Carta ao filhinho do meu coração - Coluna Psicologia por Leticia Kancelkis

“Sempre sonhei com você, filho querido. Não com seu rosto ou gênero, mas com a sua existência a perfumar e colorir a minha vida. Já o amava desde então.

Ao descobrir que meu corpo não poderia gestar você, abati-me e senti como se eu não pudesse ser mãe. Ledo engano!

Foram muitos tratamentos, muitas expectativas frustradas, muito amor represado... Guardadinho pra você! Eu ainda não sabia, mas algum tempo depois, estaria gerando você no meu pedaço mais precioso: meu coração.

O desejo de que você viesse era imenso e, então, compreendi como poderia realizar meu sonho. Sei meu amado filho, que marcas foram deixadas em sua alma antes que eu pudesse evitar, mas, agora que você chegou, tenho certeza de que o amor que nos une se encarregará de repará-las na medida necessária para que se sinta cuidado, desejado, feliz e para que se desenvolva da forma mais saudável.

Vou ajudá-lo a adaptar-se ao novo cheiro... E que ele venha a ser o cheiro que lhe traga confiança e amparo.

Desde sempre lhe direi onde você foi gerado em mim; não lhe negarei a sua história. Ela é sua! E, ao lhe contar, que o meu coração possa expressar direta e veementemente ao seu o quanto é amado! Que em cada dia de sua vida você saiba o quão profundo e eterno é o nosso vínculo!

Sabe? Tenho alguns medos: medo de perder você; de não conseguir reparar as primeiras marcas de sua vida relacionadas à ruptura tão precoce com quem o trouxe à vida e dentro de quem você ficou por nove meses; de fazer algo que possa lhe parecer que é, um pouco que seja, menos filho do que outros filhos; tenho medo de não ser “a melhor mãe do mundo” para você.

Sei que vou errar bastante, meu amor, mas tenho toda esperança do mundo de que esses meus erros não o machuquem; e, se machucarem, que eu possa o mais breve e profundamente possível, sarar esses machucados.

Farei o meu melhor e espero que ele seja suficiente para que você seja alguém muito, mas muito feliz mesmo!”

Esta carta fictícia foi escrita com base em atendimentos psicológicos a mães e filhos do coração, bem como no que entendemos como um processo de adoção saudável e bem sucedido. O desejo da mãe/dos pais deve ser proeminente, qual seja justamente o desejo de ser mãe, de ser pai, de exercer esse papel, de modo que há, neste contexto, uma gestação também, mas uma gestação que acontece na alma e não no corpo. Nosso desejo é de que uma pudesse acontecer tão rapidamente quanto a outra, visto que o processo de adoção no Brasil é tão burocrático. Feliz aquele que tem a oportunidade de receber seu filho desta forma, proporcionando-lhe um lar amoroso.

Leticia Kancelkis

Coluna Psicologia

Formada em Psicologia desde 1999, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica de referencial Psicanalítico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Autora dos livros: “O Sol Brilhará Amanhã: Anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus” e “Uma menina chamada Alegria”. Atua como Psicóloga Clínica, atendendo também por Skype. Contato:leticia.ka@hotmail.com

 

 

Filho único: O mimado da casa? Coluna Gestação/Maternidade por Carla Domingues

Atualmente muitas famílias optam em ter um único filho, por questões financeiras, vida profissional da mulher, gravidez tardia... Não importa o motivo, esta decisão vem crescendo a cada dia e com ela a duvida para criar estes pequenos reizinhos sem transforma-los em monstrinhos.

Mas fique calma, mesmo dando tudo do bom e do melhor, você pode criar seu pequeno, sem mimos e forma-lo num ser exemplar.

Para ajuda-la segue algumas dicas:

- Participe intensamente da vida de seu filho, procurando saber o que ele gosta, seus amigos... Mas com cautela, não há necessidade de elogiá-lo e achar tudo lindo e perfeito, seja sincera.

- Não o defenda sempre, deixe-o agir sozinho e interfira apenas para ensiná-lo quando ele estiver errado, fazendo-o reconhecer seus erros e pedir desculpas.

- Não precisa afirmar que ele é o mais bonito, inteligente, melhor nadador... Ele precisa entender que não é o melhor em tudo, nem o melhor que ninguém.

- Incentive e promova encontros dele com crianças da mesma idade, isso ajudara para ele não ter um amadurecimento precoce.

- Esteja disponível nos momentos definidos por você, ele precisa entender que existem momentos que é necessário esperar. 

- Não faça as tarefas por ele, é importante para o amadurecimento saudável da criança desde cedo ter suas próprias tarefas na casa.

- Tenha regras bem claras e definidas na casa, ele precisa entender que não pode fazer tudo.

- Não volte atrás nas suas decisões, seja firme e sensata na educação. E repreende-lo não é errado, é forma de educa-lo e cria-lo ao mundo.

Por: Carla Domingues, Consultora Materna

http://papodemaeparamae.blogspot.com

papodemaeparamae@ig.com.br

Carla Domingues

 

35 anos, mãe de 3 meninas e Consultora Materna. A 5 anos mergulhei no universo da maternidade, por qual sou loucamente apaixonada e venho com muito prazer realizando Consultorias Maternas a Domicilio e Cursos, podendo assim colaborar com as gestantes e mamães a superar e principalmente a curtir este momento único em suas vidas. Blog: http://papodemaeparamae.blogspot.com.br - Facebook: https://www.facebook.com/papodemaeparamae - Instagram: @papodemaeparamae - email: papodemaeparamae@ig.com.br