Qual é o impacto do Coronavírus (COVID-19) nas crianças, nas gestantes e na amamentação? Coluna Pediatria de Dra. Carolina Calafiori de Campos

Esse semana , dia 11 de março de 2020 , a Organização Mundial da Saúde declarou que a COVID-19 , a nova doença causada pelo novo Coronavírus ( denominado SARS-CoV-2 ) , é uma PANDEMIA. Claro que isso gerou um certo pânico nas pessoas e muitas dúvidas surgiram. Como Pediatra me vejo na obrigação de esclarecer qual o impacto desse vírus no público materno infantil .

A primeira dúvida é : se a mãe estiver doente ou sintomática , o vírus é transmitido para o bebê pelo leite materno ? De acordo com um único estudo publicado no Lancet, foi pesquisado em pacientes com pneumonia causada pelo COVID-19, a presença do vírus no líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, leite materno e swab da orofaringe do recém-nascido. Nestas amostras os resultados foram NEGATIVOS. Portanto, até o momento não há documentação de transmissão vertical (da mãe para o feto) durante a gestação e nem no período neonatal, pela amamentação. 

Outros dois estudos , uma do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) norte-americano e outra do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG), de Londres, concluíram que vírus Covid-19 não foi encontrado no leite materno, logo há indícios de que o mesmo não é transmitido via leite materno. Mas caso a mãe doente queira manter o Aleitamento Materno, a mesma deverá ser esclarecida e estar de acordo com as medidas preventivas necessárias:

– Lavar as mãos antes de tocar no bebê na hora da mamada;

– Usar máscara facial durante a amamentação.

Pois a doença pode ser transmitida pelo contato RESPIRATÓRIO que se dá entre mãe e bebê durante a amamentação, principalmente pela curta distância entre eles nesse momento.

 Outra dúvida muito frequente é : a mulher grávida com suspeita de Coronavírus ou contaminada pode transmitir o coronavírus para o bebê, dentro do útero ? Infelizmente, de acordo com as informações divulgadas pelo Centro de Controle e prevenção de Doenças (CDC), ainda faltam relatórios científicos e pesquisas para esclarecer essa dúvida . O que se sabe é que qualquer tipo de alteração imunológica e fisiológica durante a gestação aumentam os riscos de contaminação por infecções virais. Análises foram feitas com bebês nascidos de mães portadoras de Covid-19, porém nenhum resultado foi tido como positivo.

E as crianças ? Correm o risco de contraírem o vírus ? Segundo Informe da Sociedade Brasileira de Infectologia ( SBI ) sobre o novo Coronavírus, atualizada em 12/03/2020) , nas crianças , a COVID-19 tem se apresentado de forma leve e a letalidade é próximo a zero .

Segundo relato da Organização Mundial da Saúde são pouquíssimos os casos de Coronavírus em crianças ; na China 2,4% dos casos confirmados ocorreram em crianças e 0,2% deles ficaram em estado crítico.

Não há NENHUM caso de Coronavírus em crianças relatado no Brasil e nenhum caso de morte em crianças por Coronavírus no mundo.

As crianças pequenas são o público menos atingido pela epidemia, mas ainda ninguém sabe como explicar isso. Estudos sugerem que ,por ainda estarem com o sistema imune em desenvolvimento, as crianças são o grupo de risco para versões graves de gripe, transmitida pelo vírus influenza, pneumonia e outras doenças respiratórias. No caso do corona, suspeita-se que a imaturidade seja de certo modo positiva, levando a uma reação mais equilibrada do corpo frente ao vírus. 

Quais os sintomas do Coronavírus nas crianças? Os sintomas mais comuns nas crianças são tosse, congestão nasal, diarreia e dor de cabeça. Menos da metade tem febre, a maioria não tem sintoma nenhum e, quando tem, se recuperam em uma ou duas semanas , ou seja , os sintomas são mais leves .

Se seu filho estiver com esses sintomas, procure atendimento médico e siga as instruções do profissional de saúde. Caso contrário, como em outras infecções respiratórias, como a gripe, mantenha sua criança repousando em casa enquanto estiver sintomático e evite ir a locais públicos e escolas , para evitar a disseminação para outras pessoas.

Meu filho é alérgico ou tem asma , ele corre risco ? As crianças alérgicas e asmáticas fazem parte do grupo de risco sim ; temos poucos estudos sobre a incidência do COVID-19 nessa população mas procure manter o tratamento adequado para a doença dele . 

Veja aqui os grupos de risco para o COVID-19 : indígenas , gestantes , puérperas até 2 semanas , crianças menores de dois anos , adultos maiores de 60 anos , alérgicos e pneumopatas ( asmáticos por exemplo ) , cardiopatas , pacientes com doenças metabólicas ( diabetes por exemplo) , hematológicas , renais , neurológicas , hepáticas , câncer , imunossupressão, e pacientes com HIV/AIDS 

Não há motivos para pânico ! Simplesmente evitem lugares aglomerados e fechados , como por exemplo shoppings e supermercados . As medidas mais eficazes para reduzir a capacidade de contágio do novo coronavírus são : “ ETIQUETA RESPIRATÓRIA “ que é a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel a 70% ; e pratiquem uma boa higiene respiratória – ao tossir ou espirrar, cubram a boca e o nariz com o cotovelo dobrado ou com lenço de papel, que deve ser descartado imediatamente após o uso.


Mantenham o calendário vacinal dos seus filhos em dia e saibam que NÃO EXISTE vacina , vitamina , e medicação para acabar com o Coronavírus (pelo menos por ora).

Procurem informações corretas pois há atualização sobre o caso a todo momento ! Minha sugestão : baixe o app “ Coronavírus “ do Ministério da Saúde e em caso de dúvidas ligue para o número 136 , que é o telefone do Ministério da Saúde para atendimento ao cidadão, conhecido como Disque-Saúde.

Procure sempre se informar sobre a situação do COVID-19 na sua cidade e região.

Em caso de dúvidas procure sempre um médico , nenhum post substitui a consulta!

Carolina Calafiori de Campos

Coluna Pediatria

Dra Carolina Calafiori de Campos - CRM 146.649 RQE nº 73944 

Médica Formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, Especialização em Pediatria pelo Hospital da Puc Campinas, Especialização em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital da Puc Campinas, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria - Contato: carolinacalafiori@hotmail.com  

 













Dados : Sociedade Brasileira de Pediatria ; Sociedade Brasileira de Infectologia ; Ministério da Saúde ; Organização Mundial da Saúde ; Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

Estou com câncer. E agora? Coluna Psicologia por Letícia kancelkis

Estou com câncer. E agora? Coluna Psicologia por Letícia Kancelkis

Leticia Kancelkis

Coluna Psicologia

Formada em Psicologia desde 1999, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica de referencial Psicanalítico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Autora dos livros: “O Sol Brilhará Amanhã: Anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus” e “Uma menina chamada Alegria”. Atua como Psicóloga Clínica, atendendo também por Skype. Contato:leticia.ka@hotmail.com

Síndrome de Treacher Collins - que inspirou a criação do protagonista do filme “Extraordinário” existe de verdade - Coluna Entretenimento por Milena Baracat

existe de verdade

“Eu sei que nunca serei uma criança normal. As pessoas não tocam em mim com medo de que eu possa ser contagioso.”

O desabafo acima é do personagem Auggie Pullman (Jacob Trambley) no filme “Extraordinário” (Wonder), cuja trama é baseada no livro homônimo de R.J. Palacio, sobre um garoto que nasceu com rara síndrome genética que deforma seu rosto e que o fez passar por 27 cirurgias para sobreviver.

Com vergonha de sua aparência, Auggie passa a se esconder atrás de um capacete. Mas, ao completar dez anos, tem que ir à escola pela primeira vez e lidar com a chacota dos outros estudantes.

“Extraordinário” mexe com o coração do telespectador e para tornar tudo ainda mais tocante, a autora se inspirou em uma síndrome real para criar o personagem.

SOBRE SÍNDROME

A emocionante história de aceitação e superação do filme, trouxe à tona a Síndrome de Treacher Collins, uma condição genética muito rara, que atinge principalmente os ossos do rosto.

Apesar de ser genética, a síndrome não é necessariamente passada de pais para filhos. Em mais da metade dos casos, os pacientes nem têm histórico da doença na família.

As mutações ocorrem no gene TCOF1 (cromossomo 5), que tem 26 éxons e codifica uma proteína chamada treacle. Esta tem funções importantes na manutenção das células derivadas da crista neural (células que vão formar os ossos do ouvido, face e também as orelhas), durante as primeiras semanas de desenvolvimento do embrião.

As características da síndrome são: achatamento dos ossos malares da face (hipoplasia malar); queixo pequeno (micrognatia); orelhas pequenas, malformadas ou ausentes; surdez total ou parcial; defeitos nas pálpebras inferiores (coloboma); olhos com os cantos externos “caídos” para baixo e palato estreito ou fissurado.

Em alguns casos, a malformação das vias aéreas pode prejudicar a respiração, o que pode levar a danos cerebrais e, em ocorrências raras, à morte.

É impossível reverter a síndrome ou mesmo evitar que ela aconteça (dada a sua origem genética), mas alguns tratamentos (e cirurgias) são possíveis de serem realizados para minimizar ao máximo todos os efeitos negativos e prejudiciais que o problema pode trazer.

Fontes:

http://genoma.ib.usp.br/?page_id=924

http://www.cefac.br/library/teses/bcfcde35656d85bfd023ce757cb6703c.pdf

Fotos / Reprodução

Milena Baracat

Coluna Entretenimento

Coluna Esportes

Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).  Atualmente atua com profissionais  no desenvolvimento, tratamento de acervos, informatização e tecnologia da informação aplicada para bibliotecas particulares e privadas.

Piometra - O que é isso? Coluna Vida de Bicho por Isadora dos Reis Casline

Você ouviu do seu médico veterinário que sua cachorrinha ou gatinha , está com Piometra. O nome te assustou! Sim, é uma doença séria, mas se tratada rapidamente, o animal volta à ficar sadio em pouco tempo.

Meu nome é Chiara! Quando tinha 10 anos comecei a ficar muito mal e não queria comer, fui diagnosticada com piometra. Felizmente minha dona Ana foi rápida em me tratar e logo fiz a cirurgia. Hoje tenho 15 anos e estou muito bem, obrigada!

 

A Piometra é uma infecção bacteriana que ocorre no endométrio, lá dentro do útero, causada por uma exposição prolongada ao hormônio progesterona. Ocorre uma hiperplasia ( aumento) desse endométrio, acumulando líquido no lúmen do útero, somado ainda à diminuição das defesas imunitárias locais, principalmente em cadelas ou gatas de meia idade para cima, tornando o meio uterino propício a multiplicação bacteriana. As fêmeas felinas tem menos propensão a esse problema pois as concentrações de progesterona não são tão elevadas como nas cadelas. Animais jovens também são menos acometidos, mas não se engane achando que por ser um animal novinho , a Piometra não pode aparecer, já que eu mesma  diagnostiquei uma fêmea de menos de um ano de idade. Cuidado também com o uso de anticoncepcionais veterinários nos animais, porque o uso de hormônios exógenos aumenta consideravelmente o número de casos da doença.

O animal acometido apresenta apatia, febre, diminuição de apetite,  e em alguns casos, vômito. A doença pode tanto ser de cérvix aberta, que é quando aparece uma secreção vaginal purulenta, ou de cérvix fechada, onde aparece a distensão abdominal, e não há secreção alguma. Essa é mais séria, porque pode ocorrer a ruptura do útero e ainda a migração das bactérias para o rim.

Porém há casos em que o animal não tem distensão abdominal e nem corrimento e quando faz os exames diagnósticos lá está ela, começando, dando início aos sintomas de apatia do animal. Os sinais começam a aparecer geralmente logo após o cio.

O diagnóstico geralmente é feito com exames de sangue e ultrassonografia abdominal.O tratamento é cirúrgico, com a retirada de todo útero e dos ovários e acompanhado de ampla antibioticoterapia.  Há casos que o animal necessita de internação com fluidoterapia , principalmente quando a doença já está bem avançada deixando o animal debilitado. Por isso é importante o diagnóstico precoce, evitando assim complicações como a septicemia( infecção generalizada).

Por isso sempre falamos muito de castração. A castração evita ,além do abandono de filhotes e animais adultos, tumores em mama, útero e também a Piometra. Não tenha medo de castrar o seu animal. Quanto mais jovem, mais tranquila é a cirurgia.

Isadora dos Reis

Coluna Vida de Bicho

Formada em dezembro de 2001, pela Fundação de Ensino Octavio Bastos, em São João da Boa Vista. Especialização em clinica medica de pequenos animais e dermatologia veterinaria. Área de clinica médica e atendimentos personalizados em domicílio na zona norte  e central de São Paulo e também em Guarulhos.Contato: isacasline@gmail.com