O diferencial do trabalho da LBV no fortalecimento da cidadania e no cuidado com os idosos

O segredo para envelhecer bem


 

O envelhecimento é um processo natural em que os anos passam a ser recheados de histórias e muitos aprendizados. Além da sabedoria simbolizada pelos cabelos brancos, essa fase é uma oportunidade de adquirir conhecimentos, de ter vivências inusitadas e realizar atividades que agregam boas experiências à nossa jornada.

 

Reconhecendo a importância das pessoas idosas e valorizando suas histórias de vida, a Legião da Boa Vontade (LBV) empreende esforços para que elas experimentem a terceira idade de forma plena, com saúde e alegria. Em suas unidades, a Entidade zela pelo bem-estar de seus atendidos, preservando sua dignidade, minimizando os fatores de risco típicos dessa fase da existência e também oferecendo orientação às famílias sobre o cuidado com seus entes queridos e consigo mesmos.

 

Tempo de aprender

Segundo a psicóloga clínica e especialista em avaliação neuropsicológica, com mestrado em Gerontologia Biomédica pela Escola de Medicina — Instituto de Geriatria e Gerontologia (PUC-RS), dra. Francelise de Freitas, a pessoa idosa normalmente tem uma redução da atenção, da memória e até uma pequena desorientação espacial. Ao “aprender algo novo ela ‘desenferruja’ o cérebro, pois o coloca para funcionar”. Daí a relevância do contínuo processo de aprendizado. Aliás, um grande aliado do envelhecimento saudável é o acesso à cultura. Para a profissional, a arte tem um efeito significativo na mente do idoso: “Você está estimulando a cognição e o cérebro, que é um músculo. Então, tem muito a ver com a parte cognitiva e emocional, está tudo no mesmo pacote”, finaliza a especialista.

 

Vínculos sólidos

Segundo Joslaine Santos, assistente social da LBV, “Os idosos precisam ter atividades e ações afirmativas para que eles consigam envelhecer de uma forma ativa, saudável e humanizada”. Em sua opinião, é necessário cultivar a paciência e promover o diálogo e a Solidariedade entre semelhantes: “O contato com a arte traz a questão terapêutica e algumas reflexões da própria vida deles [...]. Eles vão construindo laços e fortalecendo vínculos”.

 

Integrados na sociedade

Assim, se reforça o sentimento de pertencimento dos usuários, fazendo com que se sintam incluídos na sociedade. Nesse sentido, a Entidade cumpre papel vital na conquista e na melhoria da qualidade de vida deles, evidenciando o seu valor na sociedade e oferecendo-lhes um ambiente onde possam se sentir valorizados e cuidados. Nesse contexto, o serviço Vida Plena é voltado para idosos e incentiva a convivência, o fortalecimento de vínculos e o diálogo, justamente para que esse período seja vivenciado de forma ampla e irrestrita: “Na LBV mostram que pode ter qualidade de vida na melhor idade, isso aqui é maravilhoso. A LBV é um lugar que você se sente acolhido, porque é abraçado. Lá fora nos veem como velhos, aqui tu te sentes uma pessoa muito importante”, revela Silvarina da Silva, de 60 anos, atendida pela Entidade.

 

A arte de envelhecer

Nesse mês em que se comemoram o Dia Internacional da Pessoa Idosa e o Dia da Música em 1º de outubro, a Legião da Boa Vontade agradece aos seus doadores e voluntários por contribuírem para um envelhecimento digno, saudável e de qualidade a milhares de idosos atendidos pela Instituição no Brasil. Saiba mais em www.lbv.org.

 

 

Envelhecer com rugas - Coluna Psicologia e Comportamento por Flávia de Tullio Bertuzzo Villalobos

Tenho notado com frequência que as pessoas têm envelhecido sem rugas. Não é um elogio, se trata de uma reflexão.

O envelhecimento é um fenômeno abrangente, envolve todas as áreas da vida humana: física, comportamental, profissional e por aí vai. Em todas elas, segue um padrão de lentificação, engessamento de personalidade, diminuição de capacidades, perdas físicas. Por outro lado, usufrui maravilhosamente da experiência adquirida ao longo dos anos e navega mares tranquilos por conta da divina maturidade adquirida nesse processo de lapidação vivencial.

Mas e as rugas? As rugas estão sumindo. Por que? Porque agora temos técnicas para esticar a pele, reviver artificialmente aquilo que já está cansado.

É justo?

É justo que acordem a pele que há tanto já delineia e comanda as fronteiras com o mundo de fora? É ela que enfrenta o frio, calor, toca suavemente o vento ou impede bravamente a invasão das intempéries externas. Agora, depois de tempos de bravura, devemos estica-la, puxa-la e preenche-la, em uma violação sem fim.

Na verdade, pensamos que ao reconstruir artificialmente a pele, reconstruiremos nossa própria juventude, nossas próprias vontades e disposições perdidas, já passadas ou ameaçadas.

Pele é aonde termino eu e aonde começa o mundo. A divisão mais concreta que temos entre o que somos e o que não somos e é no que há de mais concreto então que precisamos concentrar nossa indignação de envelhecer:

 _Vamos reverter esse absurdo de envelhecimento concreto e aparente e tudo ficará bem!

A coitada da pele é que leva a pior.

O envelhecimento é algo a ser aceito e praticado. Sem prática não há evolução. Praticar a limitação com outros desenvolvimentos, as perdas com novas descobertas e a diminuição do vigor físico com a elegância, a simpatia e o bom humor. Envelhecer é aprender um novo padrão de comportamentos e digerir os estados emocionais que o acompanham. Não é fácil, mas também não é fácil aprender a ser mãe, profissional ou esposa (considerem aí também as versões masculinas de tais papéis).

Todos são padrões novos a serem aprendidos ao longo da vida e assim é também com o envelhecer.

Mas aí alguém deve ter pensado: ela não falou do medo da morte e envelhecer é morrer.

Não. Nascer é morrer. Viver é morrer. Envelhecer é apenas parte de algo que começou quando você veio ao mundo. Não vamos prejudicar nosso bom envelhecer com o medo de morrer.

Vai lá cuidar disso.

Vai descobrir o que te pacifica o coração e te inspira a alma.

Vai descobrir se acredita em alma!

E assim é que se combate o medo de morrer, buscando com esforço o que dá sentido a sua existência. Não perturbe o seu envelhecimento.

 Gosto muito desta foto da atriz Audrey Hepburn do tipo “antes e depois”:

Fico fascinada como as rugas lhe caíram bem e acho que isso acontece quando deixamos que elas tomem suas formas, se acomodem e façam parte de nós. Aí então podemos investir nessa altivez que só a velhice pode trazer através da vida-vivida-e-aprendida.

A paz vinda com maturidade é bela e serena.

Gente fina, elegante e de pele sincera.

 

Flávia de Tullio Bertuzzo Villalobos

Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e especialista em Psicologia Clínica Comportamental pela Universidade de São Paulo. Psicoterapeuta comportamental  de adultos e famílias, psicóloga do Ambulatório de Saúde Ocupacional da 3M do Brasil e proprietária da Villa Saúde – Psicologia & Cia, uma proposta multidisciplinar e inovadora de fazer saúde íntegra. Minha grande busca é transpor os limites do consultório, viver e aprender a psicologia em outras fronteiras, levar a ajuda e receber o aprendizado.  Contato:  villasaudepsicologia@gmail.com 

Facebook: Villa Saúde - Psicologia & Cia