Luto de mortos ou vivos? Coluna Psicologia por Dra. Letícia Kancelkis

Luto de mortos ou vivos?

Dra. Leticia Kancelkis

Coluna Psicologia

Formada em Psicologia desde 1999, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica de referencial Psicanalítico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Autora dos livros: “O Sol Brilhará Amanhã: Anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus” e “Uma menina chamada Alegria”. Atua como Psicóloga Clínica, atendendo também por Skype. Contato: leticia.ka@hotmail.com


Luto, indignação e fantasia - Coluna Psicologia por Letícia kancelkis

Le´ticia kancelkis, psicóloga fala sobre Luto, indignação e fantasia no vídeo do seu canal do you tube, confiram:

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Leticia Kancelkis

Coluna Psicologia

Formada em Psicologia desde 1999, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica de referencial Psicanalítico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Autora dos livros: “O Sol Brilhará Amanhã: Anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus” e “Uma menina chamada Alegria”. Atua como Psicóloga Clínica, atendendo também por Skype. Contato: leticia.ka@hotmail.com

Cuidar do emocional é curar o físico! Coluna Terapias Holísticas por Paula Rota

O QUE É EFT? É a sigla para Emotional Freedom Techniques.

É uma Técnica de Liberação emocional, liberação de Emoções Negativas... libera crenças, emoções negativas como medo, ansiedade, apreensão, tristeza, angústia, raiva, baixa autoestima, depressão, fobias, sentimento de abandono, de inferioridade, traumas de infância ou traumas mais atuais. Pode tratar também alergias, enxaqueca, luto, compulsões alimentares, fobias, vícios, insônia... tanta coisa...

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Quando sintonizamos, nos conectamos em determinados pensamentos ou circunstâncias, situações (atuais ou antigas) que nos levam a sentir emoções negativas (uma ou várias daquelas que comentei no começo deste vídeo, medo, raiva, etc), acaba provocando um bloqueio em nosso sistema energético que podem estar em nosso inconsciente ou consciente, muitas vezes alcançando não só o nosso emocional, mas também o nosso físico, que nos impedem de viver de forma próspera, harmônica em paz.

QUAL A ORIGEM DA TÉCNICA?

A técnica de Liberação Emocional, EFT, foi desenvolvida pelo engenheiro americano Gary Craig, após adaptar a técnica TFT (Terapia do Campo do Pensamento), criada por Dr. Roger Callahan, em 1979.

Gary Craig compreendeu que a causa das emoções negativas é uma interrupção do fluxo de energia do nosso corpo.

Corrigindo essa interrupção de fluxo com a EFT, muitas vezes a cura acontece rapidamente. Craig criou uma sequência única que possibilita o tratamento de qualquer desordem emocional.

E COMO FUNCIONA A EFT? É uma técnica bastante simples!

A sessão da EFT trabalha com a conexão mente-corpo, realizando uma sequência de delicadas batidas, com a ponta dos dedos, em certos pontos ou meridianos de acupuntura em nosso corpo, utilizando, simultaneamente, frases orientadas pelo terapeuta para a liberação emocional.

Após identificar o problema, é feita essa sequência (rodada) de delicadas batidas dos estímulos nos meridianos até que o problema desapareça.

A sessão pode durar de 40 a 60 minutos, sendo online ou presencial.

Não existem efeitos colaterais negativos nas sessões de EFT. É um procedimento indolor, não havendo utilização de agulhas, pílulas, remédios ou uso de forças sobre o corpo. Podemos chamar de Acupuntura sem Agulhas.

Não existem limitações de problemas físicos ou emocionais para o tratamento com EFT, que também pode ser aprendido e auto aplicado.

Algo muito interessante que acontece com a EFT é que, ao aplicar a técnica para problemas emocionais, muitas vezes percebemos o desaparecimento, também, de problemas físicos. Isso acontece pois nossos problemas físicos são gerados, primeiramente, em nossos pensamentos e em nosso campo energético para depois chegar ao físico. Então, desbloqueando e curando o campo energético, pode-se curar o físico!

Maravilhoso, não é mesmo!

Vivencie a prática inesquecível da EFT, e saiba como é possível resolver questões que você nem imaginava que poderiam ser resolvidas, e curar seu físico cuidando das emoções.

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Paula Rota

Coluna Terapia Holística

Saúde e Bem Estar Físico e Emocional/ Terapeuta Holística de Equilíbrio Emocional e Energético com formação em Reiki, EFT (Emotion Freedom Tecniques), Meditação, Radiestesia, Cristais, Cromoterapia, Tethahealing e Biomagnetismo onde atendendo de maneira presencial e online. Graduada em Licenciatura e Bacharel em Educação Física (Unicid-SP). (11) 9 9606 6557 @paularota_terapiasholisticas Fb: Paula Rota Terapias Holísticas

E-mail: paularota7@gmail.com

 

 

A bomba de um diagnóstico – E agora? Coluna Psicologia/Psiquiatria por Leticia Kancelkis

Para conversarmos sobre este tema, apresentaremos alguns trechos do livro “O Sol Brilhará Amanhã: Anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus”.

“Aos treze dias de vida de Filipe, apareceu uma bolha em um dedinho de seu pezinho, o que me motivou a levá-lo ao pediatra, com urgência. Ao chegar lá, ele o mandou imediatamente para internação, em princípio, para tomar um sorinho e um banho de luz pela icterícia.

Chegando ao hospital, absolutamente nada do que faziam para aquecê-lo era bem sucedido. Seu corpo estava gelado e praticamente inerte. Foi imediatamente levado para a UTI. No caminho para ela, no elevador, uma pessoa segurava a sua porta para terminar uma conversa. O médico que acompanhava Filipe e que estava cuidando de sua internação, falou incisivamente que ela fechasse a porta, pois o caso era de extrema urgência.

O desespero era indescritível. Eu jamais imaginaria que minha vida pudesse mudar assim em tão poucos minutos. (...)

Às vinte e três horas daquela quinta-feira, ‘expulsaram-me’ da UTI e me mandaram para casa. Foi a noite mais terrível da minha vida, até então. (...)

E, assim, passaram-se sete dias de UTI, tendo sido constatada uma desidratação severa apenas e nenhuma infecção.”

Este foi o momento mais feliz, cheio de comemoração da mamãe e do papai. O maior alívio e a maior gratidão a Deus! Filipe não tinha nada! Aquela semana foi muito longa, eterna! À espera do DIAGNÓSTICO.

Como dói saber que deve haver algo grave com esse pedaço de você!!! Você precisa de que descubram logo para poderem salvar sua vida tão frágil, mas parece que o tempo não passa e os recursos da Medicina não estão dando conta de lhe dizer o que está acontecendo e como não deixar seu amor sofrer ou mesmo morrer...

O sentimento de impotência toma conta de si, bem como o de CULPA. Que culpa teria uma mãe de seu filho estar numa situação como esta? Porém, parece que o “dom do sentimento de culpa”   é um dos maiores que ela pode ter! Ela precisa ouvir o máximo de dados de realidade possível acerca do fato de não haver qualquer espécie de responsabilidade pela doença do filho. 

Voltemos aos trechos do livro:

“Por volta dos quatro meses de vida, sua cabecinha foi perdendo a sustentação e ele foi deixando de sorrir. Seus bracinhos ficavam parados, não pegava brinquedos... Foi rápido, questão de, mais ou menos, quinze a vinte dias, creio eu. (...) Foi internado na pediatria e eu lhe dizia, durante todo o tempo: ‘Não importa o que os médicos digam, filhinho! Jesus está com você! Tudo vai dar certo!’ Mas eu estava com medo! Muito medo! (...)

Quando veio a neurologista, ela me dizia coisas nada animadoras como que, se fosse hidrocefalia ou epilepsia, estas seriam boas opções. O nervosismo não tinha medida, enquanto esperávamos o resultado da tomografia. Eu não podia comer e nem parar de andar de um lado para o outro, orando sem parar. (...)

De repente, chegou a neurologista, após longa espera, com o resultado do exame. Eu lhe disse: ‘Se for delicado, gostaria que conversássemos lá fora.’ Ela respondeu: ‘Então vamos lá fora.’ Foi quase insuportável. (...). “É muito grave. Ele tem uma doença na massa branca e nós agora só precisamos fazer uma ressonância para sabermos de qual delas se trata. Perguntei-lhe, então, se levava à morte e ela disse que sim, em alguns meses ou poucos anos, pois era degenerativa.

Nem é preciso dizer o quão desesperados ficamos, mesmo porque é impossível descrever. Deixei meu pescoço e colo em carne viva com minhas unhas, caí ao chão... O maior horror que eu jamais pensei que viveria!” 

Ao recebermos um diagnóstico como este, de alguém amamos tanto, o chão se abre, o mundo fica cinza. Parece que não vamos aguentar. Nosso psiquismo pode reagir de diversas maneiras: alguns negam a gravidade da condição dentro de si, como se não contassem a si mesmos que isto está acontecendo; outros sentem a necessidade de culpar alguém, ou projetar a culpa que sente em outrem, a fim de suportá-la; outros, ainda, como se negassem a própria existência da criança enferma, rejeitam-na. Nenhuma dessas formas de lidar com tamanha dor é “culpa” dessa mãe ou desse pai. É o que dá para fazer!

Imagine que, de uma hora para outra, você tenha que “digerir” uma bomba dessas! O filho que já tinha dentro de você é morto diante de seus olhos, diante de um diagnóstico de uma síndrome, seja ela qual for. O médico decreta a sentença em segundos e, voltodizer: Você faz o que é possível fazer com isto! O filho de “dentro de você”  desmorona e outro precisa ser construído. O luto precisa ser elaborado. Isso demanda tempo, recursos internos, coragem, resiliência... Nada que possa ser cobrado de uma mãe, de uma pessoa. Simplesmente acontece conforme as próprias possibilidades e os limites internos.

E, no final das contas, o AMOR vai trabalhando na alma e trazendo tudo de que se precisa para passar por todas essas incógnitas, um dia de cada vez. UM DIA DE CADA VEZ. Enfim, nada que o poder do amor não possa aceitar como desafio...  

Leticia Kancelkis

Coluna Psicologia/Psiquiatria

Letícia Kancelkis – Formada em Psicologia desde 1999, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica de referencial Psicanalítico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Autora dos livros: “O Sol Brilhará Amanhã: Anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus” e “Uma menina chamada Alegria”. Atua como Psicóloga Clínica, atendendo também por Skype. Contato:leticia.ka@hotmail.com

 

 

Perda, luto e outras dores

“De repente não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente”

Vinicius de Moraes

Desde o início da coluna, disse que gostaria de escrever sobre minhas experiências como psicoterapeuta e andanças na profissão de psicóloga. Mas hoje, o que me inspirou foi uma experiência pessoal, vivida esta semana.

Na noite de 3ª feira passada, fui surpreendida com um telefonema perto da uma da manhã, que a princípio meu celular não reconheceu o número. Ao atender, minha prima, do outro lado da linha, dizia com lágrimas na voz: “ele não aguentou, ele não aguentou”.

E foi assim que recebi a notícia da morte de meu tio. Daquele jeito clássico que a gente tem medo, com ligação de madrugada, susto que arrepia a alma, dor que pega a gente de jeito. Naquele dia, perdi um tio querido, um médico incrível, para todas as horas, um pai de família aconchegante, uma referência desde a meninice. Tudo isso, em uma pessoa só.

Fiquei pensando nesses dias doloridos, de ressaca de alma, também nas muitas pessoas que passaram pelo meu consultório, no processo de recuperação dessas perdas. É unanime, mas nem sempre consciente que, o grande golpe inicial da perda é o silêncio. Minha mãe diz uma frase, um pouco “nua e crua”, mas de muita verdade: “o silêncio do morto é aterrorizante”. A não-resposta, a quietude, a ausência. Com o tempo, outras dimensões da perda se fazem presente, outras descobertas sobre as faltas que a pessoa faz. Hoje percebo nitidamente que a perda da pessoa amada, vem junto com a perda concomitante de “outras pessoas”, porque ela, a que fez parte da sua vida, teve muitas funções e papéis. Durante o luto, somos convidados a experimentar a ausência de cada papel: hoje estou sentindo falta do tio, logo logo sentirei do médico e mais adiante daquela gargalhada gostosa e até do som do piano, que há muito já não ouvia.

A boa notícia é que a maior capacidade do ser humano é a de adaptação. Somos capazes de viver as situações mais inóspitas e amansarmos a dor, reformarmos a maneira de viver. Isso é possível após uma perda porque vamos, gradualmente, resignificando a vida, incluindo a ausência no dia a dia. Por isso o tempo é fundamental, não somente por sua passagem em si, mas porque ele leva embora o primeiro Natal, o primeiro aniversário, o primeiro dia dos pais. O tempo ajuda nessa resignificação.

 E tudo vai ficando mais suave.

E a gente volta a respirar. E volta até a sorrir.

E a presença retorna na lembrança. Doce.

 A melhor maneira de enfrentar a dor é conviver com ela, lado a lado, deixando que lhe acompanhe no trabalho, ao restaurante, na academia. Não é gostoso, mas diminui o desespero enfrentá-la, diluindo-se até sumir. Temos a cultura de evitar a dor a qualquer custo mas evitá-la, em última instância, a preserva!

Obrigada tio Silas por mais essa ajuda, inspirar-me. Vai descansar, você merece.

 

flavia bertuzzo

Flávia de Tullio Bertuzzo Villalobos é Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e especialista em Psicologia Clínica Comportamental pela Universidade de São Paulo.

Psicoterapeuta comportamental há 15 anos em consultório privado e, desde 2011, psicóloga do Ambulatório de Saúde Ocupacional da 3M do Brasil.

Minha grande busca é transpor os limites do consultório, viver e aprender a psicologia em outras fronteiras, levar a ajuda e receber o aprendizado.