Dia 20 de setembro: Dia da Paella. Onde saborear versões espanholas e brasileiras na região de Campinas

Prato foi criado entre os séculos XV e XVI, na região de Valência, na Espanha

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Criada entre os séculos XV e XVI na região de Valência, costa lesta da Espanha, a Paella tem sua data comemorada internacionalmente no próximo dia 20 de setembro. Prato de origem camponesa, ganhou sofisticação ao longo do tempo e hoje está incorporado à gastronomia mundial, com diversas variações e até opções adaptadas ao paladar brasileiro, como a versão caipira, desenvolvida por chefs locais.

 

Segundo a história desse prato, ele teria surgido como alimento dos camponeses, quando saíam para o trabalho rural, levando arroz, óleo de oliva e sal, além do recipiente para cozinhar: uma panela redonda com alças, ampla e rasa chamada de “Paella”.

 

Esse formato facilitava o mexido do arroz e seus componentes durante o preparo, proporcionando um cozimento por igual. Como a origem deste prato está fortemente relacionada ao campo, incorporavam à receita do prato os ingredientes que encontravam, tais como, carne de caça, sobretudo de lebre e de pato, legumes da estação e açafrão (nobre especiaria) retirada das flores, dando o colorido amarelado ao arroz.

 

Passado algum tempo, a Paella difundiu-se e alcançou o litoral. Aí acrescentou-se os frutos do mar: camarões, lulas, vôngoles, mexilhões, lagostins e polvo, tornando-o um prato mixto (terra e mar). A origem da Paella vem do latim “Patella”, bandeja usada na antiga Roma destinada às oferendas aos Deuses, nos rituais de fecundação da terra. Dizem também os historiadores que a palavra “Paella” surgiu quando os trabalhadores rurais voltavam para seus lares nos finais de semana e em homenagem às suas esposas preparavam essa deliciosa iguaria “Para Ellas” dando origem ao nome.

 

Em terras espanholas, a Paella está presente nas festas de casamentos, aniversários, batizados, feriados religiosos e finais de semana. Seu preparo segue todo um ritual, pouco alterado desde a sua criação.

 

Ao longo dos anos, a iguaria caiu no gosto do consumidor da região de Campinas, levando restaurantes a adaptar a receita tradicional aos diversos gostos local. Hoje, o prato pode ser encontrado em diversos estabelecimentos.

 

O Restaurante Vila Paraíso, no Distrito de Joaquim Egídio, criou a Noite da Paella, todas as quintas-feiras, com opções da tradicional receita espanhola e a Paella Caipira, preparada com ingredientes nacionais. Seu preparo segue um ritual, todo ele feito no meio do salão pela equipe do chef Ricardo Barreira, para que o cliente possa acompanhar o passo a passo até ser servida.

 

Outra dica para degustar a Paella na região é o Restaurante Benedito, no Cambuí.  O Chef Mauro Mason desenvolveu uma receita especial baseada na versão arroz à la Marinera ou de frutos do mar. “É um dos pratos mais saborosos que existem em todo o planeta. Além de ser uma das bandeiras da culinária espanhola, pode-se fazer em casa sem qualquer dificuldade, desde que tenha os ingredientes”, conta o Chef Mauro.

 

Neste ano, ele desenvolveu uma receita exclusiva do prato, a Paella do Benedito, preparada somente com arroz e camarão servida no Festival do Camarão, de quarta a domingo, no almoço e jantar.


Na Terra da Paella - Coluna Vinho por Giovana Pardo Mêo do Vinho Prático

Estive um pouco ausente nas últimas semanas e agora, já ambientada, tenho como justificar. Vou começar um mestrado internacional em Inovação no Enoturismo (turismo de vinho) e por isto me mudei para a Europa, mais precisamente para Espanha. Ficarei em Tarragona na região da Catalunha neste primeiro semestre.

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Com certeza terei muitas novidades, um tanto de aprendizagem, visitarei muitas vinícolas e regiões, além de vinhos degustados. Assim, tenho certeza que assunto não vai faltar.

Em se tratando de Espanha, logo se pensa em uma deliciosa paella (lê-se “paelha”). Já adianto que é um prato bem variado, mas têm em comum o arroz como base, açafrão e os ingredientes disponíveis na região.

A paella tem este nome do latim ‘patella’ (recipiente ou vasilhame) ou do francês ‘paelle’ (panela) que é onde é feito e servido. São panelas largas com fundo raso, como uma frigideira mas sem o cabo, o que faz com que o calor fique por igual e cozinhe tudo uniforme.

 Originalmente foi feita na região de Valência, por isto também é conhecida como paella valenciana. A região era produtora de arroz, herança da colonização moura. Era feita pelos camponeses que se juntavam para o almoço e levavam o que tinham e misturavam os vários ingredientes como leguminosas da região (‘ferradura’ como uma vagem, ‘garrofón’ um tipo de feijão com grãos brancos e grandes e tavella), tomate e carnes de frango, lebre, coelho, caracóis e até pato. E claro, o arroz e muito azeite, além de outros temperos.

No Brasil o mais conhecido é feito com frutos do mar: mariscos, moluscos, pescados, com lindos camarões ornamentando o prato e até lagostas para os mais sofisticados. Estes por aqui são conhecidos como paella marinera.

E como harmonizar com vinho? Diz-se “what grows together goes together”, um tipo de harmonização comum que leva em consideração a comida regional com a bebida produzida por ali (“o que cresce junto fica junto”). Então nada melhor que acompanhar com o cava (espumante da Espanha) ou mesmo um vinho rosé com mais corpo da região de Navarra, geralmente da uva Garnacha ou até Tempranillo.

Para quem gosta de vinho branco, pode acompanhar com um encorpado Chardonnay barricado, Albariño ou Sauvignon Blanc.

Tem quem goste de harmonizar com vinho tinto, de corpo leve, principalmente a versão que leva frango e coelho. Para esta, uma opção da uva Pinot Noir ou Merlot cairá bem!

Depois de tanto falar fiquei com água na boca! Bom apetite!

Saúde!

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Giovana Pardo Mêo

Coluna Vinhos

Formada em propaganda e marketing, trabalha também com alimentos e bebidas e aproveita para se dedicar ao vinho entre taças, cursos e viagens.

E-mail: giovana@vinhopratico.com.br

Instagram: @vinhopratico