Sobre evolução, sobre mudanças... você percebe o quanto mudou ao longo dos anos? Estilo, gostos e a maneira de ver o mundo, de se ver no mundo...
Isso é muito bom! Ampliar horizontes, quebrar velhas crenças e experimentar coisas novas...
Meu interesse por Arte apareceu há muito tempo, mas no início eu gostava somente do que era bonito aos olhos. Tinha muita dificuldade com a Arte Contemporânea, de entender a mensagem. Sei que é um processo, a cada mergulho na Arte fico mais fascinada. Hoje os trabalhos mais interessantes são os que me provocam, me fazem pensar. O meu lado designer procura a beleza e descobri que podemos encontrá-la nos detalhes, no que está implícito!
Essa semana foi comemorado o dia nacional das Artes, e fiquei pensando no quanto as manifestações de arte nos provocam, nos une em prol de alguma luta, manifestações, abrindo caminhos... Diante disso apresento uma artista colombiana Doris Salcedo, que faz uso de sua arte para questionamentos repletos de coragem e propósito, influenciada pela sua experiência de vida na Colômbia, denunciando a violência em seu país.
Em 2007 houve uma exposição dela intitulada Shibboleth I no Tate Modern, em Londres, uma das maiores instituições de arte do mundo, que foi concebida numa antiga usina de energia elétrica.
A artista criou uma fissura profunda no chão do Salão da Turbina que se estendia de uma extremidade da galeria para a outra.
O termo "shibboleth" refere-se a uma palavra, frase ou costume que pode ser usado para testar se um indivíduo pertence ou não a um determinado grupo ou região. Foi usado pela primeira vez desta forma em uma história do Antigo Testamento em que os eframites, derrotados em batalha pelos gileaditas, foram desafiados pelos gileaditas a dizer a palavra "shibboleth" a fim de poder fugir através do rio Jordão. Como não foram capazes de pronunciar o som 'sh', 42.000 pessoas foram massacradas.
A instalação de Shibboleth poderia ser vista como um símbolo dos danos causados pela exclusão cultural e geográfica.
Shibboleth reflete a crença de Salcedo de que os próprios museus de arte moderna decretam essa forma de exclusão, pois histórias do modernismo do século XX até recentemente falharam em grande parte em lidar com as contribuições feitas por culturas não europeias.
