sufocante nesses dias ensolarados da primavera parisiense.

O incêndio

O evento aconteceria entre os dias 3 e 6 de maio de 1897. No primeiro dia, o evento ocorreu como o previsto, com vendas acima de 4.500 francos e grande circulação de pessoas da alta sociedade, inclusive com uma homenagem à Mademoiselle de Flores, filha do embaixador espanhol.
No segundo dia, o fatídico 4 de maio, o evento seria abrilhantado pela presença de Sofia Carlota, duquesa d’Alençon, uma das idealizadoras do evento, e irmã da Imperatriz da Áustria, Sissi (Isabel da Baviera).

Sofia Carlota, a duquesa d’Alençon, uma das idealizadoras e maior estrela do evento.

Por volta das 16 horas, a Duquesa d’Alençon – que preside um dos estandes – teria comentado com sua vizinha, Madame Belin: “Estou sufocando…”; Belin completa: “Se houvesse um incêndio, seria terrível!”.
Às 16h30, um acidente fatal ocorre: a lâmpada de projeção do cinematógrafo havia esgotado suas reservas de éter e precisou ser recarregada (naquela época o projetor ainda não era alimentado por eletricidade). Quando o assistente de projeção acendeu um fósforo (o local era escuro), o recipiente mal isolado inflamou-se com os vapores do éter.

Compartimento de reserva de éter do cinematógrafo, idêntico ao usado no dia do incêndio.

Momentos depois, quando os organizadores foram informadas do acidente e começavam a evacuar ordeiramente as centenas de pessoas do galpão, uma cortina pegou fogo e as chamas se alastraram rapidamente pelos painéis de madeira e pelo forro do teto, revestido de tecidos e papel marchê usados para decorar todo o ambiente.
Com o fogo repentino vieram os gritos de pânico dos 1.200 convidados que tentavam desesperadamente deixar o local por uma única e mal sinalizada saída. Várias pessoas foram pisoteadas pela multidão em fuga.

Jornal da época, retrata a tragédia.

Ao chegar no local, os bombeiro se depararam com vítimas ainda em chamas saindo do meio do incêndio. Um número reduzido de pessoas conseguiu fugir pelos fundos, onde algumas de mulheres foram salvas por cozinheiros do Hotel du Palais, que retiraram três barras de uma das janelas da cozinha para permitir a passagem das vítimas.

Foto rara, mostra o que restou das instalações do bazar.


Apenas quinze minutos após o início do incêndio, tudo havia sido consumido: o galpão foi reduzido a uma pilha de madeira queimada, pois o teto em chamas havia desabado em cima das vítimas, cobrindo dezenas de corpos horrivelmente mutilados e carbonizados.

Ilustração representa a tentativa de fuga de algumas mulheres pela janela do Hotel du Palais.

Os gritos de socorro e pavor foram substituídos por um terrível silêncio.
Somente às 17h30min o fogo foi totalmente extinto.
Bombeiros e populares trabalharam a noite inteira, resgatando e levando os corpos das vítimas para o Palais de l’Industrie, para que as famílias pudessem identificá-los.

Ilustração representa o processo de identificação de corpos no Palais de l’Industrie.

O incêndio na rua Jean-Goujon provocou uma efervescência na imprensa que durou quase todo o mês de maio, enquanto no local do desastre, agora local de peregrinação, os vendedores ambulantes vendiam versos e orações impressos em folhas de papel aos espectadores que ali faziam vigília. Parecia que o incêndio não afetara somente Paris, mas toda a França.

Como ficou o terreno, já sem os escombros do incêndio. Ao fundo, podemos ver a Torre Eiffel.


Durante vários dias, funerais e procissões se seguiam na entrada de igrejas e cemitérios. Uma missa solene com a presença do então presidente Félix Faure, foi celebrada na Notre Dame pelo cardeal Richard, arcebispo de Paris.
Mais de 87 mil itens encontrados nos escombros, cujos donos não foram identificados, foram colocados à venda para os curiosos.

Sensacionalismo

A descrição meticulosa dos restos mortais, a triagem dos objetos encontrados, as cenas de lamentação, testemunham uma propensão óbvia ao sadismo por parte da imprensa, que explorava o sensacionalismo para vender jornais.
Lemos no jornal Le Soleil, em 6 de maio, a lista de ossos encontrados:
– 2 fragmentos de crânio;
– 2 fragmentos de costela;
– 1 fragmento de osso longo;
– 1 coluna vertebral;
– 1 fragmento de pele e
– 3 mechas de cabelo”.
No dia 12, o jornal Liberté anuncia que “o total de objetos pessoais resgatados (joias, bolsas, calçados, etc) chegava a 427” e, posteriormente, especifica que “nesta manhã, 28 carroças puxadas por um cavalo e 31 puxadas por dois cavalos transportaram 90m³ de cinzas, poeira e detritos para o aterro Porte Brandon, em Bagnolet.

A morte da duquesa d’Alençon

Sofia Carlota Augustina de Wittelsbach – a duquesa d’Alençon, então com 50 anos, estava entre as vítimas. Ela era uma das líderes do Bazar e teria insistido para permanecer no local até que todas as pessoas que estavam sob suas ordens fossem resgatadas. Tanto seu corpo, como de sua dama de companhia ficaram irreconhecíveis. Não se sabe se ela morreu asfixiada ou em virtude das queimaduras, mas a posição contorcida de seu corpo sugeria extremo sofrimento. Seu corpo só foi reconhecido graças ao trabalho do dentista da família que a identificou por sua arcada dentária, que continha obturações em ouro.

Cerimônia fúnebre de Sofia Carlota, a duquesa d’Alençon.

Aliás, esse incêndio foi um verdadeiro marco na história da Odontologia Legal, já que muitas das vítimas só foram reconhecidas através de seu trabalho. Até então, não se tinha história de um incêndio de grande impacto como esse, com o trabalho em equipe de um grande número de dentistas.
Após uma missa solene celebrada em 14 de maio na Église Saint-Philippe-du-Roule, a duquesa foi sepultada na Capela Real de Dreux.

Túmulo de Sofia Carlota, a duquesa d’Alençon, na Capela Real de Dreux.

A maioria das vítimas era formada por mulheres

Embora haja divergência entre o número oficial de mortos (os feridos passaram de 250), o site oficial da associação Mémorial du Bazar de la Charité numera 125 vítimas e divulga uma lista com 118 mulheres e 7 homens.
Entre os mortos, nota-se uma grande maioria de mulheres – quase todas da aristocracia – e um pequeno número de homens.

O jornal L’Écho, de Paris publicou um artigo em sua primeira página na edição de 14 de maio de 1897 intitulado “Qu’ont fait les hommes?” (“Que fizeram os homens?”) abordando a fuga dos homens durante o desastre: “Entre esses homens (cerca de 200), pode-se citar dois que foram admiráveis e mesmo uns 10 que cumpriram com seu dever. Os demais fugiram, e não apenas ignoraram pedidos de socorro, como ainda forçaram passagem por sobre corpos femininos, com empurrões, chutes, socos e golpes de bengalas.”

O outro lado

Mesmo com a polêmica, a proporção entre homens e mulheres presentes em 4 de maio de 1897 são conhecidas dos relatórios policiais e de estudos em vários jornais baseados em testemunhos nos dias seguintes à tragédia. Eles estimam entre 40 e 50 o número de homens para uma multidão entre 1.200 e 1.500 pessoas. Nada muito anormal, já que era uma terça-feira. Os cavalheiros cuidavam de seus negócios, enquanto as instituições de caridade eram dirigidas principalmente por esposas e filhas. Os registros mostram por exemplo, os nomes dos gerentes de todos os stands do Bazar. Há apenas um homem, o Barão Schickler, que por acaso, nem estava no horário do incêndio.

Heróis anônimos

Apesar de a imprensa acusar os homens de violência, omissão de socorro entre outras coisas, alguns jornais também souberam reconhecer os verdadeiros heróis socorristas naquela noite: homens que não pertenciam à aristocracia, como o encanador Piquet, que voltou à sua oficina depois de ter retirado vinte pessoas do fogo “sem perceber que seu rosto estava marcado por horríveis queimaduras”; o cocheiro Eugène Georges, “o herói que, pelo menos 10 vezes, (provavelmente mais), entrou nas chamas para resgatar feridos”; e também mulheres como a cozinheira Gaumery, do Hôtel du Palais que, depois de remover as barras de uma janela com vista para o terreno onde fora instalado o Bazar, conduziu dezenas de mulheres por essa saída minúscula e improvisada, entre outros voluntários anônimos. “É a generosa bravura dos filhos do povo” escreveria um dos jornais.

mprensa destacou alguns (até então anônimos) socorristas do incêndio.


Em homenagem a esses socorristas, dias depois do incêndio, foi oferecido um jantar, onde receberam medalhas de reconhecimento por sua bravura.

Premonições

Um ano antes do incêndio, em maio de 1896, a condessa de Maillé convida a famosa vidente da Rue de Paradis, Madame Henrietta Couëdon, a uma recepção com mais de 200 convidados, onde ela teria declarado:
” Perto da Champs-Elysées,
vejo um lugar não alto…
Não é para piedade,
mas é abordado
para fins de caridade
Isso não é a verdade…
Eu vejo o fogo subindo
e as pessoas gritando…
carne queimando,
corpos carbonizados.
Vejo em grande quantidade.”
Madame Henrietta Couëdon ainda acrescentou que todos os que a estivessem ouvindo naquele dia, seriam poupados.
De fato, relata o jornal Le Gaulois na edição de 15/05/1897, todas as pessoas que estavam presentes no dia da premonição e também estiveram no Bazar, sobreviveram.

Madame Henrietta Couëdon, a famosa vidente que previu o incêndio.

Mais premonições

Outra história de presságio, amplamente divulgada na imprensa foi a seguinte: na manhã do desastre, a irmã Marie-Madeleine, do orfanato dos Jovens Cegos, havia dito às amigas “Vocês nunca mais me verão; em breve receberão a notícia de que fui queimada viva.” A freira foi de fato morrer no fogo durante aquela tarde.

Arrecadação garantida

Para compensar as perdas causadas pelo incêndio, o jornal Le Figaro tomou a iniciativa de organizar uma campanha de arrecadação para que o valor que seria arrecadado com o Bazar, fosse reunido, para que a assistência aos pobres fosse garantida. A campanha foi um sucesso desde o primeiro dia.
Porém, um doador anônimo repentinamente enviou quase um milhão de francos, a fim de cobrir os custos do Bazar e arrecadar o valor exato das vendas do ano anterior. Depois de alguns dias de especulações, o Le Figaro revelou a doadora secreta: a Baronesa Hirsh – que jamais admitiu tal doação.

Capela de Nossa Senhora da Consolação

Uma outra campanha de doações foi lançada por iniciativa do Cardeal Richard, arcebispo de Paris, para comprar um terreno a poucos metros de onde o incêndio havia ocorrido.
A área escolhida ficava na Rue Jean-Goujon, 23, no 8° Arr e nela seria construída uma capela em estilo neoclássico e um memorial, projetados pelo arquiteto Albert Guilbert.
Com o sucesso da campanha, o terreno foi adquirido e a pedra fundamental foi lançada em maio de 1898. A Capela de Nossa Senhora da Consolação foi inaugurada em maio de 1900. Este projeto foi premiado com a medalha de ouro na Exposição Universal daquele ano.

Capela Notre-Dame de Consolation, construída próxima ao local do incêndio. Wikimedia Commons.

A capela pertence à associação do Mémorial du Bazar de la Charité – formada por descendentes das vítimas e foi classificada como Monumento Histórico em 19 de fevereiro de 1982.

Detalhe da fachada da Capela.


De 1900 a 1953, os edifícios ficaram sob os cuidados das Irmãs Auxiliares do Purgatório. De 1953 a 2013, eles foram confiados aos Missionários de Saint-Charles-Borromée (Missão Católica Italiana em Paris) e, a partir dessa data, aos padres da Fraternidade Sacerdotal Saint-Pie X.
No interior da capela, os nomes das vítimas estão inscritos em seis placas de mármore preto, com letras de ouro.

Monumento no Cemitério Père-Lachaise

Por decreto municipal de 28 de fevereiro de 1899, a cidade de Paris, erigiu um monumento às vítimas desconhecidas do incêndio do Bazar de la Charité ocorrido em 04 de maio de 1897 no Cemitério do Père-Lachaise. O monumento é mantido pela prefeitura de Paris.

Monumento em memória das vitimas no cemitério Père-Lachaise.

A série da Netflix

No Brasil, a série da Netflix, (cujo título foi traduzido para “Chamas do Destino”) é uma obra de ficção e se passa em Paris, no ano de 1897. Em sua casa, Adrienne de Lenverpré ajuda a sua filha Camille a encontrar o seu porquinho da índia que fugiu da sua gaiola. Uma empregada aproxima-se de Madame e diz-lhe que o seu marido precisa vê-la. Adrienne desce para se juntar a Marc-Antoine de Lenverpré, candidato à presidência do Senado, que deixa o seu piano, fumando um charuto, fecha a porta e dá-lhe um violento tapa no rosto. Furioso e ciumento, ele não gostou do que ela teria feito pelas suas costas, (ele soubera que a Madame secretamente queria divorciar-se e acreditava que ela teria um amante). A partir dai a história se desenrola com o evento do incêndio como pano de fundo…

Obs: nos arquivos da Prefeitura de Polícia de Paris existem duas caixas que reúnem um vasto conteúdo de imprensa da época, dedicado ao evento (documentos, recortes de jornais e depoimentos).

Para saber mais www.bazardelacharite.fr

Fonte: https://parissempreparis.com/a-verdadeira-historia-do-incendio-no-bazar-la-charite/

Rogerio Moreira

Coluna Tudo sobre Paris

Rogerio Moreira nasceu em Santo André/SP, é jornalista e publicitário, tendo estudado em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história acredita que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. De suas viagens à Europa, surgiu a ideia de reunir informações e curiosidades sobre Paris e a cultura francesa. @parissempreparis

A história oculta por trás dos nomes das ruas parisienses - Coluna Paris por Rogerio Moreira

Ao longo da história, Paris nunca parou de crescer e se modificar, geográfica e culturalmente. Sabemos que hoje, a cidade possui mais de 6.500 ruas, avenidas, ruelas, passagens, becos sem saída e praças. Todas com seu nome único e com uma história por trás de cada placa.

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Selecionamos neste artigo, 10 vias com nomes curiosos em Paris e contamos seus significados. Em sua próxima passagem pela cidade, fique atento quando enxergar uma dessas inconfundíveis placas azuis, que foram criadas e implantadas pelo então prefeito do Sena (antigo departamento francês, que incluía Paris) Claude-Philibert Barthelot de Rambuteau, a partir de 1844. Aliás, uma curiosidade sobre Rambuteau, é que ele havia sido camareiro de Napoleão I entre 1809 e 1810 e hoje existe até uma rua em sua homenagem, mas este é assunto para um outro artigo. Boa leitura!

01 – Rue des Mauvais Garçons (4º arr)

Data de origem: década de 1530

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Foto: blog lacithedog.com

A “Rua dos Meninos Maus”, no Marais, deve seu nome ao fato de existirem na região, gangues de adolescentes, franceses e imigrantes italianos que viviam fazendo arruaça, brigando e intimidando os garotos de outros bairros que “ousavam” se aproximar e circular por alí.

Como chegar: Metrô Hôtel de Ville – Linhas 1 e 11

02 – Rue du Chat-qui-Pêche (5º arr)

Data de origem: década de 1540

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Claro que passei por lá para trazer mais esta história para vocês.

Com apenas 29m de comprimento e 1,8m de largura, a “Rua do Gato que Pesca” é considerada a rua mais estreita da cidade. A origem do nome se deve a uma antiga peixaria que ali existia. Este comércio pertencia a um religioso chamado Dom Perlet, proprietário de um enorme gato preto, que possuía grande habilidade para literalmente, pescar peixes do rio Sena com um único golpe.

Existe uma lenda de que alguns estudantes acreditavam que o gato e seu dono (que seria um bruxo) eram na verdade, a mesma “pessoa”. Por isso, teriam capturado o gato e o jogado nas águas do Sena para comprovarem sua teoria. O gato e seu dono teriam então “desaparecido” depois desse episódio. Tempos depois, os dois “reapareceram” e voltaram para sua rotina normal, para espanto dos estudantes… Mistérioooo…

Como chegar: Metrô Saint-Michel Notre Dame – Linha 4

03 – Rue Mouffetard (5º arr)

Data de origem: Século I

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A velha “Mouffe” foi uma das mais belas experiências que tive nessa minha pesquisa.

A rue Mouffetard é considerada uma das vias mais antigas de Paris e ligava Lutécia (antigo nome de Paris) à Roma. Esta via percorre uma área próximo à colina Mont Sainte-Geneviève que era chamada de “Mont Cétarius” ou “Mont Cetardus” desde os tempos romanos; muitos historiadores consideram “Mouffetard” uma derivação desse nome antigo. Ao longo dos séculos, a rue Mouffetard apareceu como Montfétard, Maufetard, Mofetard, Moufetard, Mouflard, Moufetard, Moftard, Mostard e também rue Saint-Marcel, rue du Faubourg Saint-Marceau (“rua do subúrbio Saint-Marceau”) e rue de la Vieille Ville Saint-Marcel (“rua Saint-Marcel da cidade velha”). Há ainda uma outra linha teórica que defende que o nome da rua deriva de “Moufette” (gambá, em francês), devido ao mau cheiro do local na antiguidade.

Como chegar: Metrô Place Monge – Linha 7


04 – Rue Montorgueil – (1º e 2º arr)

Data de origem: Século X

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Foto: blog voali.com.br

O nome da rua é uma síntese de Mont-Orgueilleux (Montanha Orgulhosa) e recebeu esse nome porque na Idade Média, existia no local uma montanha (que na verdade era um monte de lixo e entulho) que se chamava Mont-Orgueil. A montanha de lixo era tão grande que chegava a medir 16m de altura. Já imaginou?

Hoje é uma das ruas mais conhecidas de Paris por seus restaurantes e lojas e também por ser um passeio perfeito para quem deseja fugir dos roteiros turísticos convencionais. Esta rua serviu de inspiração para a obra de Claude Monet, La rue Montorgueil à Paris. Fête du 30 juin 1878.

Como chegar: Metrô Sentier – Linha 3 / Étienne Marcel – Linha 4

5 – Avenue des Champs-Élysées (8º arr)

Data de origem: meados de 1709

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Foto: Forbes

Na mitologia grega, o reino dos mortos era dividido em diferentes jardins onde as almas residiam de acordo com sua vida terrena. Os “Campos Elíseos” seriam o paraíso reservado para heróis, bem como para almas virtuosas.

A avenida foi projetada em 1674 por André Le Nôtre (mesmo arquiteto dos jardins de Versalhes) como forma de ampliar o jardim das Tulherias. A avenida foi construída em uma área pantanosa fora dos limites de Paris, que atravessava um córrego que descarregava esgoto no Rio Sena. A nova avenida recebeu o nome de “Grand Cours” ou “Grand Promenade” e só passou a se chamar Champs-Élysées em 1709, passando ainda por grandes mudanças ao longo de sua história.

Como chegar: Metrô Geoge V – Linha 1 / Franlkin D. Roosevelt – Linhas 1 e 9

6 – Boulevard du Montparnasse (6º, 14º e 15º arr)

Data de origem: 1760

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Foto: montaparnasseapartment.com

Outro nome inspirado na Grécia, já que o Monte Parnaso é uma montanha mítica grega, dedicada ao deus Apolo e suas Musas, onde fica o famoso santuário de Delfos.

No início século XVII, estudantes do Quartier Latin se reuniam no topo de uma pequena colina artificial, onde areia e cascalho se acumulavam, para recitar poemas. O morro passou então a chamar-se ironicamente de Mont Parnassus, em alusão ao local de estadia de Apolo e das nove musas, protetoras das artes e da poesia. Ao longo da história, o local foi frequentado por nomes famosos como Picasso, Modigliani, Apollinaire, Sartre, entre outros.

Como chegar: Metrô Montparnasse Bienvenüe – Linhas 4 e 12

7 – Rue Vide-Gousset (2º arr)

Data de origem: 1685

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Foto: Wikipedia

A rua “Esvazia Bolso” ou “Bolso Vazio” recebeu esse nome, provavelmente devido aos inúmeros roubos que aconteciam contra os poucos moradores que por ali transitavam à época, principalmente à noite.

Como chegar: Metrô Sentier – Linha 3

8 – Rue Du Bac (7º arr)

Data de origem: 1564

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Foto: Bonjour Paris

Na época da construção do Palácio das Tulherias, em 1564, ao final desta rua, que na época era apenas um acesso de chão batido, existia uma balsa (bac) que era utilizada para atravessar o rio – daí o nome da rua. Esta balsa permitia que os blocos de pedra vindos das pedreiras de Vaugirard (que existiam na região onde hoje situa-se o 15º arr) chegassem ao canteiro de obras do Palácio, construído sob ordens de Catarina de Médici, durante o reinado de seu filho, Carlos IX.

No número 140 desta rua fica a famosa Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, onde a Virgem Maria teria aparecido para a Santa Catarina Labouré em 1830 e pedido a criação da medalha que veio a ser conhecida como Medalha Milagrosa. E do outro lado da rua, fica o badalado centro de compras Le Bon Marché.

Como chegar: Metrô Rue du Bac – Linha 12 / Sèvres Babylone – Linhas 10 e 12 (mais próximo da capela e do Bon Marché)

9 – Rue des Degrés (2º arr)

Data de origem: anos 1650

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Foto: Paris La Douce

Para você, Paris é sinônimo de grandes ruas e avenidas? Pode ser, porém, o que não faltam são ruelas e becos minúsculos. Pois bem, menor rua de Paris é formada apenas por degraus e fica no 2º arr, onde não há casas (e nem haveria espaço para isso). Como isso é possível? Esta rua atípica tem 5,75m de extensão e 3,3m de largura e é limitada apenas por duas paredes sem janelas, portas ou números. Nos dias atuais, se encontra decorada por grafites modernos. Paris e suas surpresas!

Como chegar: Metrô Bonne Nouvelle – Linha 8 9

Confira nosso artigo sobre a rue des Degrés

10 – Rue du Croissant (2º arr)

Data de origem: 1612

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Foto: Fred Lahache

O nome se deve a um antigo estabelecimento que existia nessa rua, um pequeno café que oferecia “Croissant” a seus clientes. Como existia ali uma placa e esta era única sinalização daquele trecho, as pessoas identificavam a rua como “rua do Croissant”. Com o passar dos anos, o local tornou-se um importante centro de publicações republicanas e socialistas, produzindo jornais e livros. Durante a Revolução Francesa, os jornais de Marat eram impressos no número 13 dessa rua. Mais adiante no tempo, na década de 1850, o escritor Honoré de Balzac (1799-1850) frequentou muito esta rua durante o processo de publicação de sua obra La Comédie Humaine, que fora impresso em uma das gráficas dessa rua.

Como chegar: Metrô Sentier – Linha 3

Fonte: https://parissempreparis.com/a-historia-oculta-por-tras-dos-nomes-das-ruas-parisienses/

Apresentador francês ensina receita de petit gâteau de Paris

O doce na França tem outros nomes

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O doce na França tem outros nomes

O doce francês petit gâteau é uma das sobremesas mais populares nos restaurantes do Brasil. Em Paris onde ele foi criado, se chama fondant au chocolat, mi-cuit au chocolat, moelleux au chocolat ou gâteau au cœur coulant.

Engana-se quem pensa que não é possível fazer a receita em casa para um almoço em família. O apresentador francês e empresário, Benjamin Cano, ensina uma receita que vai garantir o doce no ponto certo. 

Ingredientes:

5 ovos inteiros

250g de chocolate meio amargo (barra)

100g de açúcar

200g de manteiga

100g de farinha de trigo

Modo de preparo:

Comece pegando uma tigela grande ou outro recipiente semelhante, coloque as gemas, ovos inteiro e também o açúcar, pegue um batedor e misture tudo muito bem. Em seguida, coloque em outro recipiente, o chocolate e a manteiga, leve para o microondas por cerca de 4 minutos. Durante esse período, abra o microondas e misture os ingredientes, para garantir um melhor resultado. Deixe o tempo suficiente para derreter os ingredientes, não deixe aquecer mais do que o necessário. Em seguida, coloque a farinha e também o chocolate derretido junto com os ovos e misture mais uma vez, até perceber que a mistura tornou-se uma massa. 

Coloque a massa em forminhas bem untadas e depois use as forminhas dentro de uma forma maior, leve para o forno - pré aquecidos a 200C por 5 a 10 minutos. Depois, disforme elas ainda quente e sirva com sorvete.

Em Paris, o primeiro cinema flutuante do mundo, com barcos elétricos “no lugar” das poltronas

Pequenos barcos elétricos que flutuam no Sena e de onde dá para assistir a um filme. O cinema flutuante chega a La Villette, Paris: entre a água e o céu, pode-se acompanhar um filme respeitando todas as regras impostas ao distanciamento social.

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É o “Cinéma sur l’Eau”, o cinema sobre a água, que acontecerá apenas em 18 de julho: uma noite de cinema que abrirá Paris Plages 2020, o famoso festival de eventos de verão na Ville Lumière. Nessa ocasião, os parisienses poderão participar do primeiro cinema flutuante eco-responsável do mundo.

Porém, reservar um lugar em um dos 38 barcos elétricos (com capacidade para duas a seis pessoas) não é uma coisa muito fácil. As pessoas são convidadas a se inscrever on-line para participar de uma loteria que ocorrerá no dia 15 de julho. Quem não chegar aos barcos pode tentar pegar uma das 150 espreguiçadeiras que serão montadas em terra.

O primeiro filme a ser exibido será “Le Grand Bain”, de Gilles Lellouche, e para poder assistir à exibição, é necessário participar de uma extração até 15 de julho, que dará 150 lugares. Os barcos, nos quais 4 a 6 pessoas podem sentar-se, representam apenas a primeira fila do cinema, enquanto os outros assentos estão localizados em espreguiçadeiras no gramado.

Só podemos esperar que a exibição seja tão bem-sucedida que se torne um evento regular e sirva de inspiração para outras cidades mundo afora.

Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com/em-paris-o-primeiro-cinema-flutuante-do-mundo/?fbclid=IwAR0-gcSbMT1-WNU5rsoQ-URFsZzEeymVGTLH-WVmNT9eYGilAF8FF26oNoE