Os riscos da Poliomielite e do Sarampo voltarem - Coluna Pediatria por Dra. Carolina Calafiori de Campos

Infelizmente , desde 2015 as coberturas vacinais vêm caindo no Brasil, atingindo seus piores marcadores no período pandêmico. Em 2020 a cobertura vacinal por grupo alvo para poliomielite foi de 75,88% e para a segunda dose de tríplice viral ( sarampo , caxumba e rubéola ) de 62,75%.

A poliomielite é uma doença altamente transmissível causada pelo poliovírus, que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia total em poucas horas. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa pela via fecal-oral, principalmente e menos frequentemente, por água ou alimentos contaminados e se multiplica no intestino. 

Não existe tratamento específico, ou seja nenhum tipo de medicamento pode impedir a paralisia,  mas a doença pode ser PREVENIDA através da VACINAÇÃO  .

Após décadas de extensos programas de vacinação, a doença foi eliminada de praticamente todos os continentes, ficando restrita a dois países: Afeganistão e Paquistão.

Porém , em 17 de fevereiro de 2022, as autoridades de saúde de Malawi relataram um caso importado do Paquistão de poliovírus selvagem do tipo 1. Há mais de cinco anos não era reportado um caso de poliovírus selvagem no continente africano, que foi considerado livre de pólio, desde agosto de 2020.

No dia 7 de março de 2022, um caso circulante de poliovírus tipo 3 derivado de vacina (cVDPV3) foi confirmado em uma menina NÃO vacinada de 3 anos e 9 meses em Israel. A menina havia desenvolvido paralisia flácida aguda e, ao testar suas fezes, o poliovírus foi confirmado. 

A doença continua endêmica no Paquistão e no Afeganistão, onde de 2017 até 2021 foram reportados 376 casos de poliovírus selvagem, o que é extremamente preocupante.

Não podemos esquecer também os 2.289 casos relatados no mundo de poliomielite derivado de vacina, no mesmo período.

Qualquer caso de poliovírus declarado significa um grande sinal de alerta para avaliação e ampliação da cobertura vacinal, pois somente a vacinação pode evitar a doença.

Além da Poliomielite , não podemos deixar de falar sobre o Sarampo, uma doença  que atualmente tem risco de baixas coberturas vacinais e consequentemente sofre um aumento no número de casos. 

Em 2016 o Brasil recebeu a certificação da eliminação do vírus, porém, em 2018, foram confirmados 10.346 casos da doença e em 2019 o país perdeu a certificação de “zona livre do vírus do sarampo”, dando início a novos surtos, com confirmação de 20.901 casos da doença. 

Em 2020 foram confirma- dos 8.448 casos. Da semana epidemiológica 45 de 2021 a 4 de 2022, foram confirmados 23 casos no estado do Amapá, dois casos no Rio de Janeiro e um caso no Pará. No ano de 2021 foram registrados dois óbitos pela doença no Amapá em menores de um ano de idade.

Por isso a importância de se manter o calendário vacinal do seu filho atualizado. Além de protegê-lo , você estará contribuindo para a saúde de outras crianças , combatendo essas e outras doenças infectocontagiosas, que podem ter consequências terríveis.

Dados: Nota de alerta número 21 ( 18 de março de 2022) - Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria

Dra. Carolina Calafiori de Campos

Coluna Pediatria

Dra Carolina Calafiori de Campos - CRM 146.649 RQE nº 73944 

Médica Formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, Especialização em Pediatria pelo Hospital da Puc Campinas, Especialização em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital da Puc Campinas, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria - Contato: carolinacalafiori@hotmail.com





Surto de Sarampo pela queda da vacinação - perigo para as crianças! Coluna Pediatria por Dra. Carolina Calafiori de Campos

Em virtude da pandemia causada pelo novo Coronavírus , tivemos uma baixa cobertura vacinal, mas isso não é só de hoje .

A queda na vacinação TRÍPLICE VIRAL , conhecida como SCR , que protege contra o Sarampo , a Caxumba e a Rubéola , fez com que o Brasil perdesse o certificado de país livre do sarampo, uma doença que voltou a assolar o país com um surto de casos nos últimos anos. 

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Veja nesse texto as recomendações para a vacinação do Sarampo:

Dose zero: de 6 meses a 11 meses (dose extra)

Primeira dose:  Aos 12 meses de idade (1 ano);

Segunda dose: Aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida.

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Para aquelas pessoas que tomaram apenas uma dose até os 29 anos de idade , recomenda-se completar o esquema vacinal com a segunda dose da vacina; se você tem comprovado as duas doses da vacina do sarampo, não precisa se vacinar novamente.

Para aquelas pessoas que nunca tomaram a vacina ou perderam o cartão vacinal ou simplesmente não se lembram , veja as recomendações:

De 1 a 29 anos - São necessárias duas doses;

De 30 a 49 anos - Apenas uma dose.

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 As vacinas do sarampo estão disponíveis em apresentações diferentes. Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

 Os tipos de vacinas são:

Dupla viral - Protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto;

Tríplice viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola;

Tetra viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).

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O sarampo é uma doença com alto poder de contágio e que pode ter uma evolução grave e fatal . Não  existe um tratamento específico para o sarampo e a única maneira efetiva de prevenção é vacinação, por isso não deixe jamais de vacinar seu filho .

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Carolina Calafiori de Campos

Coluna Pediatria

Dra Carolina Calafiori de Campos - CRM 146.649 RQE nº 73944 

Médica Formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, Especialização em Pediatria pelo Hospital da Puc Campinas, Especialização em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital da Puc Campinas, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria - Contato: carolinacalafiori@hotmail.com  

Sarampo - Coluna Pediatria por Dra. Carolina Calafiori de Campos

No início do mês de junho, o Ministério da Saúde confirmou 31 novos casos de Sarampo no Brasil, sendo que a maioria desses casos ocorreu no estado de São Paulo, com 21 novas confirmações. No total, o Brasil atingiu a marca de 123 casos até o momento em 2019. Saiba o que é essa doença, como trata-la e preveni-la no texto abaixo.

O Sarampo é uma doença infecciosa aguda, vira. Transmitida pela fala, tosse e espirro, é extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina.
O agente envolvido na causa da doença é o Vírus do Sarampo, que pertence ao gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae.
A transmissão do Sarampo ocorre de forma direta, por meio de gotículas de muco ou salivas expelidas pelo doente ou até mesmo o contato direto com as secreções do nariz e da garganta das pessoas infectadas; por isso é elevado o poder de contágio da doença. O período de incubação do vírus (tempo entre a exposição ao agente da doença e início dos primeiros sintomas) é de 10 dias, até o aparecimento da febre e cerca de 14 dias até o início das lesões da pele.
Inicialmente os sintomas do sarampo são bem inespecíficos e duram de 1 a 6 dias : febre alta, acima de 38,5°C, dor de cabeça, mal-estar, tosse, coriza clara ( secreção pelo nariz) e prostração. No final desse período aparecem manchas brancas na mucosa oral , chamadas de manchas de Koplik ( veja na foto abaixo)

 Após 1 a 3 dias do surgimento dessas manchas brancas na boca, temos o surgimento exantema cutâneo maculopapular, ou seja, manchas vermelhas que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida se espalham pelo corpo na direção da cabeça aos pés. Essas manchas vermelhas tendem a permanecer por 3 a 4 dias, e nesse período a febre e a tosse se tornam mais intensas, os olhos ficam vermelhos e com secreção e a coriza passa a ser purulenta.

O sarampo é uma das doenças que mais apresenta complicações, causadas tanto pelo próprio vírus do sarampo, como infecções secundárias por bactérias, sendo a infecção de ouvido (otite) e as pneumonias as mais comuns.

Existe algum exame que confirme a doença? Sim, podemos ter a confirmação laboratorial por meio da detecção de anticorpos antissarampo no sangue (IgG e IgM) , mas o exame clínico dessa doença é fundamental. E qual é o tratamento? Não existe tratamento
específico para o sarampo. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais.
Para os casos sem complicação devemos manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a febre por meio de antitérmicos. Muitas crianças necessitam de quatro a oito semanas, para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes do sarampo. As complicações como diarréia, pneumonia e otite média, também devem ser tratadas de acordo com a recomendação médica.


Como prevenir o sarampo? A vacinação é a única maneira de prevenir efetivamente a doença. O esquema vacinal é: VACINA TRÍPLICE VIRAL (SCR – Sarampo + Caxumba + Rubéola) aos 12 meses de idade e uma dose de reforço (2º dose) dos 4 aos 6 anos de idade.  Dessa forma todos os indivíduos de 1 a 29 anos devem ter DUAS doses da vacina do sarampo para serem considerados protegidos. Os adultos entre 30 e 49 anos, sem comprovação de nenhuma dose, devem receber pelo menos uma dose da vacina Tríplice Viral (SCR). Assim, o Brasil só voltará a erradicar o Sarampo, se conseguir vacinar 95% da população.

Preciso afastar meu filho doente da escola? Sim! O paciente deve ser afastado da creche, escola ou trabalho, durante todo o período de TRANSMISSIBILIDADE, que é de 4 a 5 dias antes dos sintomas até 4 dias após o aparecimento das lesões de pele.

Em caso de dúvidas procure sempre um médico, nenhum post substitui a consulta e o exame físico.

Dra. Carolina Calafiori de Campos

CRM 146.649

Registro de Qualificação em Especialista - RQE 73944

Pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Intensivista Pediátrica no Hospital da Puc Campinas e na Clínica Congenitus

Quadro “ Papo de Criança “ no Programa Saúde e Você

Colunista do site Raquel Baracat

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