O conselho do Rei - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

 

 

“Quem se cerca de bajuladores é um péssimo líder”

 

Estava lá o Leão, rei da floresta, sentado no seu majestoso trono quando apareceu o macaco-prego, como sempre, todo falante.

- Majestade, majestade.  Bom dia, augustíssima pessoa!  A sua juba hoje tem algo de diferente, Senhor. Olha como ela está brilhando!? ! Vossa majestade, a cada dia que passa está mais galante, elegante, estimulante...

-  Diga logo o que deseja, Macaco, que não tenho todo o tempo do mundo. – disse o Leão impaciente.

- Temos aquele problema das hienas, chefe. Elas estão invadindo o nosso território e precisamos tomar alguma decisão sobre isso.

- É verdade. Já estamos demorando muito a tomar decisões sobre este problema...

- E como o Senhor sempre diz: a pior decisão é não tomar decisões, não é, Excelentíssimo?

- Claro que é. Diga aos diretores que estou convocando o conselho para essa tarde.

E assim foi o macaco-prego para a sua mesa enviar emails para todo o conselho. “Em caráter de urgência, eu estou convocando o conselho para essa tarde, ao pôr do sol. Assinado: ministro Macaco-prego.”

Na hora determinada, todos se reuniram no salão do reino e, sem muitas demoras, o rei apresentou o problema e esperou as sugestões da sua diretoria.

- Senhores, não há muitas alternativas. – disse o Leão. - Ou vamos para a batalha ou deixamos as hienas nas nossas terras. Eu gostaria que meu povo não sofresse novamente.

- Acho que devemos assinar um tratado de paz com as hienas. – disse o Hipopótamo. - Ninguém quer mais guerras.

- Considero um tratado de paz como a solução ideal. – proferiu a Girafa. – Vamos evitar derramamentos de sangue.

- Qual a sua opinião, Coruja? – perguntou o rei.

- Penso que vocês estão todos errados. Na verdade, estou com vergonha da covardia de vocês. Vocês sabem como as hienas procriam rapidamente. Em pouco tempo, a população delas será enorme e incontrolável. Elas vão ganhar mais território e comer todas as nossas provisões. É uma burrice sem tamanho deixar de agir energicamente agora. Deveríamos expulsá-las imediatamente.

- Eu discordo de você, Diretora Coruja. – soltou o Macaco. – Se o nosso imperador diz que não quer guerras, ele que está certo. O rei nunca erra. Apoiemos o rei.

E todos aplaudiram o discurso do ministro macaco.

A decisão foi por aclamação e, quase unânime. Só a Coruja manteve a sua posição e foi voto vencido.

Anos depois, a floresta era uma terra arrasada. As hienas ganharam força e destruíram tudo.

A Coruja estava certa, mas não havia mais ninguém para relembrar o seu conselho. Todos haviam migrado ou morrido. Mas, antes da partida, o Leão devorou o Hipopótamo, a Girafa e, é claro, o adulador Macaco-prego.

- Senhor, senhor, não me coma! Eu fui seu servo fiel, dedicado, submisso...

- Eu precisava de conselhos honestos, Macaco, e não de bajulação. – foram as últimas palavras que o macaco ouviu antes de ser abocanhado.

Moral da história: Evite os bajuladores. O seu colaborador mais leal pode ser justamente aquele que tem coragem de discordar de você. Ninguém está certo sempre. Líderes precisam de pessoas que os questionem sim. Sempre com bons argumentos, no fórum correto e da maneira correta. Não seja um bajulador e, se for líder de uma equipe, não se cerque de bajuladores. Esse é o caminho mais rápido para o fracasso. Até o próximo!

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

 

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.  marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo LinkedIn: Marcelo Veras - Skype: verasmarcelo  Tel: (19) 99610-3105 (19) 99482-3333

 

Ouvido seletivo - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

 

Há momentos nos quais você deve escutar sem ouvir” (Max Franco)

 

Vou fazer uso hoje de uma fábula narrada pelo expert em storytelling, Max Franco, que é muito pertinente ao momento em que vivemos como profissionais e como habitantes deste “tanque”.

Havia um tanque que estava cheio de sapos. Por que os sapos estavam num tanque? Por que eles não estavam num outro lugar? O fato é, essa história depende que sapos estejam confinados num lugar inóspito. Por que eles estão? Porque a história pede, só isso. 

Os sapos estavam num tanque. Mas não estavam satisfeitos em estar nesse tanque. Parece um país que conheço. Um país perto do nosso. O problema é que os moradores deste tanque ficavam o tempo todo resmungando e falando mal das condições de vida naquele logradouro. Tudo era razão de crítica: o preço dos combustíveis, a corrupção, os impostos, o BBB, o zica, o desemprego crescente, a economia em queda livre e todas as desgraças existentes naquele território.

Foi aí que um sapo teve uma ideia:

- Vamos fugir do tanque.

- Como fugir? Dá para fugir?

- Claro que dá para fugir, a gente é sapo e sapo salta. Vamos saltar e ir embora desta joça.

- Salta você primeiro.

- Por que eu?

- Porque eu dei a ideia. Vai, salta. Vai amarelar?

- Eu sou verde, mas não amadureço igual banana. Eu não amarelo. - disse o sapo e pulou. Infelizmente, mal alcançou a metade da parede, meteu a cara na parede e caiu feio.

Nesta altura, havia se amontoado um monte de sapos. Todos emitindo as piores opiniões. "Estamos perdidos!". "Vamos morrer aqui!". "Não há saída para ninguém!". " É o armagedom!". "É o lepo-lepo!". A conclusão da coletividade era só e apenas uma: Não haveria chances de escapatória daquela situação grave e crítica. 

Até que um sapinho ousado, meio magrelo, de jeito encabulado, pernas finas, abriu caminho  no meio da bagunça e, mesmo em meio a todas as previsões de catástrofe, deu um salto impressionante até a borda do tanque. Ele conseguiu. O impossível tinha sido feito.

- Ei, sapo! - gritou o sapo-chefe lá de baixo. - Ei, sapinho! Parabéns! Que maravilha! Como você conseguiu tal façanha? Ensine para nós! Todos queremos sair dessa... desse tanque. Ei, sapo, por que não responde? Não quer nos ajudar?

- Não é isso! - disse uma sapinha simpática ali perto. - É que ele é surdo mesmo!

 Moral da história: Às vezes é necessário ser “surdo”.

 O momento em que vivemos não é bom. Disso, todo mundo sabe. Agora, se tem uma coisa que não vai ajudar em nada é reclamar. Muito menos ficar dando ouvidos aos discípulos do apocalipse. E são muitos, viu? Olhe a sua volta. A quantidade de gente falando mal de tudo, de todos, e pregando o fim do mundo é enorme. Dependendo do caso, temos que ouvir, até por uma questão de educação e para não deixar uma pessoa falando sozinha, mas temos que ouvir sem escutar. E a razão é muito simples – se formos entrar nessa histeria de acreditar que nada mais tem solução, aí que a coisa vai ficar feia, concorda?

Mais uma vez, insisto, vamos gerenciar o que temos para gerenciar – o nosso tempo, o nosso dinheiro e a nossa energia. E colocar esses recursos naquilo que pode produzir resultados, e não ficar nessas rodinhas de sapos que entram numa doença coletiva de pessimismo , falam muito e produzem pouco. Enquanto isso, tem muita gente “surda” que está passando na frente e fazendo a coisa acontecer. Até o próximo!

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.  marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo LinkedIn: Marcelo Veras - Skype: verasmarcelo  Tel: (19) 99610-3105 (19) 99482-3333

 

Pequenos hábitos x Grandes resultados - Pontualidade - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

 

“Seja pontual – a sua carreira agradecerá”

 

- E aí, João, bom dia! Fazendo o que aí sozinho?

- Oi, Pedro! Temos reunião em 5 minutos. – respondeu João, ainda checando os emails no celular.

- Para com isso, cara! Você sabe que essa reunião mensal nunca começa no horário. Por que você não fica na sua mesa e volta daqui a 15 minutos? – disse Pedro, com cara de desdém.

- Não, prefiro ficar e esperar aqui. – Respondeu, calmamente, João.

- Tá bom, você manda! Mas só vou avisando uma coisa: Essa sua mania de ser pontual nessa empresa é coisa estranha, viu? Nem o chefe chega no horário! Por que você tem sempre esse péssimo hábito de chegar adiantado aos seus compromissos?

- Pedro, respeito a sua posição e agradeço o conselho. Mas prefiro ser pontual, mesmo que nem o meu chefe seja. A decisão de ser pontual é minha, não dele.

Pedro, novamente, fez cara de desdém e saiu da sala, voltando 20 minutos depois com todos os convocados para a reunião, que começou, como sempre, com 15 minutos de atraso.

Historicamente, nós brasileiros, não somos pontuais. Isso é quase cultural. Já morei em estados de norte a sul e garanto: pontualidade não é o nosso forte. Posso até dizer que para alguns, a pontualidade é quase uma ofensa.

Desde cedo, meu pai me ensinou a ser pontual e cumprir rigorosamente os horários combinados. Lembro-me até de algumas “punições” por não ser pontual na hora do jantar, no horário de cumprir com as tarefas da escola ou de ir dormir. Como sempre, quando somos crianças, não entendemos bem a razão de algumas coisas. Essa era uma delas. Pra que ser tão pontual? “Que chato!”

Por fim, formei-me, saí de casa e fui batalhar pela minha carreira. Aí todas as as respostas vieram, quase como um tsunami. Vi com meus olhos a importância de algumas coisas que antes pareciam bobagens ou perfeccionismos “idiotas”. A pontualidade foi uma delas.

Ser pontual significa várias coisas, não apenas cumprir horários. Ser pontual tem um papel enorme em várias competências que são necessárias para a sucesso profissional. Ser pontual é algo determinante para o sucesso de muitas relações profissionais e para a confiança que se estabelece em um profissional. E o bom (por um lado) disso tudo é que a concorrência nesse tema é muito baixa. Quase ninguém se interessa pelo assunto. A maioria segue a manada e entra na onda dos “15 minutos de tolerância”. Portanto, quem é pontual nada de braçada, praticamente sem concorrência.

Ser pontual (principalmente no Brasil) é mais uma questão de fé do que de ciência. Há poucas pessoas que cumprem seus horários à risca, e esses, assim com o o João, são quase motivo de chacota. Mas eu conheço, e muito bem, o que uma imagem de “ser uma pessoa pontual” vale ao longo de uma carreira. Vale muito, muito mesmo. Uma pessoa pontual é mais confiável. Se é mais confiável, é mais comprometida. Se é mais comprometida, pode receber mais responsabilidades. Se pode receber mais responsabilidades, pode produzir resultados mais expressivos. Se pode produzir resultados mais expressivos, vai crescer mais. Simples assim e, como sempre digo, quase matemático.

Pois essa é a mensagem de mais um texto da série “Pequenos hábitos x Grandes resultados” - Seja pontual sempre! Independente de quem quer que seja discordar, tirar sarro da sua cara ou tentar mudar a sua postura. Esteja em todos os seus compromissos com antecedência. Pode ter certeza que, aos poucos, as piadas irão se transformar em elogios. E mesmo que ninguém assuma, no dia em que pensarem em alguém para um projeto que precise de comprometimento e seriedade, o seu nome estará no topo da lista. Nesse caso, nadar contra a correnteza é um sinal de inteligência. Até o próximo!

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

 

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.  marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo LinkedIn: Marcelo Veras - Skype: verasmarcelo  Tel: (19) 99610-3105 (19) 99482-3333

 

Quem define a sua agenda? Coluna Coaching por Gustavo Nicolini

Muitas vezes nosso ambiente de trabalho é caraterizado pela pressão constante de produzir mais com menos recursos. E nesse cenário vivemos o desafio de dar conta do recado, ampliando tarefas cotidianas e até mesmo funções que antes eram exercidas por outros.

 

Se já não fosse o bastante, nesse mundo hiperconectado com excesso de informações, vivemos sob a expectativa do imediatismo nas respostas e soluções, além da interrupção constante de nossas rotinas.

Entre whatsapp, facebook e e-mails, fui interrompido dezenas de vezes enquanto escrevia esse texto. Por mais engraçado e incoerente que seja, a lição que fica é: difícil manter o foco quando há outras coisas disputando nossa atenção.

Além das demandas já citadas, bem como o aumento da carga horária de trabalho nos últimos anos, temos ainda uma agenda pessoal repleta de compromissos, em que tentamos, através de um malabarismo sufocante, conciliar esportes, viagens, leituras, passeios, agenda dos filhos, manutenção da casa, desenvolvimento pessoal, cursos, atividades familiares, tempo com os amigos, dentre outros.

Uau!!! Cansou?!?!?

Talvez você pense: “Gostaria de ser mais organizado, mas estou ocupado demais no momento para gastar tempo com isso”. Eu te afirmo: “Ninguém tem tempo de sobra”.  Será inevitável você mergulhar nesse assunto. Você precisa se organizar ou pode passar ocupado demais no seu dia sem ser eficiente, gastando mais horas do que o necessário para suas atividades.

Talvez sua justificativa resvala na falta de organização do ambiente de trabalho ou da sua casa, te impossibilitando concentração. De fato, alguns lugares não contribuem muito, mas é possível assumir o controle do seu ambiente e reduzir interrupções e distrações.

E por último, você pode achar que a organização é algo que nasce com determinadas pessoas, e que fatalmente você não nasceu organizado. Por um lado, a tendência de ser mais organizado (ou não) varia de pessoa para pessoa. Por outro, isso não significa que não há nada que possa ser feito.

Organizar é definir prioridades. Se você define e realiza suas prioridades, se sentirá com maior controle da agenda, mais focado e mais relaxado. Isto é, não estará sob pressão constante tentando lembrar de alguma coisa que deveria estar fazendo.

Ainda, passará menos tempo apagando incêndios e reagindo às crises; terá maior foco naquilo que importa em termos de resultado; mais tempo com a família, amigos e lazer; e redução do estresse e fadiga.

Não existe solução instantânea. Mais do que absorver dicas rápidas, sugiro uma reflexão mais profunda, a fim de trazer uma solução permanente, o que significa a avaliação das suas expectativas e atitudes atuais, a perseverança em construir novas rotinas e a disposição para produzir um pacote de ações específicas que irá funcionar para você.

Afinal, quem define a sua agenda? Se estiver em dúvida, bem possível que outros estão escolhendo o foco da sua atenção no dia-a-dia. Ainda é tempo!

Gustavo Nicolini

Coluna Coaching

Master Coach e palestrante, formado pela Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis), com certificação internacional pela Florida Christian University (FCU). Possui MBA em Administração com ênfase em Gestão pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Mestrado em Educação pela PUC-Campinas e Bacharel em Odontologia pela PUC-Campinas. Experiência de 14 anos como gestor de empresas, atuando nas áreas de planejamento estratégico, gestão de projetos e processos, desenvolvimento e treinamento de equipes. 

Site:  www.gustavonicolini.com / contato@gustavonicolini.com.br

 

 

Os cegos do castelo - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

Dos cegos do castelo me despeço e vou

 

Na semana passada, um grande amigo fez um post no facebook com um texto fantástico. Quem quiser ler (vale a pena), acesse o facebook do Max Franco e veja um post do dia 09 de janeiro às 13h14, com uma imagem de uma igrejinha em um campo. Neste, uma história muito bacana mostra um fato que todos nós vivemos com frequência e, muitas vezes, caímos nessa armadilha. Refiro-me a entrar em discussões inúteis com pessoas que se alimentam da energia dos outros. Isso mesmo,  tem gente que se alimenta da energia dos outros. Assim como vampiro e pernilongo gostam de sangue, tem gente que gosta de sugar a energia dos que estão próximos, sempre através de intrigas e busca incansável por uma intriga ou uma tramóia. Na história (repito, fantástica), um homem ignora um desses “sugadores de energia” e foge da conversa, deixando o seu interlocutor com o que ele menos queria – as costas e a indiferença.

Nas empresas, nas famílias e nos meios sociais sempre tem um (ou mais) que faz parte desta casta. Pessoas infelizes, mal resolvidas, carentes de alguma coisa, limitadas intelectualmente, ressentidas ou simplesmente vazias de bons momentos, que passam o dia procurando confusão. Implicam com tudo, reclamam de tudo e querem, a qualquer custo, encontrar alguém feliz ou focado no trabalho para perturbar. Essas pessoas têm um ímã de energia. Já conheci várias deste naipe e sei da capacidade que essa gente tem de estragar um dia ou a semana de alguém.

E tem mais, normalmente esses sujeitos têm um faro aguçado para pessoas felizes, produtivas e focadas. Em outras palavras, quanto mais feliz alguém estiver, mas prazer essa turma tem em perturbar e procurar confusão. Não é difícil ver que outro forte ingrediente dos “sugadores” é a inveja.

O ideal seria que esses cidadãos encontrassem ou uma razão mais nobre pela qual viver ou um aeroporto para ficarem distantes, mas como nem uma coisa, nem outra, são fáceis de ocorrer, só temos duas saídas. A primeira (pior delas) é oferecer palco para esses infelizes e emprestar a nossa energia e o nosso tempo para eles. Quem fizer isso, perderá tempo e, principalmente, energia. Já teve que “fazer sala” para alguém intragável? É gostoso? Eu, particularmente, entre contracenar com alguém medíocre e fazer um tratamento de canal, fico na cadeira de dentista. Ao menos, tem anestesia.

A segunda, mais inteligente, é dar o troco com aquilo que essas pessoas odeiam – a indiferença. Virar as costas e deixá-las falando com as paredes. Fingir que não existem. Não perder um minuto do nosso escasso e precioso tempo com esses vampiros de energia.

Ao ler a história do post citado, lembrei-me na hora da uma música fantástica do Titãs – Os cegos do castelo. Cantei a música mentalmente ao ler o texto do Max e ao escrever esse artigo. A letra é outra obra-prima e merecia um prêmio Nobel. Fica aí outra dica – ouça essa música e concentre-se na letra, principalmente na passagem “Dos cegos do castelo me despeço e vou”. É uma aula de como devemos agir com tudo o que nos puxa para baixo – dando um belo Tchau!

A nossa vida já tem problemas demais para ficarmos abrindo espaço para esse tipo de pessoa. Eu já me vacinei contra isso. Desses, quero distância. Procuro nem lembrar que existem, para não correr nem o risco de sentir algo por elas. No final, a indiferença é a melhor postura e o silêncio, a melhor resposta.

Tem uma cena no filme Casablanca que ilustra bem essa atitude. O cara chega para Rick (Humphrey Bogart) e pergunta:

- Rick, você me despreza, não é verdade?

O ator famoso olha para o cidadão como percebesse só ali a sua existência e, tranquila-maravilhosamente, responde:

- Sabe? Se eu pensasse em você, talvez eu o desprezasse!

Por fim, fica a síntese. Não empreste o seu tempo ou a sua energia para sanguessugas. Vire as costas e vá cuidar da sua vida e da sua agenda positiva. Até o próximo!

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

 

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.  marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo LinkedIn: Marcelo Veras - Skype: verasmarcelo  Tel: (19) 99610-3105 (19) 99482-3333

 

Versões e fatos - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

“Versão é versão. Fato é fato. Quem não sabe disso, aliena-se”

 

Praticamente toda história envolve embates. Desde a chamada revolução cognitiva há 70 mil anos, passando pelos séculos antes de Cristo até o dias atuais, o ser humano está se envolvendo em alguma disputa. Lutas por ideias, poder, dinheiro, terra, admiração, enfim, por tudo. O homem é e será sempre um competidor. Isso é da nossa natureza e do modelo de sociedade que montamos. As pessoas, geralmente, querem sempre mais. São ambiciosas ou gananciosas, e isso gera uma sociedade de embates constantes.

A questão que quero trazer hoje é exatamente a credibilidade das histórias que ouvimos e como nos posicionamos em relação a elas. Um ponto é bem fácil de entender: as histórias sempre são contadas (e escritas) pelos vencedores. Pare e pense, na imensa maioria dos casos, quem registra as batalhas são os vitoriosos. Raramente temos a oportunidade de entender a fundo o que realmente ocorreu. Por isso muitos historiadores gostam do termo “atribui-se”, ou seja, “como não temos 100% de certeza do que houve, atribuímos”. Gosto dessa visão menos totalitária, até pelo fato de que o que acontece entre quatro paredes só é conhecido por quem estava lá. Em alguns casos, nem existem vencedores ou perdedores, mas há um com maior palco para contar a sua história. Independente do caso, sempre tem alguém com uma versão mais “longa e detalhada”.

Bom, se os vencedores sempre contam a história, como você acha que as “batalhas” serão descritas? Como o vencedor geralmente apresenta as suas versões? Alexandre, o Grande, viajava sempre com cronistas que registravam (e aumentavam) suas as façanhas. Eles contavam as histórias das batalhas, sempre evidenciando a vitória de um exército menor sobre o maior, enaltecendo os valores de audácia, estratégia e coragem do famoso conquistador. A questão é simples: quem tem a "voz" diz sempre o que bem quer. Perdedores, por exemplo, são mudos.

Na vida pessoal e profissional, não é diferente. Todo santo dia ouvimos algo sobre alguém. Dependendo da força e da credibilidade da fonte, tendemos a acreditar. Mas isso pode ser uma grande armadilha, porque a fonte nem sempre é 100% confiável, nem sempre sabe de tudo e (quase) nunca é imparcial. Esses três ingredientes são suficientes para tomarmos um cuidado básico – não acreditar em tudo que se ouve. Dependendo da situação, até temos a oportunidade de ouvir a outra parte envolvida, mas na maioria das vezes não temos.

Acho incrível como as rodas de café nas empresas conseguem reunir pessoas com essa enorme capacidade de acreditar e disseminar mitos e versões equivocadas sobre fatos. Já debati esse tema com muita gente e a conclusão é uma só:  pessoas limitadas intelectualmente e normalmente invejosas, gostam de dedicar uma parte do seu tempo a diminuir os demais. Esse fenômeno é quase uma versão “light” da esquizofrenia, quando alguém cria um mundo paralelo e acredita nele.

Essa postura, se não eliminada, pode trazer prejuízos enormes na carreira e na vida. Acreditar em tudo o que se escuta sobre todos nos leva a tomar decisões equivocadas, emitir opiniões erradas sobre pessoas, negócios, produtos ou clientes. Acreditar em tudo nos torna manipuláveis, fracos diante de questões maiores e incapazes de liderar uma equipe. Ou seja, a carreira trava e viramos marionetes profissionais. As empresas estão cheias de profissionais deste naipe.

O convite hoje é para esta reflexão. Muito cuidado ao analisar uma história e tirar conclusões a partir dela, independente de quem lhe contou. Com o tempo, a gente conhece e reconhece com facilidade esse perfil de esquizofrênicos que gostam de criar mitos, histórias irreais e disseminá-las. Fuja desse time e dessas pessoas. Elas têm um poder enorme de destruição. É melhor ficar longe e não se aliar a essa turma.

Fatos são fatos. Versões são versões. Nem sempre coincidem. Portanto, ouça sempre com cuidado e análise crítica aquilo que ouve, e muito cuidado ao tomar decisões a partir de história contada por outros. Até o próximo!

 

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

 

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.  marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo LinkedIn: Marcelo Veras - Skype: verasmarcelo  Tel: (19) 99610-3105 (19) 99482-3333