Visibilidade das mulheres na arte - Coluna Arte/Design e Fotografia por Mônica Fraga

Em um momento em que o feminismo está a todo vapor, tenho participado de cursos e discussões sobre a visibilidade das mulheres na Arte.

Em um mergulho ao início da História da Arte fiquei impressionada com a quantidade de artistas mulheres "apagadas" ou que não receberam os louros merecidos e que foram tão incríveis quanto  artistas homens renomados .

O curioso é que o fato de serem mulheres era um complicador, existia o preconceito e muitas delas foram esposas ou amantes de grandes pintores, vivendo na "sombra" deles, ficando à margem na profissão...

A maioria das pessoas se identifica com o estilo Impressionista, que valoriza a percepção da luz e da cor com pinceladas rápidas. O termo Impressionismo teve origem com a obra "Impressão: nascer do Sol" de Claude Monet, mas a maioria nunca ouviu falar de Berthe Morisot, uma artista, impressionista, com um trabalho incrivelmente talentoso e sensível. Ela foi modelo do Édouard Manet e retratada por ele em várias telas, mas nunca como pintora que era.

Mais uma descoberta maravilhosa que entrou definitavemente na minha bagagem!

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Berthe Morisot, Psyche, 1876

 

Pasmem, mas o preconceito perdura até os dias atuais. Segundo as Guerrila Girls, um grupo de ativistas femininas, anônimas, criado em Nova York em 1985, que usam uma máscara de gorila e denunciam questões relacionadas ao sexismo, racismo, corrupção na arte, política e cultura pop, 85% dos nus do Museu Metropolitan de Nova York são femininos.

Em 2015, em Nova York,  tiveram apenas uma mostra solo feminina no Guggenheim , duas no MOMA, uma no Metropolitan e uma no Whitney Museum.

Na exposição individual no MASP em 2017, as Guerrila Girls questionaram a quantidade de artistas femininas e a quantidade de nus femininos presentes no museu. Apenas 6% dos artistas do acervo em exposição são mulheres e 60% dos nus são femininos.

Infelizmente ainda estamos lutando por igualdade,  e fico indignada como já evoluímos tanto em outros aspectos e ainda exista o preconceito e desigualdade contra a mulher.

Queremos um maior equilíbrio entre mulheres e homens artistas nos cenários da arte moderna e da arte contemporânea.

Somos privilegiados por ter uma história da arte brasileira dominada por mulheres como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Lygia Clark, Lygia Pape, Mira Schendel, entre outras...

Hoje temos representantes nas grandes instituições de arte, curadoras e artistas contemporânea de renome, e sabemos da potência que somos!

 

"As Mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu de Arte Moderna de São Paulo?"

Guerrila Girls

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Mônica Fraga

Arte, Fotografia & Design

Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com