Argentina investe no drive-in como experiência de entretenimento em tempos de quarentena

Já tem um tempinho que muitos lugares estão de olho nos retornos dos drive-in, pois eles permitem respeitar o distanciamento social sem perder a oportunidade de uma boa experiência de entretenimento. Na Argentina por exemplo, o AutoCine tornou isso uma realidade no país.

Com liderança da empresa Cinergia Agency, referência na área de eventos, o projeto está em andamento com equipamentos e projetores, fornecendo cinema para as pessoas sob o céu, assim como faziam nossos avós e pais décadas atrás.

O drive-in já era um evento que acontecia de tempos em tempos na Argentina, mas a ideia agora é torná-lo contínuo como forma de adaptação aos novos tempos que estamos vivendo: “devido à distância social que devemos respeitar, o cinema drive-in retorna juntamente com o desejo renovado de sair e desfrutar gratuitamente”, diz Gastón Sztutwojner, criador da Cinergia.

A empresa se propôs a reviver essa experiência montando teatros drive-in com telas gigantes ​​em qualquer lugar do país, em apenas 3 horas entre organizar e montar. A ideia é proporcionar uma boa vista para cerca de 400 carros por sessão.

Além disso, o áudio do filme é transmitido por uma FM de modo a ser sintonizada por cada carro, não precisando assim de altas caixas de som fazendo barulho e possibilitando ao espectador controlar o volume conforme o seu gosto. “Para a projeção, usamos uma nova tecnologia de projetor que, em vez de usar a lâmpada tradicional, possui um LED + LAser que permite mais energia e melhor colorimetria”, disse Gáston.

Além disso, o criador da empresa acrescenta: “As famílias desfrutam muito das funções, para os mais jovens geralmente é o primeiro contato com essa experiência e para os pais é a oportunidade de reviver um pouco de sua infância”.

Por enquanto, a ideia da Cinergia é promover essa iniciativa em quantos lugares forem possíveis no país: “Estamos discutindo com vários locais para fazer cinemas com entrada gratuita, mas ainda não queremos anunciar datas ou locais para serem prudentes e respeitar a quarentena.

Quando esse estágio terminar, precisamos continuar cuidando de nós mesmos e de que maneira melhor de fazê-lo do que indo ao cinema drive-in, com a família ou com seu parceiro, vendo uma nova experiência que respeite a distância social do conforto e da privacidade do carro.” finalizou Gáston.

Com informações do site Nation – Fotos: Reprodução

Fonte: https://www.asomadetodosafetos.com/2020/04/argentina-investe-no-drive-in-como-experiencia-de-entretenimento-em-tempos-de-quarentena.html

Se meu fusca falasse, obrigado! Coluna Cinema por Andre Luis Camargo

Minha paixão pelo cinema começouaos 7 anos de idade, na cidade de Americana, interior de São Paulo. Era um Sábado à tarde, quando meu pai resolveu me levar numa sessão de matine em um dos dois cinemas da cidade, o Cine Brasil, que mais tarde veio a se tornar o Teatro Municipal.

A sensação ao entrar na sala de cinema foi indescritível, mas falarei o que lembro. Me lembro muito bem de tudo, da movimentação no saguão, a colorida doçaria , os cartazes, era tudo maravilhoso. No saguão haviam duas portas escuras, e eu conseguia ouvir um burburinho dentro. Caminhamos e quando cheguei na porta vi aquelas dezenas de cabeças, todas olhando para uma gigantesca “parede branca” sob iluminação baixa. Nos sentamos, peguei meu saco de papel cheio de “balas Chitas” amarelas e fiquei na expectativa.

De repente a luz foi se apagando, enquanto a gigantesca parede branca ia se iluminando ao mesmo tempo que ia surgindo uma música. O filme que passou foi “Se meu fusca falasse.” , Herbie, 53, inesquecível. Foi nesse momento que percebi que a parede na verdade era uma janela, na qual através dela podia ver um mundo onde tudo parecia ser possível. Foram vários títulos que marcaram minha infância, “Deu a louca no mundo”, “Poltergeist”, “ET”, “Uma noite alucinante” dentre muitos outros que assistia, praticamente toda semana. Aos 13 anos, tive acesso ao VHS e até hoje me questiono se foi uma opção de entretenimento caseiro ou uma forma de baratear o meu entretenimento. No entanto, nada se compara a experiência vivida única e exclusivamente ao filme como a da sala de cinema.

Cinema é experiência, vivencia, aprendizado, reflexo de nossos conflitos e alegrias. Projetamos naqueles personagens nos quais nos identificamos todos nossos anseios e desejos, torcemos por ele, enfrentamos com ele todos obstáculos e nos glorificamos de suas conquistas, o que nos provoca a tão esperada e desejada “catarse”.

Não é só no cinema, é no teatro, na literatura, na música, na dança, na pintura, nas performances, na ARTE. A arte quebra as barreiras para nos levar além. Ás vezes ela é maioria, às vezes minoria, nunca é exata, precisa, pois sua forma e conteúdo não tem limites. Cada um absorve uma obra de um jeito. Aliás, a mesma pessoa absorve de forma diferente a mesma obra de acordo com seu estado emocional.

Sempre tento ser o mais imparcial possível em todos meus trabalhos. Como ator, defendo meus personagens, tento entender seus motivos, tento não deixar o Eu atrapalhar o Ele. Como diretor, obviamente imponho minha visão, mas deixo a estória ser orgânica, dou liberdade para o novo, o inesperado, que acontece muitas vezes num set. E é justamente por isso, não acredito no exato! O exato enrijece, bloqueia algo que pode ser melhor.

 

E nesses tempos em que a arte está sendo tão discutida, colocada em questão, caluniada e ofendida sim, fico pensando: “Mas é inquestionável. Se há questionamento, a questão propriamente dita já não pode ser o foco.” E daí me pego lembrando daquela janela que vi pela primeira vez, onde tudo era possível, que me encantou.

O fusca não precisava falar, mas defendo até hoje e sempre defenderei seu direito de poder!

Andre Luis

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O que aprendi em Auroville? Uma cidade planejada no sudeste da Índia - Coluna Volunturismo por Tatiana Garcia

 

Eu nunca tinha ouvido falar em Auroville até que uma mãe de uma grande amiga comentou sobre esse lugar tão curioso. Ela me disse ser uma cidade planejada no sudeste da Índia, um lugar espiritual conhecido como “A Cidade do Amanhecer”. Não tive muito tempo para pesquisar sobre o local, mas aquilo me intrigou, e um ano depois eu estava lá. Os visitantes de Auroville deveriam se pré-agendar e tínhamos que nos hospedar em locais específicos para visitantes. Depois de algumas horas de taxi chegamos em um local sem asfalto com o acesso um pouco difícil, meio escondido. Não havia sinalização alguma e muito menos uma placa escrito: “Bem-Vindo a Auroville”, o que achei um tanto incomum para a Índia. Fiquei numa casinha simples com móveis antigos e fui recebida com muito carinho por indianos. Mesmo com toda a cordialidade deles, eu sentia um aperto no coração e uma sensação estranha em estar ali.

Deixei minhas coisas e, como de costume, fui logo explorar Auroville. Peguei um mapa da cidade e com uma bicicleta da vila cheguei na única rua de comércios da cidade, tinha um ou dois mercadinhos, um restaurante e algumas outras lojas. Logo percebi que a maioria das pessoas que viviam na cidade eram estrangeiras, e foi quando descobri que toda a cidade era formada por pessoas de mais de 35 países, o que totalizava quase 2.000 mil pessoas, com o objetivo de agregar conhecimentos diversos e evoluir-se espiritualmente. Eu confesso que tentei ser a pessoa mais simpática e cordial do mundo; mas, estranhamente, naquele local construído para ser um centro espiritual eu sentia muita frieza e indiferença das pessoas, que pouco me cumprimentavam e muito menos olhavam nos meus olhos.

Dias depois eu já havia me ambientalizado na cidade feita em formato de círculo, fazia aulas de Yoga diariamente, meditação e até conheci o globo no centro da cidade, chamado Matrimandir. No centro dele tinha um cristal, com um buraco no teto onde a luz do sol entrava e refletia nele. Tudo era lindo, inclusive as casas sustentáveis e ecológicas ao redor do globo; tudo construído para ser perfeito. Mas, na realidade não sentia a perfeição através do amor entre as pessoas. Era uma mistura de egos, que contradizia muito com a Índia, um país de muita fé e espiritualidade. Aprendi então que não adianta buscarmos equilíbrio, espiritualidade e sabedoria fora de nós mesmos, ela sempre estará dentro de nós; e principalmente, pode ser compartilhada com as pessoas mais próximas da gente a qualquer momento; e isso é para mim a real definição da evolução espiritual.

Tatiana Garcia

Coluna Volunturismo

Além de empresária e empreendedora ela promove o Volunturismo no Brasil, uma prática de viajar com propósito! Porque não unir o útil ao agradável, não é verdade? Ela fez isso sozinha durante 2 anos consecutivos, e acabou realizando o grande sonho de dar a volta ao mundo. Conheceu 5 continentes, mais de 25 países, trabalhou em 10 ONG’s e teve sua vida totalmente transformada.  Durante sua viagem ela ajudou muitas crianças, comunidades e conheceu suas histórias; hoje ela se realiza compartilhando-as com o mundo. Instagram e Facebook: VoltaaoMundoPro e Site: tatianagarcia.com.br