Tesouro arqueológico brasileiro entra na célebre lista dos 52 lugares para ir do The New York Times - Coluna Entretenimento por Milena Baracat

Uma das mais relevantes listas sobre os melhores destinos de viagem, a do jornal norte-americano "The New York Times", colocou um destino no Brasil em sua coletânea.

Até pouco tempo atrás, a lista dos “52 Lugares” do The New York Times era uma curadoria de lugares hypados e cheios de novidades como museus, hotéis de design e restaurantes.

Em 2022, no entanto, ela traz um novo foco: destinos nos quais os viajantes podem ser parte da solução para a mudança climática e os problemas criados pelo próprio turismo.

O Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, representa o Brasil nessa lista. A publicação destacou as descobertas arqueológicas feitas na região, os museus e a beleza natural do bioma da região, a caatinga.

“Claro, são as dramáticas mesas e cânions da caatinga do nordeste do Brasil, ou terras arbustivas de cactos, que primeiro chamam a atenção. Mas o que distingue este Parque Nacional de inúmeras outras paisagens brasileiras de tirar o fôlego são os restos arqueológicos e artísticos de humanos antigos que muitos pesquisadores acreditam ter chegado há mais de 20.000 anos”, diz a publicação.

Considerado um dos cenários mais fascinantes, o Parque Nacional atrai visitantes pela sua formação de cânions gigantescos, que chegam a 200 metros de altura, além de belíssimos platôs.

Com 130 mil hectares e mais de 1.200 sítios com arte rupestre (pinturas que foram feitas em rochas e paredes de cavernas), atrai cientistas e turistas de todo o mundo.

Aliás, o Parque Nacional da Serra da Capivara guarda a maior concentração de sítios arqueológicos das Américas, com pinturas rupestres datadas de mais de 10 mil anos atrás. Ele foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

É possível ver essa arte no tradicional passeio pelos paredões onde estão preservadas centenas de desenhos e pinturas feitas pelos povos pré-históricos.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Piauí tem um dos mais importantes vestígios que ajudam a recontar a origem da humanidade a partir da pré-história.

Os trabalhos realizados no parque pela equipe da arqueóloga Niède Guidon, presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), foram fundamentais para comprovar que os primeiros homens a chegarem na América datam de cerca de 100 mil anos.

Ao incluir a Serra da Capivara na lista, o jornal The New York Times destaca as melhorias na infraestrutura do parque que vem sendo implantada desde a inauguração do Museu da Natureza, em 2018. (Foto abaixo)

Mesmo com o movimento reduzido pela pandemia, novos sítios arqueológicos foram abertos à visitação, banheiros foram instalados e uma escada, inaugurada em outubro 2021, agora permite acesso a um dos mirantes mais impressionantes de forma segura e controlada.

Além de ser um dos destinos de ecoturismo mais preservados e organizados do Brasil, o parque também abriga o projeto da Cerâmica da Serra da Capivara, cujas peças são vendidas por todo o Brasil, graças uma iniciativa pioneira implantada para oferecer uma nova atividade econômica que dá sustento para diversas famílias em uma das áreas mais carentes do país, enquanto ajuda a difundir a arte pré-histórica no mundo.

Fonte e Créditos: The New York Times / G1 / IG / MSM

Fotos Reprodução: The New York Times / Google

Milena Baracat

Coluna Entretenimento

Coluna Food Tasting

Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Cria conteúdo digital e presta assessoria ao Site Raquel Baracat.

 

A arte no Brasil - Coluna Arte/Design e Fotografia por Mônica Fraga

Fiz um curso de História da Arte Brasileira no MASP na semana passada, e as descobertas foram fascinantes.

Você sabia que temos sítios arqueológicos, que datam de até 20000 anos atrás? Sítios localizados no Nordeste, norte de Minas, Amazonas, e para minha surpresa, no interior de Goiás.

Fiquei impressionada com a minha descoberta tardia, e já está na minha “wishlist” para conhecer.

A pintura rupestre que não tem nada de primitiva, pois esse termo tem um significado pejorativo, está presente nesses sítios, tão elaboradas e marcando a nossa história.

Os indígenas nos deixaram também um legado artístico rico, desde a sua linguagem, a pintura corporal e seus sentidos, os objetos e utensílios que desenvolveram. Vale ressaltar os mantos tupinambás que eram feitos com penas de pássaros, os quais existem apenas 6 no mundo e estão todos em museus da Europa. Aí fica a reflexão: a arte deve ser compartilhada, mas não faz o menor sentido não termos posse do que é nosso por direito. Deveríamos ter algum exemplar conosco. Concordam?

Aqui compartilho o sítio do Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, lugar maravilhoso, cenário para fotos e um convite de volta às origens.

Mais abaixo o Sítio Arqueológico da Pedra do Ingá que tem um mural de pedra com extensão de 24m, com incisão rupestre, localizado no interior da Paraíba.

Sítio do Boqueirão da Pedra Quebrada, Piauí.

Sítio do Boqueirão da Pedra Quebrada, Piauí.

Sítio da Pedra do Ingá, Paraíba.

Falta incentivo e conhecimento sobre a arte brasileira.

Além do significado da arte, dos benefícios e questões que ela nos provoca, ela também é um fator importante para o turismo e desenvolvimento econômico de cidades e regiões.

Espero que esse canal sirva de inspiração, aumentando sua bagagem a cada post. Deixe seu feedback, sugestões e até algo que gostaria de saber um pouco mais, e assim podemos aprender juntos!

 

“Toda obra de arte é, de alguma maneira, feita duas vezes. Pelo criador e pelo espectador, ou melhor, pela sociedade à qual pertence o espectador.”

Pierre Bourdieu, 1968

Mônica Fraga

Arte, Fotografia & Design

Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com